CHATUBA | Mesquita

Em 21 de Agosto de 1947 Nilópolis emancipou-se de Nova Iguaçu. Questionou-se então que o território nilopolitano deveria ser o da Fazenda São Matheus, que ia até o Córrego do Socorro (divisa entre Av. União e Rua Batista das Neves).


O processo da formação do bairro Chatuba se deu devido a desarticulação e o declínio da produção da laranja. O preço e a facilidade de pagamentos dos lotes fizeram com que se motivasse a procura pelo território. A ausência de infraestrutura contribuía a diminuição dos preços dos terrenos.



É importante ressaltar que um dos motivos que fizeram as pessoas se atraírem pela localidade da Chatuba, foi a abundância de água na região. Devido à ausência de infraestrutura na localidade, o rio Sarapuí e o córrego Socorro acabavam de certa forma sanando partes das necessidades de abastecimento de água e de esgoto da região.

Foto: Reprodução da internet

A atração das pessoas para o bairro da Chatuba se deu primeiramente devido à citricultura da laranja, os trabalhos nas colheitas atraiam pessoas de diversas partes do Brasil Com a venda dessa área no início do Século XX, os lotes destinados aos compradores de mais baixa renda  foram registrados em cartório com ruas enaltecendo grandes “vultos históricos” como era praxe do positivismo, uma tradicional corrente filosófica.

O Município de Nilópolis então teve – como na verdade deveria ser – limite no Rio Sarapuí, maior acidente geográfico de referência, fazendo com que se perdesse para Nova Iguaçu os bairros Chatuba e Várzea do Sarapuí, hoje conhecido como Edson Passos.



Já após a ponte sob o Rio Sarapuí, a via passa a se chamar Rua Almirante Batista das Neves, nome dado à rua com maior numero de negros no eixo Mesquita/Nilópolis. Pode parecer zombaria... e de fato é. No bairro com maior população de negros e pardos e onde os moradores detém a menor renda, ergue-se uma homenagem a um notório torturador de negros da República. 

O Almirante João Batista das Neves, comandante de um dos maiores navios de guerra das Américas, institucionalizava o que João Cândido chamava de “escravidão na Marinha brasileira”, fazendo dos castigos físicos uma verdadeira vergonha para a nação brasileira e mostrando que, para muitos "senhores", o pobre e o preto ainda devem ser submetidos à "justiça" de quem manda.



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