Rotas Fluminenses: 400M Bairro das Palmeiras x Niterói via Nova Cidade

Dados da linha:
Linha 400M - Bairro das Palmeiras x Niterói via Nova Cidade
Empresa: RJ 105 Auto Viação ABC


Tipo: Urbana Intermunicipal




A linha parte da Plataforma 5 do Terminal Rodoviário João Goulart no Centro de Niterói.



Terminal Rodoviário João Goulart

Terminal Rodoviário João Goulart começou a ser construído em 1992 e inaugurado em 1995, seu nome homenageia o ex-presidente da República João Goulart.



Terminal Rodoviário João Goulart

É dividido em 13 plataformas, conta com 102 linhas de ônibus municipais e intermunicipais em seus 15.454 metros quadrados administrados pela NITER - Niterói Terminais Rodoviários, autarquia municipal responsável pela administração do terminal, embora sua operação fique atualmente a cargo de uma concessionária privada, a TERONI.



O Terminal abriga linhas com rotas dentro do município de Niterói e rotas com destinos intermunicipais e interestaduais, incluindo Grande Niterói, Cidade do Rio de Janeiro, Região dos Lagos e Baixada Fluminense.




Antes da inauguração as várias de ônibus ficavam espalhadas pelas vias do Centro, principalmente na própria Avenida Visconde de Rio Branco, grande parte em um terminal bem mais modesto, formado por calçadões que tinham coberturas circulares, os Terminais Urbanos Juscelino Kubitschek de Oliveira e Agenor Barcelos Feio (respectivamente chamados de Terminal Norte e Terminal Sul), implantado prefeito Moreira Franco em 1977 e 1982.


Plano de Aterro da Praia Grande
O prefeito João Sampaio governou entre 1993 1996 e deu continuidade ao projeto denominado Plano Urbanístico do Aterro Norte, em função do qual a prefeitura promoveu um reparcelamento da área do aterro, que permitiu a construção do Terminal Rodoviário Urbano de Niterói (Terminal Rodoviário João Goulart) e a duplicação da principal avenida do Centro, a Avenida Visconde do Rio Branco.



Saindo do terminal, a linha segue pela Avenida Feliciano Sodré até acessar a Avenida do Contorno no Largo do Barradas.
A Avenida do Contorno é integrante da BR-101 Sul (Rodovia Governador Mário Covas).
No Largo do Barradas passamos pelas alças de sbida e descida da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói).



Av. Feliciano Sodré, entre os bairros da Ponta d'Areia e São Lourenço - Construção da Ponte Presidente Costa e Silva - 1973

Em grande parte do trajeto, a linha segue o itinerário paralelo ao leito do antigo ramal de trens.


Linha do Litoral - Ramal Niterói x Visconde de Itaboraí


Construído em 1874 pela Cia. de Ferro Carris Niteroiense e depois incorporada pela Leopoldina em 1887, o trecho entre Maruí e Visconde de Itaboraí foi aberto aos trens metropolitanos em 1932 com dois trens diários.
Estação General Dutra

A linha foi incorporada à linha que seguia para Campos, chamada de "linha do Litoral". Mais tarde, trens metropolitanos passaram a correr pelo trecho, como também por aí passavam as composições que saíam de Niterói e seguiam para Campos e Vitória.


Em 1930, com a construção da estação General Dutra e a extensão dos trilhos, é iniciado o serviço de trens suburbanos no ramal de Niterói, entre as estações de Niterói - General Dutra e Pedro de Alcântara, em função do explosivo crescimento populacional de São Gonçalo.



O serviço de bondes elétricos e ônibus já não atendiam com eficiência o transporte de passageiros na ligação Niterói x São Gonçalo. Posteriormente a linha é estendida até Guaxindiba e depois até Visconde de Itaboraí.

Após Visconde de Itaboraí, a linha foi estendida até Cachoeira de Macacu e Rio Bonito, cujas atividades foram encerradas devido a pressões políticas de grupos de transporte concorrentes.


Estação Santana do Maruí - 2005
Com a transferência do controle para CBTU em 1984, o serviço passou a não ter mais manutenção, e mais tarde pela CENTRAL Logística, a empresa que substituiu a parte da Flumitrens que não foi privatizada, ou seja, não passou para a SuperVia. Desta forma, passou a correr os 33 km de linha com trens velhíssimos e sem nenhuma segurança.

Em dezembro de 2004, por causa de um roubo de tubulação entre Guaxindiba e Itambi, a linha foi destruída nesse ponto, o que ocasionou a parada do trem e a conseqüente invasão do leito e construção de moradias. Em agosto de 2005, ele voltou a circular e no final de 2006 ele voltou a ser desativado.



Estação General Dutra

A estação de Niterói foi inaugurada em 1930, como resultado de três anos de obras resultantes de um acordo da Leopoldina com o Estado do Rio de Janeiro.



Estação General Dutra - Avenida Feliciano Sodré
Ela foi construída sobre um aterro que avançou sobre o mar, junto ao Cais de São Lourenço. Ela substituiu a antiga estação de Maruí, de onde partiam os trens da Leopoldina até essa data, e da qual dista cerca de um quilômetro e meio. A linha foi estendida de Maruí contornando a enseada até chegar à estação nova.
Em 1973, com a construção da Ponte Rio-Niterói, os trilhos foram removidos e a estação desativada.




Estação Santana do Maruí


Construída em 1871, a estação foi inaugurada 
pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense nas proximidades da orla da baía de Guanabara, no bairro do Barreto.

Pátio de manobras da estação Santana do Maruí
Em 1887, a Leopoldina comprou a empresa e absorveu a linha. A estação funcionou como tal até 1930, quando foi substituída pela estação nova de Niterói, chamada por algum tempo, nos anos 1940, de General Dutra.


Estação Maruí
Até 1926, quando ocorreu a ligação entre a estação de Barão de Mauá e a linha que ligava Niterói a Campos, a estação era o ponto de partida para os trens que dali saíam no sentido de Campos e de Vitória.

Para se chegar a ela vindo do Rio de Janeiro, tomavam-se as barcas para Niterói. Depois, continuou também servindo para isso, mas o movimento diminuiu. Com a construção da estação de General Dutra, diminuiu mais ainda. 


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Voltando à nossa viagem, n
o Barreto a Avenida do Contorno passa a chamar Rodovia Niterói-Manilha, essa mudança ocorre no entroncamento com a Estrada RJ-100 Rua João de Deus Freitas.



RJ-100 Barreto x Rio do Ouro

A RJ-100 serve de limite entre os municípios de Niterói e São Gonçalo em toda sua extensão, do Barreto ao Rio do Ouro. Em sua importância, a via liga a BR-101 à RJ-106 Rodovia amaral Peixoto (Rodovia Tronco Norte Fluminense) conectando com a RJ-104 Rodovia Niterói-Manilha.

Em seus 37km, a RJ-100 recebe cinco nomes em sua extensão:
Barreto - Rua João de Deus Freitas
Barreto x Fonseca - Rua Doutor Marchi
Baldeador x Santa Bárbara - Estrada Bento Pestana
Santa Bárbara x Baldeador - Rodovia Prefeito João Sampaio
Baldeador x Maria Paula - SECCIONADA COM A RJ-104
Maria Paula x Rio do Ouro - Rodovia Prefeito João Sampaio
Rio do Ouro x Maria Paula - Estrada da Paciência
Maria Paula x Até o fim - Rodovia Prefeito João Sampaio.






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Saindo da Avenida do Contorno, entramos na RJ-100 até a Praça do Barreto, onde então seguimos pela Rua Oliveira Botelho. Após passarmos sobre a ponte do Rio Bomba chegamos ao bairro Neves, no município de São Gonçalo.


Na altura da Rua Marechal Floriano Peixoto, havia um cruzamento com a Estrada de Ferro de Maricá, que iniciava na Estação Neves.



Estrada de Ferro de Maricá

Estação Neves
Estação Neves
Era da estação de Neves que saía o ramal rumo a Maricá e Cabo Frio. Estava localizada à beira mar, com os escritórios e instalações para passageiros e carga. A linha seguia pela rua até cruzar com a Leopoldina, até por volta de 1963 quando foi firmado um acordo entre as duas ferrovias, permitindo que os trens da E. F. Maricá utilizassem a estação General Dutra.






Com a desativação dessa linha, o prédio serviu de quartel e depois abrigou a 73ª DP. Agora serve de arquivo e carceragem para a polícia.



No município de São Gonçalo, a última estação da Estrada de Ferro de Maricá era a Estação Calaboca.



A estação de Calaboca foi inaugurada em 1940 e desativada em 1964. Até 2009 o prédio estava abandonado dentro de um pasto em estado deplorável. Além dela havia um túnel distante mais ou menos 400 metros.







Em 2015, a direção do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) registrou queixa na delegacia da Polícia Federal de Niterói para denunciar a derrubada da antiga estação de Calaboca, que fazia parte da extinta Estrada de Ferro Maricá. A estação estava numa área que foi anexada ao parque em 2007. O diretor do PEST, Jhonatam Ferrarez, recebeu uma denúncia anônima sobre a demolição do prédio, construído em 1940. Ele foi ao local, na Estrada de Itaipuaçu, a pouco mais de 200 metros da RJ-106, e constatou o crime ambiental. A antiga estação ficava em meio a várias mangueiras.

O local foi cercado, e uma porteira foi instalada há pouco tempo. Todos os vestígios da estação foram retirados do local.
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Voltando à 400M, chegando em Vila Lage a via se torna Rua Doutor Alberto Torres até o Porto velho, onde passa então a chamar Rua comandante Ari Parreiras até a esquina com a Rua Visconde de Itaúna no bairro Porto Novo.

Na Rua Doutor Francisco Portela seguimos em direção à Praça Zé Garoto e vamos em frente na Rua Coronel Moreira César. Já na região do centro comercial e empresarial de São Gonçalo, a linha segue pelas ruas Feliciano Sodré e Doutor Nilo Peçanha.


Ao chegar em Nova Cidade, entramos na Rua Vicente de Lima Cleto e seguimos até a BR-101 Rodovia Governador Mário Covas no bairro Pião. Dali seguimos em frente e passamos embaixo do viaduto da rodovia.

Ao atravessar chegamos em Itaúna, onde seguimos a Estrada Conceição até o Largo Itaúna e acessamos a última rua da nossa viagem: A Estrada das Palmeiras. Por ela seguimos até o Bairro das Palmeiras e paramos na esquina com a Travessa Levi Miranda.




Bairro das Palmeniras

Na década de 1960, quando, ao nomear a Estrada que ia de Itaúna até o Salgueiro, a rua no entorno do morro do Salgueiro recebeu o nome de Estrada das Palmeiras, já que nos morros do Salgueiro existem muitas palmeiras.

Estrada das Palmeiras

Com a construção, na década de 1980, do Conjunto Habitacional na área de mangue ao lado do do chamado Rio Morto, afluente do Guaxindiba, que desagua na Baia de Guanabara, precisavam de um nome para o bairro daí o nome Bairro das Palmeiras, pois a continuação da Estrada, que acabava no mesmo rio. A construção foi feita pela Caixa de Construções da Marinha do Brasil, e foram usados centenas de caminhões de aterro para afastar o mangue.



Com o passar do tempo, foi construido também mais à frente o Conjunto da PM  para abrigar os policiais militares e suas famílias, mas a localidade tem o nome do primeiro conjunto.

Atualmente o bairro é simplesmente chamado de “Palmeiras”.



Informações da linha:

A linha 400M possui uma complementar e uma variante:

A linha 1400M Bairro das Palmeiras x Niterói via Nova Cidade faz o mesmo trajeto da 400M, diferenciando apenas na frota utilizada.





A linha 3400M Bairro das Palmeiras x Niterói via BR-101 é uma variante expressa, considerando que a linha original e a 1400M seguem por dentro do município de São Gonçalo e levam muito mais tempo em seu percurso.








Histórico da linha 400M


A linha teve origem com a Auto Ônibus Nova Cidade (RJ102) que findou nos anos 80, passando suas linhas à Companhia de Ônibus Encontro S/A (Coesa, RJ117, atual Coesa Transportes Ltda).






Em 2008, estas mesmas linhas foram passadas à Auto Viação ABC Ltda. (RJ105), integrante do Grupo Mauá.




Tais linhas são:
400M Bairro das Palmeiras x Niterói
401M Luiz Caçador x Niterói
402M Jardim São Lourenço x Niterói


Por característica, todas estas linhas se encontram no Rodo de Itaúna, e desembocam no corredor principal da cidade à altura da Praça de Nova Cidade, dali escoando para Niterói.





Referências Bibliográficas

Sim São Gonçalo, Cia de Ônibus, Estações Ferroviárias, EF Maricá, Ônibus Brasil, Resgatando Memórias, Niterói Antigo, Fetranspor.

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