Perfil Municipal: Teresópolis

A Família Imperial Brasileira encantou-se profundamente com as belezas naturais e clima desta região serrana, onde, em frequentes visitas e períodos de férias na região, descansava.



Teresópolis é formado pela:
junção do antropônimo "Teresa" com o
termo de origem grega “pólis” (que significa “cidade”)
Significando, portanto, “Cidade de Teresa”. Trata-se de uma homenagem à imperatriz brasileira Teresa Cristina, esposa do segundo Imperador brasileiro D. Pedro II.






Antes da chegada dos primeiros portugueses à região da atual Teresópolis, no século XVI, a mesma era habitada por índios timbiras. Em 1583, índios temiminós da tribo de Arariboia receberam uma sesmaria que incluía a atual Serra dos Órgãos. Ao longo dos séculos seguintes, portugueses foram adquirindo sesmarias na região. A mesma também passou a abrigar, no chamado “Quilombo da Serra”, escravos fugidos das plantações de cana-de-açúcar da Baixada Fluminense.


Planta indicando os caminhos seguidos até a fazenda March executada
pelo cartógrafo Eduardo Canabrava (Ferrez, 1970, p.23, estampa 4)
Ao final do século XVIII já havia um arremedo de povoado, com casas dispersas em vários pontos do Rio Imbuí. Em 1797 já ali surgiam ranchos para o descanso de viajantes e tropas que seguiam pela estrada do Socavão em direção a Canoas, além de outros que plantavam milho, mandioca e criavam pequenos animais.

Esse caminho do Socavão a Canoas iniciava-se em Magé, subindo pelo Frechal (Bananal), atravessava a garganta Maria da Prata e rumava quase plano até Canoas (sequência para o interior das Minas Gerais, via Angustura).

As origens de Teresópolis datam da primeira metade do século XIX, mais precisamente a partir de 1821, quando o português de origem inglesa George March adquiriu uma grande gleba e transformou-a em uma fazenda-modelo, com sua sede localizada onde atualmente encontra-se o bairro do Alto.



A fazenda denominava-se “Santo Antônio” ou “Sant’Ana do Paquequer” e acabou por gerar o primeiro povoado de maior importância ao longo do caminho que ligava a Corte à província das Gerais, desenvolvendo, de maneira considerável, a sua agricultura e pecuária e o veraneio da região.


Integração Barca-Trem - Estrada de Ferro Mauá / Guia de Pacobaíba – 1854- Foto: Reprodução da internet

Lentamente, o povoado foi se desenvolvendo e passando à categoria de Freguesia de Santo Antônio do Paquequer, através do Decreto Provincial nº 829, de 25 de outubro de 1855. Todo o crescimento e posterior desenvolvimento deste pequeno núcleo se verificou no sentido Norte-Sul, isto é, os comerciantes que vinham das Minas Gerais em direção ao Porto da Estrela, nos fundos da Baía de Guanabara, passando por Petrópolis, visavam a esta região como ponto estratégico de repouso.

Várzea Teresópolis em 1852 - Foto: Revista Echo Americano

À esquerda a entrada do bairro Beira Linha (beira linha de um trem que só chegaria à Várzea nos anos 1920) e, à direita, o bairro de Agriões, até 1845, um das hortas de George March. Guache pintado por Friederich Hagedorn, retratando a estrada Magé-Sapucaia, sete anos depois da morte de George March, quando sua fazenda, já improdutiva, aguardava para ser retalhada e vendida em lotes pelos seus novos proprietários.

O povoado foi se desenvolvendo e, em 1855, passou a se chamar Freguesia de Santo Antônio do Paquequer. Em 6 de julho de 1891 foi alcançada a condição de município, passando a denominar-se Teresópolis através do Decreto 280 do então governador Francisco Portela, sendo desmembrado o seu território do município de Magé.



A partir da República, graças à Lei Estadual nº43 de 31 de janeiro de 1893, a vila de Teresópolis é elevada à categoria de cidade e o Município de Teresópolis fica composto por dois distritos: Teresópolis e Santa Rita.

Santa Rita, que fora criada pelos Decretos Estaduais ns 1 e 1-A de 1892, passa a se chamar Paquequer Pequeno com o Decreto Estadual nº641 de 15 de dezembro de 1938 (atualmente, chama-se Vale do Paquequer).



Com a Lei Estadual nº517 de 17 de dezembro de 1901, o distrito de Sebastiana, freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão da Sebastiana do Município de Nova Friburgo, compreendendo a área onde localiza se o Vale Feliz e Albuquerque as divisas de Conquista e Salinas, passa a ser o terceiro distrito do Município de Teresópolis.
Este último distrito chegou a tomar o nome de Nhunguaçu com o Decreto-lei Estadual nº1056 de 31 de dezembro de 1943), mas atualmente é conhecido como Vale de Bom Sucesso.


Vales encaixados, encostas ingremes entre Teresópolis e Nova Friburgo - 1957 - Foto: IBGE

Os caminhos para Teresópolis

Durante o século XIX, o trem foi o principal meio de transporte e se expandiu mundialmente até a segunda metade do século XX. No estado do Rio, pioneiro no transporte ferroviário no país, havia um ramal que funcionava a partir do Cais da Piedade, onde atracavam as barcas de passageiros, até o distrito de Guapimirim, passando pelo centro do município de Magé.


Reprodução da internet

Até 1901, a estação de Guapimirim serviu como final da linha, até que iniciaram as obras para subir a Serra dos Órgãos. A expansão foi gradativa, chegando primeiro nas localidades de Barreira (1904), Miudinho (1905), Garrafão e Alto (1908), mais precisamente no dia 7 de setembro deste mesmo ano, quando todo esse trecho foi inaugurado oficialmente. Até então Teresópolis tinha uma via de transportes incipiente. Anos depois, foi notado que a estrada de ferro propiciou um certo progresso da área.



Trem descendo a Serra dos Órgãos,
com a vista do Dedo de Deus ao fundo.
De 1895 a 1957 o trem foi o meio de transport
e que ligava Teresópolis ao Porto Piedade,
passando por Guapimirim
Foto: Acervo Câmara Municipal de Guapimirim

Em 1919, com a administração da ferrovia tomada pela Estrada de Ferro Central do Brasil, o ramal foi prolongado até uma localidade denominada como “Várzea de Teresópolis”, onde foi construída uma nova estação terminal, a Estação José Augusto Vieira, em 1929.


Os trens passaram a partir da Estação Barão de Mauá, no Rio de Janeiro até Magé, onde seguiam para Teresópolis pelo trajeto original. Na manhã de 9 de março de 1957, o trem desce a Serra pela última vez em direção à Guapimirim, para dar lugar a um novo plano rodoviário, marcando, assim, o final de uma era.



Tendo o trem chegado inicialmente no Alto, a Empresa de Melhoramentos de Terezópolis, primeira empresa de ônibus motorizado da cidade de Teresópolis, inaugurou sua primeira linha em fevereiro de 1924, entre a Várzea e a estação ferroviária do Alto, com veículos tipo "jardineira", com poltronas de palinha.

Foto: Reprodução da internet


Estrada Magé-Sapucaia

O município de Sapucaia foi fundado em 7 de dezembro de 1875. Localizado no interior da província do Rio de Janeiro, tinha como vizinhos os atuais municípios de Três Rios e Paraíba do Sul, integrando o chamado Vale do Paraíba Fluminense.


Sapucaia - Antigo território Mageense - Foto: Mapa da Cultura
A cidade de Sapucaia foi criada em 7 de dezembro de 1874, com a elevação da freguesia de Santo Antônio de Sapucaia, desmembrada da cidade de Magé, a condição de vila, instalada em 23 de fevereiro de 1875. Antigo território mageense, seu surgimento está ligado ao desenvolvimento trazido para a região pela Companhia da Estrada de Magé a Sapucaia.
Quando de sua formação, estava composto por três distritos iniciais:

O primeiro distrito, chamado Vila de Sapucaia, o centro do poder, onde as atividades políticoadministrativas se concentravam;

O segundo distrito, a freguesia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o mais antigo;

O terceiro distrito, a freguesia de São José do Vale do Rio Preto, até então pertencente ao município de Paraíba do Sul.

A ocupação da região parece se desenvolver após a montagem das primeiras grandes fazendas de café por volta dos anos de 1820 e 1830, em sua maioria, instaladasem sesmarias concedidas ainda na primeira década do século XIX, especialmente no período Joanino. Ao menos até a década de 1870, veremos a expansão dessa cultura, embora terras e escravos pareçam cada vez mais, ao longo do período, concentradas nas mãos de um grupo restrito de proprietários e famílias, que se reproduzem na região.

Essa primeira expansão da produção cafeeira logo provocou o desenvolvimento da infraestrutura necessária ao transporte e arrecadação. A principal iniciativa nesse sentido é da Companhia da Estrada de Magé a Sapucaia, que ligaria o Porto daPiedade, em Magé, na baía da Guanabara, até a localidade de Sapucaia.


Transporte de passageiros do vaporzinho Therezopolis à estação da Piedade, na ponta da baía da Guanabara, de onde o trem da EFT trazia os passageiros até Teresópolis.

A partir de 1835, iniciaram-se as obras da estrada Magé-Sapucaia, um empreendimento do capitão Francisco Leite Ribeiro e de seu irmão, o coronel Custódio Ferreira Leite, Barão de Aiuruoca, concluída em 1841. A Companhia da estrada Magé-Sapucaia foi criada em 1836 para ligar a província do Rio de Janeiro a Minas Gerais, com um trajeto que saía de Porto da Piedade, em Magé, até Sapucaia, finalizando com a construção de uma ponte que ligaria Sapucaia à Mar de Espanha, já em terras mineiras.


Hotel do Porto de Piedade , construído por Custódio Ferreira Leite , em 1836 para atender o movimento crescente da estrada Piedade-Magé-Ponte da Sapucaia, passando por terras de Teresópolis . Aquarela de 1839 de autor desconhecido.

Pela lei nº 36 de 6 de maio de 1836 foi o governo autorizado para contratar com Francisco Leite Ribeiro a abertura de uma estrada, que conduzisse de Magé ao rio Paraíba, com direção pelas proximidades do lugar denominado - Mar de Hespanha -, de maneira que prestasse cômodo trânsito a carros, e seges, conservando-se sempre enxuta, e sem atoleiros, devendo ficar concluída dentro em 8 anos da data do contrato; gozando o empresário, em compensação de suas despesas, por si e seus sucessores, do privilégio de cobrar nas barreiras, que estabelecesse, cujo número seria fixado no contrato, as taxas de passagem, que bem lhe parecesse exigir, pelo numero de anos, que no mesmo contrato se estipulasse, que nunca seria menor de 60, nem maior de 100; podendo só principiar esse cobrança depois que a estrada fosse declarada pelo governo de todo concluída, correndo dessa época em diante o tempo do privilegio.


Hospedaria do Garrafão. 1885. Estrada Magé a Sapucaia. Vestígios deste caminho ainda são encontrados, subindo a variante à direita, logo após o Posto Garrafão; na estrada Rio-Teresopolis. Foto: Coleção Gilberto Ferrez.
Em 1855, a Companhia da Estrada de Magé à Sapucaia, que já abrira o atalho de Três Córregos e uma estrada entre Petrópolis e Paty do Alferes, foi também contratada para a abertura de uma estrada entre as freguesias de Nossa Senhora do Monte do Carmo, em Cantagalo, e Nossa Senhora da Conceição do Paquequer, em Nova Friburgo, pelo valor de 30:000$000 réis.



Custódio Ferreira Leite foi um dos mais influentes vizinhos de Sapucaia, que não somente trouxe a estrada que ligava a então freguesia à Magé, como também seria o principal responsável pela vinda da estrada de ferro para a Sapucaia. De fato, sua relação com Sapucaia era de extrema afinidade, tendo em vista que Mar de Espanha, localidade onde se fixou juntamente com seu irmão, se separava da vila apenas pelo rio Paraíba do Sul, por uma ponte que ligava as duas províncias, obra também realizada pelo barão de Aiuruoca. A partir desse momento, comerciantes e mascates foram atraídos para Sapucaia a fim de atender às necessidades daqueles que trabalhavam no empreendimento.


Ponte que ligava Sapucaia à Mar de Espanha, 1881 - Fonte: Biblioteca digital Luso-Brasileira

Ligando Três Rios a Porto Novo da Cunha, em 1871 um ramal 
foi construído pela EF Dom Pedro II e inaugurado em 1871. Porto Novo era o local onde as barcas atravessavam o rio Paraíba, ligando os estados do RJ e MG. Embora parcialmente em território mineiro, o ramal era subordinado à administração central da EF no Rio. A agência de Sapucaia postal é mais antiga, tendo sido criada em 21 de agosto de 1846.

Nos anos 1850, a administração da estrada Magé-Sapucaia fez construir uma ponte pênsil no local para sua ligação com Minas, uma das primeiras obras de engenharia do Brasil nesse estilo. No dia 6 de setembro de 1854, os acionistas da Companhia da Estrada de Magé a Sapucaia, decidem aumentar o capital da empresa para implantar uma linha de navegação a vapor entre a corte e a Villa de Magé, e uma ferrovia de tração animal , ou outro meio de transporte econômico, entre Magé e a raiz da serra de Therezópolis.


Porto de Piedade na década de 60 - Foto: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Entre 1854 e 1857 pela localidade de Sapucaia, foram exportadas 7,3 toneladas de café, chegando a utilizar 28.573 muares para o seu transporte através da Estrada Magé a Sapucaia.


Foto: Correio Mercantil, 21 de setembro de 1859
Em 1 de setembro de 1855, a Viação União Theresopolina inaugura o serviço de diligências entre o Porto de Piedade e a Barreira do Soberbo, pela estrada da Companhia Magé a Sapucaia, com os seguintes preços de passagens:

Piedade à Magé Rs. 2$000
Piedade ao Jacú Rs. 3$000
Piedade ao Freixal Rs. 4$000
Piedade à Barreira Rs. 5$000



Ponte Pênsil de Sapucaia (1950) - Fonte: Site da Câmara Municipal de Sapucaia
As duas pontes se separavam por apenas 1 km e hoje, ao lado de onde ficava a ponte pênsil, foi construída uma nova ponte ligando os dois estados. Em 1954 a ponte pênsil desabou quando por ela passava um caminhão de abóboras; somente anos depois a outra foi construída ao lado de onde ela ficava. Os sapucaienses chamam as duas pontes que lá estão de “Ponte Preta” (a de estrada de ferro) e “Ponte Branca” (a da estrada, mais nova).


Com fundos do pedágio, a companhia já havia aberto em 1858, 35 léguas de estradas em serras e matas virgens, além de diversas pontes, entre as quais a ponte pênsil da Sapucaia sobre o Rio Parahyba do Sul. Em 1858 a Viação Theresopolina, já sob o controle da firma Oliveira & Ramos, com frota de 6 carros de carga, realizava o transporte de café entre seu armazém no Soberbo e Magé.


Mapa postal de Sapucaia de 1928 - Foto: Agências Postais
No dia 20 de janeiro de 1871, é inaugurada a estação de Sapucaia, do Ramal de Porto Novo, da Estrada de Ferro Dom Pedro II, transferindo os fretes da produção cafeeira para a ferrovia, inviabilizando a existência da Companhia da Estrada Magé a Sapucaia. No dia 18 de junho de 1879, em função do estado de abandono da Estrada Magé a Sapucaia, o Governo da Província rescinde o contrato e encampa a Companhia da Estrada Magé a Sapucaia. Em função de falta de manutenção, a ponte pênsil ruiu no dia 10 de agosto de 1964.





Estrada das Hortências

Com novo traçado desde 1939, em terra batida, a estrada foi aberta em 1898, pelo Coronel Claussen e revitalizada em 1920, para a passagem da comitiva presidencial que recebeu os reis Alberto e Elizabeth, da Bélgica.

Estreda das Hortências - Foto: Reprodução da internet



Estrada das 14 Voltas - Foto: Acervo Portal Terê

Por volta de 1898 o progresso chega à Estrada Direta de March, surge então a Estrada das "14 voltas". Posteriormente, em 1920, o desejo de trazer de automóvel a Teresópolis, o Rei Belga Alberto I, a agora já rodovia, ganha grandes melhoramentos, até que é abandonada em 1939, com a construção da variante Itaipava-Teresópolis.

Inaugurada em 1944, pelo presidente Getúlio Vargas, a estrada recebeu nessa época, além de pavimento com placas de concreto, os famosos jardins de hortências, que transformaram a viagem entre as duas cidades num roteiro turístico muito apreciado pelos visitantes.

Barca "Presidente" - Foto: Reprodução da internet

A barca "Presidente" embandeirada para o transporte especial de SS.MM os reis da Bélgica Alberto I e Elizabeth, em visita ao Brasil (1920). Uma das atividades oficiais dos monarcas no Rio foi inaugurar a estrada rodoviária entre Teresópolis e Itaipava. Conhecida popularmente com Estrada das Hortências, ou Estrada Itaipava-Teresópolis, seu nome oficial é Estrada Philuvio Cerqueira Rodrigues. A Rodovia BR-495 liga a BR-116 Rodovia Rio-Teresópolis no Ermitage à Estrada União e Indústria em Itaipava.

Estrada das Hortências - BR-495 -  Foto: Terebus
Chegando em Teresópolis, a estrada recebe o nome de Avenida Presidente Roosivelt no bairro Quebra-Frascos. Com 33,4km de extensão e altitude máxima em torno dos 1.500m, situa-se na Serra dos Órgãos; a rodovia é sinuosa e sem acostamento. Possui rampas íngremes e curvas fechadas numa região de serra sujeita a neblina.
Linha 08A - Morro do Tiro x Quebra Frasco (Via Praça dos Operários / Orquidário Arabotânica) - Foto: Natanael Fernandes


A primeira empresa de ônibus motorizado da cidade de Teresópolis foi a Empresa de Melhoramentos de Terezópolis, que inaugurou sua primeira linha em fevereiro de 1924, entre a Várzea e a estação ferroviária do Alto, com veículos tipo "jardineira", com poltronas de palinha. Essa linha substituiu então o primeiro serviço de transporte coletivo da cidade, o "Charretão", de propriedade de Haidée da Rocha Lima, com linha entre a Várzea e a estação do Alto, inaugurado em 1908.
Ônibus da Empresa Melhoramentos de Terezópolis parados em frente ao Bar Ângelo, na praça do Alto
Foto: Reprodução da internet
Em 1948 a empresa inaugura a linha direta Rio de Janeiro x Teresópolis, via Itaipava, com 131 km de extensão, com duas frequências diárias por sentido.




Até 1959, com a construção da Rodovia Rio-Teresópolis, a Estrada das Hortências era a única opção para se chegar em Teresópolis vindo do Rio de Janeiro.


Em 2017 a via foi interditada pelo DNIT para realização de obras de manutenção e restauração de emergência.

Obras de reestruturação da BR-465 - Foto: Ativa FM 104,9 São José
Os trabalhos aconteceram entre o Km 16,5 e o km 18. Foram realizadas a substituição estrutural (demolição e construção) de quatro pontes ao longo do segmento que representavam risco aos usuários. A interdição aconteceu entre os dias 5 de abril e 11 de maio. Confira as interdições:
- Trecho interrompido 1:
Km 10,5 ao km 13,5
Reconstrução das pontos da mirante e ponte da curva.

- Trecho interrompido 2:
Km 15 ao km 16,5
Reconstrução da ponte sobre o Rio Jacó.

- Trecho interrompido 3:
Km 16,5 ao km 18
Reconstrução da ponte Córrego Açuzinho.



Durante o tempo de interdição, a ligação Teresópolis-Itaipava foi desviada para a BR-116, onde os motoristas deviam:


Sentido Sul

1) Acessar a rodovia BR-040
2) Acessar a rodovia RJ-107

Sentido Norte
1) Seguir em direção a São José do Vale do Rio Preto e acessar a rodovia RJ-134 e em seguida a rodovia BR-040/RJ ou a União Indústria.



Com a interdição, a linha Petrópolis x Teresópolis teve também seu itinerário alterado temporariamente, realizando o percuro:

Terminal Rodoviário de Teresópolis

Rodovia Rio-Teresópolis

Rodovia Washington Luís



Rodovia Santos Dumont

A história da ligação entre a Capital, Rio de Janeiro, e a cidade serrana de Teresópolis percorreu um longo caminho até os dias de hoje, passando pelo lombo de burros, seguindo em carruagens, servindo de trilha às famílias imperiais, correndo nos trilhos da antiga estrada de ferro, até fazer parte da malha rodoviária federal brasileira.
Foto: Reprodução da internet
Inicialmente, o caminho era feito por faluas que ligavam o Rio de Janeiro ao Porto de Piedade, local de intensa movimentação e troca de mercadorias que vinham principalmente de Minas Gerais para abastecer a cidade do Rio de Janeiro e de lá transportar produtos que supriam as necessidades das fazendas. Não se pode dizer que o restante do percurso, feito por terra, tivesse sido tão confortável para as famílias e os demais passageiros que tinham vindo na falua.

No final do século XVIII, aproveitando antiga trilha indígena é aberto o caminho Magé-Sapucaia, via Canoas, depois abandonado, sendo substituído pelo caminho Magé, Frechal (Bananal), Garrafão e Soberbo, mais curto. Os caminhos também eram uma alternativa de acesso às Minas Gerais, evitando passagem por barreiras de controle de impostos.


Vista da serra dos Órgãos pelo lápis de João Maurício Rugendas e
litografado por John Scweicker.
Tropa atravessando a Baixada Fluminense a caminho do interior
A viagem até a fazenda foi feita em lombo de mulas que transportaram o senhor March com seus hóspedes e bagagens. De Piedade passaram por Magé e percorreram em torno de 14 milhas até chegar à pequena aldeia de Frechal, onde pernoitaram em uma grande venda que dispunha de sala aberta para acomodação dos viajantes. No dia seguinte, mais 12 milhas os levavam até a fazenda, hoje bairro do Alto.



Em 24 de maio de 1846 iniciou-se a cobrança de pedágio na barreira da Serra do Couto ou Serra dos Órgãos, localizada no meio da Serra, na altura do Rio Soberbo.




A Rodovia Santos Dumont já foi chamada em alguns de seus trechos por Estrada Imperial ou Estrada Direta. O ponto de partida para a via foi a Estrada Nova de Minas, em 1704, que encurtava em quatro dias o trajeto entre o Rio de Janeiro e as Minas Gerais. Já o primeiro caminho aberto reconhecidamente como ligação entre o Porto de Piedade, em Magé, na Baixada Fluminense, e o Alto da Boa Vista, atual Soberbo, na cidade de Teresópolis, foi obra realizada pelo comerciante português de origem inglesa, George March, inaugurada em 1826.



Antes, a viagem, que durava cerca de um dia e meio, era feita com passagem por trás da Serra dos Cavalos. Em 1908, foi implantada no trecho a Estrada de Ferro Therezopolis, que seguia do Cais da Piedade, em Magé, até o Soberbo. Quem partia do Rio de Janeiro seguia até o município da Baixada Fluminense em barcas saídas da Praça XV, na região central da Capital.



Cremalheira da Estrada de Ferro de Teresópolis - Foto: Reprodução da internet
A viagem até Teresópolis incluía a "aventura" da troca de locomotiva para que se transpusesse o terreno íngreme da Serra, e seguisse até a Estação do Alto (atual Praça Higino da Silveira). Dali, para se chegar à Várzea, no centro da cidade serrana, usavam-se charretes ou carretões, normalmente puxados por burros, o marco inicial do transporte público em Teresópolis.

Mapa da ferrovia no percurso da Serra dos Órgãos entre as
estações Guapimirim e José Augusto Vieira (Várzea)
Foto: Reprodução da internet

Apesar de ser filho de José Augusto Vieira, construtor da estrada de ferro, Armando Vieira sonhava, em 1932, com a ligação rodoviária para Teresópolis seguindo pela Serra.

A ideia foi tomando corpo até a fundação da Sociedade dos Amigos de Teresópolis, que tinha entre seus membros vários empresários, entre eles, Carlos Guinle. Foi este grupo que deu início às obras do primeiro trecho da via, como forma de comprovar junto aos órgãos governamentais que aquela era uma real aspiração dos teresopolitanos.

O grupo conseguiu recursos para abrir o trecho entre o Alto e o Soberbo, num total de dois quilômetros. Em 1948, finalmente, veio a sinalização por parte do governo federal de que estudos seriam feitos para analisar a viabilidade da construção do trecho requerido. E, neste momento, foi fundamental a intervenção do Comandante Heleno Nunes, junto ao Ministro da Viação e Obras Públicas do presidente Juscelino Kubitschek, o almirante Lucio Meira, de quem era oficial de gabinete, para aprovação do projeto e autorização para a obra.



A Rio-Teresópolis foi incluída como BR-4 no Plano Rodoviário Nacional, passando pela Baixada Fluminense, depois por Teresópolis, seguindo até São José do Além Paraíba e, dali, para o Norte do país, num trajeto que corresponde à atual Rodovia Santos Dumont. O trecho da Serra da Rodovia Santos Dumont foi inaugurado a 1º de agosto de 1959, em grande festa que contou com a presença do presidente Juscelino Kubstichek.

A obra que finalmente ligaria, de forma rápida e direta, Teresópolis ao Rio, com uma via que transpusesse o trecho da Serra dos Órgãos, foi autorizada em 1955, pelo antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), hoje DNIT. O engenheiro Pierre Berman, auxiliado pelo irmão Raul Berman, ficou encarregado de colocar o projeto em prática.

Criada em 1956, a Viação Teresopolitana operava uma linha de diligência entre o Porto de Piedade, em Magé, até o meio da Serra, na Barreira do Soberbo, no final do trecho carroçável da Estrada Magé-Sapucaia, com tempo de viagem de 2h30. O trecho final até Teresópolis, não carroçável, era feito em mulas, até o Hotel dos Órgãos, com tempo de viagem de 1h45.

Antes da construção do trecho da serra havia a necessidade de se acessar a cidade de Petrópolis e a partir da ligação por Itaipava para chegar a Teresópolis, numa viagem que durava cerca de 3h30.

Homenagem da Viação Teresópolis, quando da inauguração da Estrada Rio Teresópolis
Na época da inauguração da estrada, o carro-chefe das linhas era o Ônibus Monobloco O-321 da foto e os O-326 e O-362 também conhecidos como "Bicudinha" por conta de sua frente ligeiramente em forma de cunha.
Também sob a administração do DNER, além do atual traçado da Serra (1956/1959), foram construídos o trecho Teresópolis-Além Paraíba (1958/1974) e duplicado o trecho entre Duque de Caxias e o início da Serra (1973 /1981).


A Rodoviá foi inaugurada no dia 1 de agosto de 1959, e em dezembro do mesmo ano é inaugurada a linha Niterói x Teresópolis, com duas saídas diárias por sentido e tempo de viagem de uma hora e meia, e mais tarde surge a ligação Rio-Teresópolis, sendo controlada pelas empresas Expresso Teresópolis Ltda e pela Sociedade Autoviária Brasileira Ltda, ambas oriundas à Viação Teresópolis e Turismo Ltda em 1958 e reintegradas em 1972.




Outra linha criada para operar na rodovia foi a linha Rio de Janeiro x Teresópolis, com 8 frequências diárias por sentido, além da linha interestadual Rio de Janeiro - Governador Valadares, ambas operadas pela Companhia de Transporte Coletivo Ltda (CITRAN), empresa criada na primeira metade de década de 1950 teve vida curta, pois foi logo adquirida pela Viação Teresópolis e Turismo Ltda.

Em agosto de 1995, a Construtora OAS venceu a concorrência do DNER para a administração da rodovia e convidou as empresas Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S/A, Construtora Queiroz Galvão S/A e EIT-Empresa Industrial Técnica S/A para formar a CRT - Concessionária Rio-Teresópolis S/A que, desde 22 de março de 1996, administra a via.



Em 1998, com dois anos de concessão, a CRT foi a primeira concessionária de rodovias federais da América Latina a receber o Certificado ISO 9002 para todos os setores da empresa. No ano seguinte, 1999, a concessionária recebeu o reconhecimento internacional com o prêmio Toll Inovation Awards pelo projeto "Cowboys do Asfalto", criado em apoio às ações da Polícia Rodoviária Federal.




Foto: Terê Total
A Rio-Teresópolis foi incluída como BR-4 no Plano Rodoviário Nacional, passando pela Baixada Fluminense, depois por Teresópolis, seguindo até São José do Além Paraíba e, dali, para o Norte do país, num trajeto que corresponde à atual Rodovia Santos Dumont. O lance Rio-Teresópolis da BR-4 da Serra da Rodovia Santos Dumont foi inaugurado a 1º de agosto de 1959, em grande festa que contou com a presença do presidente Juscelino Kubstichek e do Governador Roberto Silveira, com a benção do Bispo de Petrópolis, D.Manoel Pedro da Cunha Cintra.




Estrada de Rodagem Teresópolis - Nova Friburgo

A lgação entre as duas cidades vem desde desde a colonização da região, quando a freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão da Sebastiana ainda pertencia à Cantagalo, posteriormente Nova Friburgo.



O distrto do Vale de Bom Sucesso possui um bairro denominado Sebastiana, nome antigo do distrito. A localidade fina às margens da RJ-134, onde encontra-se os rios do Frade, Bengalas e Córrego Sujo, formando o Rio Preto.
Atualmente denominado Vale do Bom Sucesso, possui duas vias de acesso, a primeira que ajudou na colonização do distrito, atual RJ-130 tornou-se Estrada de Rodagem no dia 30 de janeiro de 1901.
Sete anos depois, é inaugurada a Estrada de Rodagem de Sebastiana, no dia 14 de junho de 1908, ligando a Ponte Nova na então estrada Magé-Sapucaia à Estrada de Rodagem de Rodagem Teresópolis-Friburgo na localidade de Campanha.





Atualmente integra a RJ-134, ligando a RJ-130 na Conquista à Estrada União e Indústria no bairro da Posse em Petrópolis, passando ainda pelo município de São José do Vale do Rio Preto.

O trecho entre Posse e São José do Vale do Rio Preto é conhecido como Estrada Silveira da Motta e o trecho entre São José do Vale do Rio Preto e Campanha é conhecido como Rodovia Bianor Martins Esteves.


A linha urbana Iris x Valverde da Viação Progresso percorre 12km da RJ-134 dentro do município de São José do Vale do Rio Preto, onde opera no serviço municipal.
Em 1931, Inauguração da estrada Teresópolis – Nova Friburgo, implantada sobre um antigo caminho não carroçável entre Bom Sucesso e o Campo do Coelho.



A via se extende entre o Rio Formiga em Teresópolis e o Rio Grande em Nova Friburgo, ao lonhgo dos bairros dos Lúcios, Vieira, Barracão dos Mendes, chegando à Conquista na altura do Rio Grande, dali seguia o trecho compreendido pela atual RJ-130, entre o Campo do Coelho e Duas Pedras.


Ponto final da linha 503-4/Barracão dos Mendes
Circuito Turístico Terê-Fri

Com monumentos famosos como o Dedo de Deus e o Cão Sentado, Teresópolis e Friburgo atraem não só pelo charme da Região Serrana, mas também pela diversidade de atrativos turísticos que ambas as cidades proporcionam, desde ótima culinária até passeios radicais.


Foto: Reprodução da internet
A "Cidade de Teresa" Casais em busca de cenários românticos, famílias que curtem compras na tradicional feirinha de artesanato e até para os mais aventureiros, Teresópolis é um prato cheio para todos os gostos. Começando pelo principal cartão-postal da região, o pico Dedo de Deus, localizado a 1.692 metros de altitude e que pode ser apreciado, juntamente com a baía de Guanabara e a cidade de Niterói, do mirante do Soberbo.


Palacete Granado - Foto: Tasso Marcelo

No centro de Teresópolis, onde é hoje o Sesc na cidade, funcionava o antigo Palacete Granado, de onde saíram as primeiras ervas medicinais que mais tarde dariam origem aos medicamentos da Drogaria Granado.



Granja Comary - Foto: Reprodução da internet
Quem vai à Terê também não pode deixar de visitar a Granja Comary, bairro que além de abrigar a sede da Seleção Brasileira tem a linda e bucólica vista do Lago de mesmo nome. 





Engana-se quem pensa que por Nova Friburgo ser a capital nacional da lingerie apenas encontrará lojas de roupas íntimas; a cidade vem sendo desbravada pelos ecoturistas, que nela encontram trilhas e formações rochosas perfeitas para apreciar paisagens únicas como a pedra do Cão Sentado e o pico da Caledônia além de passeios e atividades que levam a cachoeiras, riachos, mirantes e reservas ambientais.



A pedra do Cão Sentado é uma das atrações turísticas de Nova Friburgo I Foto: Leo Silveira
No centro de Friburgo você encontra o recém inaugurado teleférico da praça do Suspiro, com o maior número de cadeiras do país; e aos visitantes que quiserem saber mais sobre um dos mais belos municípios do Rio de janeiro, o Memorial da Colonização Suíça exibe, em exposição permanente, a história da colonização da hoje chamada “Suíça Brasileira”.


Foto: Reprodução da internet
Ainda na estrada Teresópolis-Friburgo, pode-se apreciar as místicas esculturas gigantes do Jardim do Nêgo, feitas em barrancos ao longo da propriedade.

Cerca de 500 pessoas, por mês, visitam o Jardim do Nêgo. Em seu livro de assinaturas estão registradas mais de 100 mil visitas. O sítio fica no quilômetro 55 da RJ-130 (Tere-Fri) e está aberto todos os dias, de 8h às 17h.

Parque Estadual dos Três Picos

Localizado na região serrana do Rio, o
Parque Estadual dos Três Picos abrange partes dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Teresópolis, Nova Friburgo, Silva Jardim e Guapimirim.



O nome faz referência aos três picos de Nova Friburgo, um conjunto de montanhas que se eleva a 2.366 metros acima do nível do mar. Com clima que varia de tropical nas partes mais baixas e ameno nas áreas mais altas, o Parque também apresenta temperaturas bastante frias durante o inverno, chegando a ficar alguns graus negativos. Ele apresenta a maior incidência de geadas do estado, perdendo apenas para o Parque Nacional de Itatiaia.

Foto: Karina Garcia
O Parque Estadual do Três Picos foi criado em 5 de junho de 2002, Dia Mundial do Meio Ambiente, com o intuito de preservar o cinturão central de Mata Atlântica do Rio de Janeiro. Dessa forma, muitas espécies ameaçadas de extinção, como a onça-parda, a lontra, o puma, entre outras, encontraram refúgio em toda região protegida pela unidade.


Onça Parda no Parque Estadual Três Picos - Foto: Gustavo Pedro
Com grande potencial para o ecoturismo, a área atrai vários visitantes que vão em busca de trilhas, escaladas e cachoeiras. Dentre as atrações, pode-se destacar o Pico da Caledônia, as Torres de Bonsucesso e a Caixa de Fósforos.





Estrada de Rodagem Teresópolis - São José do Vale do Rio Preto

Em 1926 com a presença do Governador do Estado, Feliciano Sodré, é inaugurada a Estrada Teresópolis - São José do Rio Preto, com 37 Km de extensão, tendo início no Sobradinho, às margens da Estrada Magé-Sapucaia, margeando o Rio Preto até a sede do município.



Em meados da década de 20, algumas vias que surgiram de caminhos indígenas começaram a receber melhorias para a passagem de carroças e outros veículos de tração animal, sendo então inauguradas a estrada para o distrito de Canoas, e a estrada para a vista Soberba, entre a piscina Sloper e a estação de troca de locomotiva.



Sistema de Transporte em Teresópolis

Com exceção da Empresa Melhoramentos de teresópolis, as demais empresas em sua maioria surgiram e/ou encerraram a partir da década de 1950. Outra empresa que antecede a década foi a Viação Luxo Teresópolis, fundada no dia 21 de julho de 1943, na época da Guerra, utilizando-se de veículos Ford a gasogênio, de 5 lugares.


Inauguração da linha Granja Primor - Pimenteira - Foto: Transporte Público - Por Marcelo Almirante
Na época explorava a linha Teresópolis x Rio de Janeiro, com ponto final no bairro de Copacabana, com duas frequências diárias por sentido. A empresa foi extinta após o fim da Guerra em 1945.
A Viação Alto Rainha da Posse surge em 1948 operando a linha Alto x Posse, em seguida inaugura linhas para Tijuca, Alto e Vale do Paraíso.





Foto: Transporte Público - Por Marcelo Almirante
Em meados da década de 50 torna-se a única empresa de ônibus de Teresópolis após o fim da Empresa de Melhoramentos de TeresópolisNo dia primeiro de junho de 1960 altera sua razão social, transformando-se na Viação Dedo de Deus Ltda.



Em 1964, surge a Viação Primeiro de Março, atualmente pertencendo ao mesmo grupo que a Viação Dedo de Deus.



A Viação Dedo de Deus, além de atender a área urbana e parte da zona rural, realiza o transporte de estudantes. A empresa possuía também microônibus executivos com ar-condicionado que circulavam apenas nos finais de semana pelos principais pontos turísticos da cidade.




As linhas executivas em Teresópolis tiveram inicio em 1997, com a Linha circular Alto x Várzea. Tempos depois, as linhas foram extendidas, passando a atender os bairros do Comary e Soberbo, os ligando até a Várzea.



Nos anos 2000, o serviço executivo recebe uma nova pintura, que durou até o fim do serviço nas linhas 
Soberbo x Várzea e Comary x Várzea. Com a legalização do sistema de transporte complementar por vans no município, o serviço executivo alcança as localidades de Venda Nova e Providência.



Em 2010, as linhas com direção ao Alto sofreram alterações. A linha Comary x Várzea foi absorvida pelas linhas do Soberbo, essas transformando-se em Soberbo x Várzea via Comary e Soberbo x Vale Paraíso via Comary, sendo operadas desta forma até 2012. A linha 64A executiva ligando 40 Casas a Várzea, via Rosário surgiu em 2011.




No ano seguinte, a linha 50B Soberbo x Várzea foi extinta, restando somente a linha 50A Soberbo x Vale Paraíso. O Comary passou a ser servido pelas linhas convencionais 19A e 19B, que ligavam o bairro até a Tijuca.



Em 2013, a linha 50A dava seus últimos suspiros como executiva, tornando-se, tempos depois, uma linha com serviço convencional, encerrando a era executiva ate o Alto. Restaram, ainda, as linhas 59A e 59B, ligando Rodoviária até Venda Nova e Imbiu, que neste mesmo ano, também perderam os carros executivos.



Criada em 1956, a Viação Teresópolis e Turismo teve rápido crescimento ao incorporar as empresas Melhoramentos de Terezópolis, Boa Esperança e Citral. Em outubro de 1958, por imposição legislativa, foi dividida em mais duas empresas, a Expresso Teresópolis Ltda., e a Sociedade Autoviária Brasileira, reincorporadas à empresa em 1972.




Em dezembro de 1959, após a inauguração da Rodovia Rio – Teresópolis, a Viação Teresópolis inaugura a linha Niterói – Teresópolis, com duas saídas diárias por sentido e tempo de viagem de uma hora e meia. A Empresa, alegando prejuízos, extingue a linha Guapimirim x Mauá, via Modelo. No entanto os moradores alegavam, que com a chegada da eletricidade aquelas localidades teriam incremento populacional.


Adquire novos ônibus rodoviários Nielsen Diplomata, em 1975 - Foto: Museu Digital Nielson Diplomata
Em 1968 é instalada a garagem da rua Darcy Menezes de Aragão, na Várzea. Em 1976 inaugura a linha municipal Teresópolis - Serra do Capim, com ônibus urbanos.


Ponte Desembargador Barreto Dantas ("Ponte Seca") no município vizinho de Guapimirim. - Foto: Reprodução da internet

Em 1977 a Vação Teresópolis repassa as linhas Magé x Cordovil e Magé x Vale das Pedrinhas para a Viação Nossa Senhora da Piedade, fundada naquele mesmo ano sob administraçãodo Sr. José Agripino da Silva.



No dia 22 de novembro de 1980, em "pool" com a Viação 1001, inaugura a linha Teresópolis x Rio das Ostras.

Em 1997, a empresa tinha destinos a partir de Teresópolis para o Rio de Janeiro, Castelo, Madureira, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis Rio das Ostras Além Paraíba (interestadual), Carmo (via Sumidouro) e Nova Iguaçu (via Caxias), além das linhas municipais Volta do Pião, Vieira, Bonsucesso, Água Quente, Serra do Capim, Ponte Nova, Queiroz, e Motas.




O Transporte Ferroviário
Quem chega a Teresópolis, vindo do Rio de Janeiro, ao fazer a curva em frente a entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, se depara com uma enorme ponte ferroviária sobre o Rio Paquequer.


Ponte ferroviária sobre a Cascata Sloper do Rio Paquequer - Foto: Luiz Felipe Lopes Dias
Aparentemente trata-se do único elemento sobrevivente do extinto sistema ferroviário de Teresópolis que durou 49 anos. Mas existem outros indícios da ferrovia que foram escondidos pelo crescimento da cidade.

Enquanto isso, a ponte sobre a Cascata Sloper, no Rio Paquequer, resiste por mais de cem anos em seu leito de pedras, servindo como monumento ao meio de transporte que trouxe o desenvolvimento para Teresópolis.


Foto: Reprodução da internet
O Rio Paquequer era transposto por uma ponte de concreto e pedra, com traçado em curva e seguia por onde situa parte do Condomínio Comary. Esta ponte foi preservada sem os trilhos e pode ser vista do viaduto rodoviário em frente à portaria do Parque Nacional da Serra do Órgãos.

Está inacessível pois suas extremidades foram invadidas por proprietários de residências vizinhas. Em outubro de 2005, a Prefeitura Municipal de Teresópolis iniciou um trabalho de restauração incluindo a limpeza do mato existente no local e a colocação de refletores para iluminação noturna, visando atrair visitantes.



A primeira parte do ramal funcionava a partir do Cais da Piedade desde 1896, nos fundos da Baía da Guanabara onde atracavam as barcas de passageiros vindas do Rio de Janeiro, até o distrito de Guapimirim, passando pelo centro do município de Magé. As composições possuíam carros de madeira tracionados por locomotivas a vapor.


Foto: Reprodução da internet
A estação de Guapimirim foi final de linha até 1901, quando iniciaram as obras para subir a Serra dos Órgãos. A expansão foi gradativa chegando primeiro na localidade de Barreira em 1904, Miudinho em 1905, Garrafão em 1908 e finalmente no Alto de Teresópolis, neste mesmo ano.


Medalha comemorativa cunhada para a inauguração da
Estrada de Ferro Teresópolis, em 1908.
Acervo de Pedro Paulo Resende.
No dia 7 de setembro 1908 foi inaugurado o trecho da Serra dos Órgãos, partindo de Guapimirim, chegando ao Alto de Teresópolis. Para subir a serra, a composição era dividida e os carros de passageiros empurrados, dois a dois, por locomotivas a vapor utilizando cremalheira do sistema Riggenbach, que consiste em um 3º trilho central dentado, semelhante a uma escada sem fim. No alto da serra, no pátio do Soberbo, os carros de passageiros eram novamente reunidos e seguiam viagem até a estação do Alto de Teresópolis, tracionados por outra locomotiva a vapor.


Estação Barão de Mauá - Foto: Reprodução da internet
Com a encampação da ferrovia pela Estrada de Ferro Central do Brasil em 1919, o ramal foi prolongado até a localidade denominada Várzea de Teresópolis onde foi construída a nova estação terminal em 1929. O trecho entre Piedade e Magé foi desativado e os trens passaram a partir da Estação Barão de Mauá, no Rio de Janeiro até Magé, onde seguiam para Teresópolis pelo trajeto original.


O Engenheiro Pierre Bermann, chefe do Departamento
Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), observa
as obras que soterraram definitivamente a antiga
Estrada de Ferro Teresópolis (foto à direita).
Foto: Portal Terê
Em 9 de março de 1957, o ramal passou a ser administrado pela Estrada de Ferro Leopoldina que tratou logo de desativar o trecho entre Guapimirim e Teresópolis já que nesta época, o projeto de uma rodovia ligando o Rio a Teresópolis estava em fase adiantada. 

Atualmente no que restou da ferrovia ainda trafegam, de forma precária, alguns trens metropolitanos, operados pela Supervia.


GE U12B #2305 realizando manobras na estação terminal em Guapimirim/RJ - Foto: Eduardo Marques

Estações e paradas no percurso original:


Trecho da Baixada Fluminense

- Piedade
- Magé (encontro com o ramal da Leopoldina, vindo do Rio de Janeiro)
- Nova Marília
- Maringá
- Jororó (antiga Augusto Vieira)
- Citrolândia
- Ideal
- Capim
- Parada Modelo
- Bananal
- Guapimirim (antiga: Raiz da Serra, Guapi, Bananal, Alcindo Guanabara e Guararema)



Trecho da Serra dos Órgãos
- Barreira
- Miudinho

Trecho do perímetro urbano de Teresópolis
- Soberbo (alto da serra)
- Alto Teresópolis
- Fazendinha
- José Augusto Vieira (antiga Várzea de Teresópolis)



Estação Piedade (Magé)

A estação da Piedade localizava-se ao lado do cais nos fundos da baía de Guanabara. A Estrada de Ferro Teresópolis partia dali, recebendo passageiros que vinham de barco desde o centro do Rio de Janeiro.


Cais de Piedade - Foto: Acervo Pedro Paulo Resende
Antes de 1940, essa estação deixou de funcionar e o trecho entre ela e Magé, onde a linha se cruzava com a linha da Leopoldina, foi suprimido. Hoje, no cais de Piedade, nada mais resta.


Estação Magé (Magé)

A estação de Magé foi inaugurada em 1896 na E.F. Teresópolis. Em 1926, chegou próxima a ela a linha da Leopoldina ligando Rosário (Saracuruna) a Porto das Caixas, na linha do Cantagalo, e entroncamento com a linha do Litoral, ambas também da Leopoldina. Uma outra estação foi construída pela Leopoldina para atender essa nova linha.


A estação de Magé em 1905. Foto Revista da Semana 12/3/1905
O trecho Piedade-Magé foi extinto antes de 1940 e em 1956/7, quando o trecho Guapimirim-Teresópolis foi suprimido, ficou o que sobrou do ramal. A estação foi demolida. Trafegam por ali os trens de subúrbio em condições precárias da Supervia. Estes trens fazem o percurso Saracuruna-Guapimirim, fazendo portanto também o trecho que restou do antigo ramal de Teresópolis, entre Guapimirim e a estação de Magé.


A estação de Magé da Leopoldina - Foto Carlos Latuff
Em Magé houve duas estações, uma em cada linha: da ex-E.F.Teresopolis, e a da linha da Leopoldina, inaugurada em 1926. A estação que hoje funciona é a estação de linhas mais modernas, construída em concreto e que atende aos trens metropolitanos da Supervia, o prédio que ainda está de pé é a antiga estação da Leopoldina.


Estação Nova Marília (Magé)

A parada de Nova Marília foi aberta depois de 1960, em data ignorada. Ainda hoje é uma plataforma com cobertura que atende aos trens metropolitanos da Supervia.



Após ela havia a parada de Maringá, uma plataforma de madeira sem cobertura que atendia também aos trens para Teresópolis.


Plataforma da Parada Maringá no leito da ferrovia - Foto Diego Barbosa

Estação Jororó (Magé)


A estação de Jororó foi inaugurada em 1896 com o nome de Abreu, depois alterado para Augusto Vieira, fundador da E.F. Teresópolis (José Augusto Vieira), que, aliás, se tornou, com o nome inteiro, o nome da estação final da linha até 1957, antiga Varzea.


Parada de Jororó - Foto Diego Barbosa
Embora o prédio da estação antigo ainda existisse até ser demolido em agosto de 2014, um pouco afastado da linha (era chamado de "Jororó-Agencia", os trens metropolitanos param hoje na parada de mesmo nome, uma plataforma com cobertura bastante precária.



Teve proporções trágicas o desastre ocorrido no dia 26 de março de 1940 na estaçaõ Augusto Vieira, situada há 15 mintos de Magé, onde se engavetaram dois trens da linha de Teresópolis.

Havia na estação um desvio, onde o trem que desce para o Rio, costumava cruzar com que se destinava a Teresópolis. Seria 18h e meia quando o trem que procedia do Rio deu entrada no pátio da estação, aguardando ali a passagem da composição que vinha de cima.


Desastre na estação de Augusto Vieira em 26 de março de 1940, nome como era chamada a estação de Jororó
Existia ali uma rampa, e o maquinista do trem que vinha de cima não tendo reduzido a marcha, como convinha, se precipitou sobre a chave cujo sinal se via fechado, indo se colidir com o trem que se estacionava na estação Augusto Vieira, que partiu do Rio às 17h. Em consequência da colisão, os quatro primeiros carros da composição que destinava a Teresópolis engavetaram, o mesmo acontecendo a dois outros do trem que damandava o Rio. A composição mais sacrificada foi a do trem que se destinava a Teresópolis, que conduzia grande quantidade de passageiros.


Estação Citrolândia (Magé)

Citrolândia possui uma pequena parada inaugurada em 1896, contudo foi a primeira do trecho que possui duas plataformas. Como a via é singela, teoricamente uma plataforma deveria se destinar ao embarque e a outra ao desembarque, mas na prática os passageiros embarcam e desembarcam por onde quiserem.


Parada Citrolândia - Foto: Guilherme Pinho
Citrolândia e um bairro-distrito bimunicipal, localizado entre os municípios de Magé e Guapimirim.


Viação Paraíso Verde - Linha Citrilândia x Barreira - Foto: David Freitas
Após a emancipação do município de Guapimirim em 1990, surge a Viação Paraíso Verde, fundada no dia 30 de dezembro de 1996, iniciou suas operações em 1997, sendo
pioneira no serviço de ônibus urbano do município.




Estação Parada Ideal (Guapimirim)
Em Parada Ideal há duas plataformas, porém apenas apenas uma plataforma com cobertura é utilizada para embarque e desembarque. A outra plataforma ja foi totalmente tomada pelo mato.



Plataformas da estação Parada Ideal - Foto: Guilherme Pinho
O bairro surgiu do loteamento de propriedades da Fazenda Santa Guilhermina. A fazenda pertencia desde 1958 ao carioca Antonio Gebara. Seus pais Emílio Wadith Gebara e Edith Maksoud Gebara promoveram o loteamento da área em 1962 dando origem ao bairro do Parque Bonneville.



Antonio Gebara é o responsável pelos loteamentos Parada Ideal (Guapimirim), Citrolândia e Parque Imperador, ambos no 1.º distrito de Magé. A fazenda se destacava na criação de gado e produção de leite, manteiga e derivados, suficientemente bem para o abastecimento da região.

Estação 
Jardim Guapimirim (Guapimirim)

A parada de Capim é apenas uma plataforma com cobertura. Em 2011 o nome da parada passou a ser Jardim Guapimirim.




Estação Parada Modelo (Guapimirim)

A Parada Modelo era também conhecida por era conhecida como Fazenda Modelo, sendo aberta com a linha da E.F. Teresopolis, em 1896. 



Estação Parada Bananal (Guapimirim)

A Parada Bananal foi inaugurada no dia 24 de Janeiro de 1940 como cortesia aos fazendeiros que possuíam enormes plantações de bananas na região, por isso o nome do bairro e da parada: Bananal.


Estação Parada Bananal - Foto: Guilherme Pinho
A parada, que além de dar acesso aos casarões da fazendas, também era responsável pelo distribuição e abastecimento dessa produção para toda região de Magé e do Mercado Municipal da cidade do Rio de Janeiro. Durante anos, carregamentos de bananas foram realizados na estação com o destino à Fábrica de Doces Colombo, que absorvia parte das bananas dos bananais da região na década de 50.


Estação Guapimirim (Guapimirim)

A estação de Guapimirim foi aberta em 1896 no primeiro trecho da E.F. Teresópolis. Teve diversos nomes, como Raiz da Serra, Guapi, Bananal, Alcindo Guanabara e Guararema. Até 1901 foi ponta de linha, e mesmo depois disso; nesse ano se iniciaram as obras para o trecho mais difícil, o da serra.


Estação Guapimirim - Foto: Bruno Viajante
A região se desenvolveu por causa do trem; é sabido que nos anos 1950, a maior parte da população do local eram ferroviários da Central do Brasil e lavradores. Aliás, fato curioso: apesar de sair da estação de Barão de Mauá e transitar pela linha da Leopoldina até Magé, onde saía para Guapimirim, a linha era manejada pela Central desde 1919.


Estação Raiz da Serra - Foto: Reprodução da internet

Com a supressão do trecho entre Guapimirim e Teresópolis em 1957, a estação voltou a ser ponta de linha, o que permanece até hoje.


A locomotiva 327 é uma Pacific Beyer Peacock (rodagem 4-6-2) construída em 1928 para a Leopoldina Railway. Foi adquirida num lote 28 locomotivas, providas de super aquecedores e força de tração a 85% de pressão de 8.355kg.
Com a chegada do material a regional do RJ começou a operar um trem entre Guapimirim e Suruí ou Guapimirim e Visconde de Itaboraí, ambos via Magé. Este trecho pertencia extinta Flumitrens, que além de autorizar o uso da via cedia um inspetor de locomotivas para acompanhar a viagem.



Estação Barreira (Guapimirim)

A estação de Barreira era provisória, tendo sido inaugurada em 11 de junho de 1904. A linha havia estacionado em Guapimirim até 1901, prosseguindo depois até a Barreira do Soberbo, onde chegou em 1904 e em agosto 1905 mudou-se a ponta dos trilhos para Miudinho.


Rio Soberbo - Estação da Barreira  em 1905 - Foto: Reprodução da internet
Situada no município de Guapimirim, a localidade da Barreira do Soberbo encanta a todos que a visitam. Emoldurada pelas belíssimas cachoeiras do Rio Soberbo, ali existe, dentro da área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (subsede), um dos mais representativos símbolos da beleza associada à simplicidade: a capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo.


Parada da Barreira, nos anos 1950 - Foto EF Therezópolis
No local encontra-se ainda o casarão da antiga sede da fazenda da Barreira, as ruínas do engenho da fazenda, a ponte velha da estrada de rodagem, as ruínas de um antigo hotel e da casa de cobrança, as duas pontes que serviram à antiga estrada Magé-Sapucaia, depois utilizadas pela Estrada de Ferro Teresópolis, monumentos que atestam sua importância econômica no passado e valorizam o turismo ecológico-histórico da região.


A Capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo foi construída, em 1713, no meio da bifurcação das águas do rio Soberbo, o templo é uma das atrações do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Foto: Gécica Berude
A capela está situada numa ilha entre dois braços do Rio Soberbo exatamente entre as duas pontes, com a frente voltada para a antiga estrada. Pode ser acessada pelo Parque precisando-se caminhar numa trilha de pedras de média dificuldade. Pode também ser vista pelo lado de fora, indo-se até a localidade da Barreira. Encontra-se bem conservada em razão de regulares reformas que têm sido executadas. O corpo central preserva as linhas originais, mas há também a sacristia e varanda laterais que lhe foram acrescentadas em reformas distintas.

Tombamento da E.F. Tersópolis

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou no dia 5 de junho de 2008 o projeto de lei 1.592/08, que tomba, tornando parte do Patrimônio Arquitetônico e Cultural do estado, os sítios históricos da Estrada de Ferro no município de Teresópolis, na Região Serrana. O status, que torna proibida a descaracterização da antiga linha, foi proposta pelo deputado Alessandro Calazans.


Foto: Estações Ferroviárias
Na justificativa que acompanha a proposta, o parlamentar cita os trechos a serem tombados, apesar do passar dos anos e do descaso com a memória, o acaso preservou, em Teresópolis, três sítios históricos do trem: a Ponte Sloper, o Pontilhão da Rua São Francisco e o Túnel da Beira Linha. Estes locais guardam a memória do trem, tão importante para o progresso do município, surgido através da Estrada de Ferro.


Estação Miudinho (Guapimirim)

A linha estacionou em Guapimirim até 1901, prosseguindo depois até Barreira, onde chegou em 1904, mudando-se a ponta dos trilhos para Miudinho, em agosto de 1905. Em 1906 já havia mais 2 km alem de Miudinho, onde seu aterro tinha 15% de rampa e foi a maior dificuldade da ferrovia, send construido com ajuda de duas locos de cremalheira levando terra em prancha, pois em burros era impossivel. Para conseguir levar os trilhos até o alto da serra o aterro tinha cerca de 150 metros de comprimento.


Caixa d'água da estação de Miudinho em foto sem data (Autor desconhecido)
Em 1908 mudou-se novamente a ponta dos trilhos de Miudinho para o garrafão, onde se aguardava a fabricação do viaduto na Europa. Enfim, como a estação de Barreira durou pouco, na prática a primeira estação depois de Guapimirim era Miudinho. Em 1997 não havia nada de pé, somente os pilares da caixa d'água e as bases da estação e casa do agente.



A construção da linha estancou ali por um bom tempo, pois o maior desafio da E.F. Teresópolis foi vencer um imenso vale situado no meio da serra. Ali existia uma tal venda do Miudinho por volta de 1850/70 e por isso o local ficou conhecido por esse nome. Em fevereiro de 1996, foram feitos alguns croquis do lugar pois era impossível registrar o local por fotos devido à selva que ali se formou. Esses croquis são para que se entenda que ali um dia funcionou uma estação movimentada em virtude das obras na serra.


Cisterna da antiga estação de Miudinho enferrujando no antigo local da estação - Foto Pedro Paulo Resende em 1997

em 1908 os trilhos chegaram no Soberbo, e na estação de Alto Teresópolis, 13 anos depois de partir de Piedade. Era nessa estação que fazia a troca das locomotivas dos trens que subiam pela cremalheira pelas locomotivas normais que levavam o comboio até a cidade. A estação, menos de cem anos depois, já foi demolida. Apenas resta no local algumas paredes de pedra do antigo abrigo de locomotivas que ali existia.



Estação Soberbo (Guapimirim)

Em 1908 os trilhos chegaram no Soberbo, e na estação de Alto Teresópolis, 13 anos depois de partir de Piedade. Era nessa estação que fazia a troca das locomotivas dos trens que subiam pela cremalheira pelas locomotivas normais que levavam o comboio até a cidade.


Final do pátio da estação do Soberbo. Notar os trilhos com a cremalheira - Foto: acervo João Batista Furtado
A estação, menos de cem anos depois, já foi demolida. Apenas resta no local algumas paredes de pedra do antigo abrigo de locomotivas que ali existia.


Desastre da Serra de Therezópolis - Foto: Jornal O Malho de 22 de março de 1930
Em março de 1930 ua composição com dois vagões puxados por uma locomotiva de cremalheira perdeu o controle de manobra, sem poder conter o peso dos carros lotados despenha-se serra abaixo desgovernado numa velocidade alucinadora. Os dois carros vinham repletos de passageiros, inclusive a delegação do Fluminense Futebol Clube, que foi à cidade serrana a convite de um condomínio local para uma partida amistosa.


Alto Teresópolis (Teresópolis)

Alto Teresópolis era a estação final na inauguração da linha em 1908 à que o trem chegava no alto da serra de Teresópolis. Pouco depois, a construção da linha seguiu em frente, passando pelo túnel dos Órgãos até chegar à Fazendinha.


Estação Alto Teresópolis - Foto: Reprodução da internet
Túnel dos Órgãos
Foto: Reprodução da internet
Nos anos 1920, com a construção da estação da Várzea, esta passou a ser o ponto final da linha. A estação, fechada junto com a ferrovia em 1957. A graciosa estação do Alto ainda permaneceria de pé por alguns anos, até que, descaracterizada, seria aproveitada como ponto final dos ônibus e, pouco depois, demolida.

Em 9 de dezembro de 2004, uma nova estação, "com mais conforto e amplitude, calcada nas linhas arquitetônicas foi inaugurada e passou a servir de parada e abrigo para os ônibus do Alto e abrigar na fachada principal uma ampla área de conforto e lazer para o povo da praça. Uma semi-réplica com as feições aproximadas da estação original foi construída no mesmo local da anterior.



Antigo cartão postal da Praça Higino da Silveira, com a estação ferroviária do Alto destacada por uma seta. Atualmente, nesta praça ocorre a A Feirarte também conhecida como Feirinha do Alto com artesãos de diversos ramos artísticos.


Estação Fazendinha (Teresópolis)

A estação da Fazendinha foi por algum tempo a estação final da EFT. Em 1921 a estação já existia, e foi desativada quando a estação da Varzea (José Augusto Vieira) foi inaugurada, três quilômetros á frente desta. Era de madeira e ficava a pouco mais de um quilômetro apenas da futura estação da Varzea.


Estação da Fazendinha em 1921. Foto: Acervo Pedro Paulo Resende

Estação Várzea Teresópolis (Teresópolis)


A estação de José Augusto Vieira era a estação final da linha de Teresópolis, e foi aberta 20 anos depois de a linha alcançar a cidade, em 1908, quando chegara somente até a parte alta (Alto Teresópolis).


A estação nos anos 1940 com o nome "Therezopolis - Foto Reprodução da internet

Por fim, a estação foi inaugurada em 1929, quando a E.F. Central do Brasil já operava a linha. O nome José Augusto Vieira homenageava o construtor da linha. Ficava na parte baixa da cidade, e seu nome original foi Várzea de Teresópolis, nome que ficou até os anos 1940. 


Pátio e estação vistos de cima do Morro da Muqui - Foto: Estações Ferroviárias
Depois da desativação da estação em 1956, o nome Augusto Vieira passou a denominar a atual estação Jororó. A estação foi demolida pouquíssimo depois de sua desativação, em 1957, e no local atualmente estão o forum da cidade e um colégio.


Estação Várzea Teresópolis em 1957, já desativada e pouco antes de sua demolição - Foto: Acervo Pedro Paulo Resende

Terminal Rodoviário de Teresópolis

O Terminal Rodoviário de Teresópolis, José de Carvalho Janotti foi inaugurado em 1971, dois anos após a apresentação do seu primeiro projeto.
Projeto do Terminal Rodoviário em 1969 - Foto: Reprodução da internet
A área externa do Terminal Rodoviário José de Carvalho Janotti também era usada como espaço para embarque e desembarque, antes da reforma de 1995, quando ganhou as plataformas "escama de peixe" na área interna.



Área externa do Terminal em abril de 1985 - Foto: Reproduçã da internet

Em novembro de 1995 o terminal é reformado, ganhando então plataformas tipo "escama de peixe".
Antes da reforma de 1995, os veículos paravam em sentido longitudinal, entre as pilastras.

Terminal Rodoviário José de Carvalho Jannotti, antes da reforma de 1995- Foto: Acervo Romildo Pires 


Nos anos 2000 o terminal passa por uma nova série de reformas, dessa vez na sua fachada. A estrutura do Terminal Rodoviário de Teresópolis é extensa, com aproximadamente 3480 metros quadrados de área construída. A rodoviária dispõe de um balcão de informações e venda de bilhetes, lanchonete e banca de jornais.

Obras de reforma do Terminal Rodoviário em abril de 2000 - Foto: Reprodução da internet
Os usuários ainda contam com estacionamento nas proximidades. Para quem desembarca na rodoviária e precisa de transporte, há ponto de táxi nas proximidades. Nas imediações encontram-se restaurantes e comércios em geral.

Atualmente fazem parada no terminal linhas da Viação Teresópolis, Viação Dedo de Deus, Viação Primeiro de Arço, Viação Rio Doce, Viação Gontijo, Viação Novo Horizonte e Auto Viação 1001.

Rodoviária de Teresópolis em 2018 - Foto: Kauã Moore‎ 
Viação Teresópolis

Teresópolis x Rio de Janeiro
Teresópolis x Castelo
Teresópolis x Nova Iguaçu
Teresópolis x Petrópolis
Teresópolis x Barra da Tijuca (via Guapimirim/Madureira)
Teresópolis x Barra da Tijuca (via Guapimirim)


Teresópolis x Niterói
Teresópolis x Rio das Ostras
Teresópolis x Nova Friburgo
Teresópolis x Magé (via Guapimirim)
Teresópolis x São José do Vale do Rio Preto
Carmo x Niterói (via Sumidouro/Teresópolis)
Teresópolis x Carmo/Jamapará
Teresópolis x Sapucaia (via Aparecida)


MS11 Teresópolis x Guapimirim
Teresópolis x Vieira
Teresópolis x Vieira (via Lúcios)
Teresópolis x Volta do Pião
Teresópolis x Mottas
Teresópolis x Água Quente
Teresópolis x Soledade



Viação Dedo de Deus

15 Rodoviária x Jardim Féo
30 Rodoviária x Canoas (via V. Paraíso)
32 Rodoviária x Andradas (via V. Paraíso)
33 Rodoviária x Santa Rita (via V. Paraíso)
33.1 Rodoviária x Cruzeiro (via V. Paraíso)
33.2 Rodoviária x Santa Rira (via V. Paraíso/Poço dos Peixes)



34 Rodoviária x Providência (via V. Paraíso)
34.1 Rodoviária x Providência (via Andradas)
35 Rodoviária x Vargem Grande (va V. Paraíso)
35.1 Rodoviária x Boqueirão (via V. Paraíso)
36 Rodoviária x Vale Alpino (via V. Paraíso)
36.1 Rodoviária x Sebastiana (via V. Paraíso)
36.2 Rodoviária x Sebastiana (via Fonte)
36.4 Rodoviária x Fazenda São Luiz (via V. Paraíso)


43 Rodoviária x Brejal (via V. Paraíso)
45 Rodoviáia x Vale São Fernando (via Ermitage/Fonte Santa)
47 Rodoviária x Imbuí (via V. Paraíso)
47.1 Rodoviária x Chácada (via V. Paraíso)
47.2 Rodoviária x Fazenda do Badu (via V. Paraíso)
52 Rodoviária x Salaquinho (via Cascata do Imbuí)
53.5 Rodoviária x Rua Pará (via Pç. dos Operários)
55.1 Rodoviária x Arrieiro 2ª Igreja (via Holliday)
55.2 Rodoviária x Poço dos Peixes (via V. Paraíso)
58 Rodoviária x Serrinha (via V. Paraíso)
59 Rodoviária x Venda Nova (via V. Paraíso)
59.1 Rodoviária x Prates (via V. Paraíso)
97 Rodoviária x Pq. de Pessegueiros (via V. Paraíso)



Viação 1º de Março

P09.1 Rodoviária x Matinha (via Cascata do Imbuí)
P98 Rodoviária x Pedra da Tartaruga (via Cascata do Imbuí)




Viação Rio Doce


Rio de Janeiro x Leopoldina
Rio de Janeiro x Palma
Rio de Janeiro x Recreio
Rio de Janeiro x Iuna



Rio de Janeiro x Espera Feliz
Rio de Janeiro x Vitória da Conquista
Niterói x Leopoldina
Itaguaí x Governador Valadares




Viação Gontijo

Rio de Janeiro x João Pessoa
Rio de Janeiro x Recife (via João Pessoa)
Rio de Janeiro x Natal (via João Pessoa/Recife)
Rio de Janeiro x Teófilo Otoni (via Realeza/Gov. Valadares)



Rio de Janeiro x Itapetinga (via Teófilo Otoni)
Rio de Janeiro x Vitória da Conquista


Viação Novo Horizonte

São Paulo x Brumado (via Rio de Janeiro)





Auto Viação 1001

Rio de Janeiro x Itaperuna (via Pirapetinga/Pádua)
Rio de Janeiro x Itaperuna (via Muriaé)
Rio de Janeiro x Tombos (via Raposo/Natividade/Porciúncula)
Rio de Janeiro x São Fidélis (via Pirapetinga/Pádua)
Rio de Janeiro x São José do Calçado




Referências Bibliográficas

Câmara Municipal de Guapimirim, IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Prefeitura Municipal de Teresópolis, trilhando Montanhas, Estações Ferroviárias, Revista Conjuntura, NET Diário História das Barcas na Bahia de Guanabara, Terebus, Ativa FM 104.9 São José, Lembranças do Brasil - As Ferrovias nos Cartões Postais e Álbuns de Lembranças, ASBRAP Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Geografia, Ônibus Brasil, Portal Terê, Memória dos Cartões Postais do Brasil, Visite friburgo, Rodoviária Online, O botânico George Gardner e suas impressões sobre a cultura escrava no Brasil: Rio de Janeiro - 1810-1850, Jornal Milênio Vip, O Transporte em Teresópolis na História, Trolley Mania, Viação Teresópolis e Turism Ltda., Biblioteca digital Luso-Brasileira, SESC Rio, Câmara Municipal de Sapucaia, Universidade Federal de juiz de Fora, Novo e Completo Índice Chronologico da Historia do Brasil, Agências Postais, Museu Digital Nielson Diplomata, Mapa de Cultura RJ, Revista Echo Americano, Memória Mageense, Revista da Semana.
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