Rotas Fluminenses: 431I Nilópolis x Nova Iguaçu via Mesquita

Dados da linha:
431I - Nilópolis x Nova Iguaçu via Mesquita
Empresa: RJ 130 Expresso São Francisco
Tipo: Urbana Intermunicipal




A ligação rodoviária entre Nilópolis e Nova Iguaçu se iniciou desde que o povoado de Engenheiro Neiva foi formado. Um serviço de bonde operados pela Companhia Carril Melhoramentos de Iguassú, que realizava o serviço com bondes puxados a burros. Isso no início do século XX.

Com o tempo, os ônibus foram substituindo os bondes da Melhoramentos de Iguassú e a primeira linha entre estas duas cidades surgiu quando a Empresa Nossa Senhora da Conceição operava uma linha ligando Nilópolis a Mesquita, na época distrito de Nova Iguaçu.

Já sob operação da Expresso São Francisco, a linha foi estendida até Juscelino e em seguida Nova Iguaçu.

A linha parte da Plataforma A do Terminal Rodoviário de Nilópolis e manobra por duas ruas até chegar na Avenida Getúlio de moura, via que tem seu leito direito a EFCB.

Entramos em outras vias onde a presença de pedestres, muitos deles idosos é constante, devido ao grande comércio e calçadas estreitas, o que faz surgir grandes aglomerações, principalmente no cruzamento das estradas Mirandela e Getúlio Vargas, a primeira concentra o calçadão da cidade e a segunda todo trânsito de quem vai das cidades de Nova Iguaçu e Mesquita em direção ao Rio.

Pela Estrada Mirandela, passamos pelo ponto de partida da linha 439I, que faz trajeto parcial da 431I, Nilópolis X Mesquita via Chatuba e que deu origem à atual 431I.

No cruzamento com a Rua João Evangelista de Carvalho, entramos à direita em direção ao Rio Sarapuí, esse serve como limite entre os municípios de Nilópolis e Mesquita.

Em 21 de Agosto de 1947 Nilópolis emancipou-se de Nova Iguaçu. Questionou-se então que o território nilopolitano deveria ser o da Fazenda São Matheus, que ia até o Córrego do Socorro (divisa entre Av. União e Rua Batista das Neves). Com a venda dessa área no início do Século XX, os lotes destinados aos compradores de mais baixa renda  foram registrados em cartório com ruas enaltecendo grandes “vultos históricos” como era praxe do positivismo, uma tradicional corrente filosófica. O Município de Nilópolis então teve – como na verdade deveria ser – limite no Rio Sarapuí, maior acidente geográfico de referência, fazendo com que se perdesse para Nova Iguaçu os bairros Chatuba e Várzea do Sarapuí, hoje conhecido como Edson Passos.

Já após a ponte sob o Rio Sarapuí, a via passa a se chamar Rua Almirante Batista das Neves, nome dado à rua com maior numero de negros no eixo Mesquita/Nilópolis.

Pode parecer zombaria... e de fato é. No bairro com maior população de negros e pardos e onde os moradores detém a menor renda do eixo Mesquita/Nilópolis, ergue-se uma homenagem a um notório torturador de negros da República. O Almirante João Batista das Neves, comandante de um dos maiores navios de guerra das Américas, institucionalizava o que João Cândido chamava de “escravidão na Marinha brasileira”, fazendo dos castigos físicos uma verdadeira vergonha para a nação brasileira e mostrando que, para muitos "senhores", o pobre e o preto ainda devem ser submetidos à "justiça" de quem manda.

... Voltando a nossa viagem, atravessamos o Córrego do Socorro, onde a avenida Passa a se chamar União e seguindo por essa, chegamos ao centro do município, com um comércio menos intenso que o anterior.

Após passarmos pela Praça Elizabeth Paixão nos encontramos mais um vez com a EFCB, que nos acompanhará até o fim da nossa viagem. A partir daqui, as paradas vão ficando mais distantes e menos constantes. Chegamos em Presidente Juscelino e sem perceber, ao passarmos pela esquina com a Rua Irmão Maurício, estamos em Nova Iguaçu e a via passa a se chamar Rua Bernardino de Mello.

Nesse perímetro, encontramos trânsito intenso, via e calçada estreitas com apenas uma faixa de rolamento e pedestres realizando travessia fora da faixa, além do transporte alternativo que para em pontos irregulares.

Recentemente. Nova Iguaçu iniciou a licitação de dois consórcios para a exploração de linhas municipais, mas em termo de mobilidade urbana, ainda tem muito a se desenvolver e tentar melhorar.

Enfim chegamos à Rua Comendador Soares, onde termina o trajeto em direção à Nova Iguaçu, mas so quando já estamos voltando, passaremos pelo despachante da linha que fica na Bernardino de Melo em frente a Estação Nova Iguaçu da EFCB.

Ali paramos por alguns minutos e na mesma calçada, param linhas que já pertenceram à Expresso São Francisco e foram vendidas ao Grupo MVR.
460I Nova Iguaçu x Delamare
461I Nova Iguaçu x Fábrica de Pólvora
462I Nova Iguaçu x Rua da Serra

> Linhas que junto à 431I, eram municipais até 1947 e 1999, quando houveram as emancipações de Nilópolis e Mesquita respectivamente.

> Na praça do Skate não há um ponto final, o motorista para no ponto, muda a vista eletrônica e segue a viagem como se fosse um ponto regulador de linha circular.
Tags :
[2][iconeI][style-1][LEIA TAMBÉM][As mais lidas até o momento]

Visitantes


Somos movidos pelo interesse de explorar os meios, modos e regras que integram o sistema de mobilidade urbana no Estado do Rio de Janeiro. O avanço tecnológico tem trazido mais dinamismo nas cidades, fazendo com que a população evolua e acompanhe esse avanço.

Buscamos obter informações, matérias, históricos e projetos de mobilidade e transformação urbana, assim como a realização de visitas técnicas em empresas, concessionárias e instituições relacionadas à Mobilidade Urbana do RJ, cuja perspectiva é abordar temas mais diversos e estar inteirado no que há de vir nos serviços de transportes.


Postagem em destaque

Luxor Transportes e Turismo - A Gigante da Baixada Fluminense

A Luxor Transportes e Turismo foi uma empresa polêmica, que ao longo de sua trajetória desencadeou reviravoltas que mexeram estruturalmente ...

Explorando Caminhos |🚦Perspectivas