Na região das Serra do Matoso existem diversas ruínas de casarios antigos e sedes de fazendas. A Serra do Matoso situa-se no plano geral da cadeia de serras e é cortada pela Estrada do Nonô, ligando as serras do Caçador, do Matoso e do Piloto.
Parte da cadeia de montanhas é de propriedade da Light (empresa fornecedora de energia do rio de janeiro), e de duas RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) que lutam pela preservação da serra no anonimato.
Localizada entre dois parques ecológicos enormes (parque do Cunhambebe) que já pega parte da estrada no município de Mangaratiba e a (Apa do Guandu), a Serra do Matoso abriga as comunidades do Santarém, Fazendinha, Nonô, Nova Aliança, Serra do Matoso, Benfica, Fazenda Coroação e Fazenda Andrade. Seu acesso pode ser feito através de trilhas ou por estradas vicinais, oriundas de Itaguaí, Mangaratiba, Rio Claro e Piraí.
No transporte público, a região é atendida por uma única linha de ônibus, que com 36km de extensão, parte do Terminal Rodoviário Otoni Rocha, em Itaguaí. A linha 590I Itaguaí x Nono via Caçador atende, a partir de Raiz da Serra em Itaguaí, ao bairro do Caçador, onde a partir daí inicia o acesso à Estrada do Nonô, percorrendo a estrada de terra até os limites entre Piraí e Rio Claro, em percurso de aproximadamente 2 horas.
O território da Serra compreendido à Piraí pertenceu à antiga freguesia de São José do Bom Jardim, criada pela Lei Provincial nº 519, de 4 de maio de 1850, (até então era Curato pertencente à São João Marcos). No seu território se localizava a Feitoria do Bom Jardim pertencente à Família Imperial. A Feitoria pertencia a Fazenda Real de Santa Cruz. Teve seu auge como muitas outras no período quando recebia viajantes e mercadorias vindas de São João Marcos, Passa Três, Rio Claro e Piraí, que iam em direção à Corte do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense.
Ponto final da linha 590i na Serra do Matoso. |
Em 1908 as freguesias de São José do Bom Jardim e Arrozal de São Sebastião foram completamente assoladas por febre epidêmica, declarada como consequência de uma represa mandada construir em terras da mesma pela Light & Pwer Cia, e os edifícios abandonados pela fuga e morte de seus habitantes, foram desmoronando em modo a ficar na primeira três casas habitáveis e a igreja; e na segunda tudo completamente em ruínas. O povoado foi reerguido pelos moradores que voltaram depois do flagelo. Mesma sorte não teve o Arrozalzinho que, totalmente destruído, desapareceu para sempre.
A região foi palco de um grande desastre natural na década de 60. Em janeiro de 1967, um temporal isolou a Raiz da Serra, do restante do município de Itaguaí, pois a única ponte que ligava à estrada, foi destruída pelas águas do rio Mazomba, que desviou seu curso. No alto da serra muitas casas foram soterradas e outras destruídas pelo escorregamento da enxurrada. Na localidade de Mazomba, também no município de Itaguaí, além de corpos encontrados, o rio Mazomba desviou totalmente seu curso, devastando todas as plantações e destruindo mais de 15 casas.
Devido a Estrada do Nonô, a Serra do Matoso está numa área de transição entre os dois parques, recebendo uma pressão urbana resultante no enfraquecimento da fauna e flora, devido ao acesso de caçadores e palmiteiros, que em maior parte, acessa a região por trilhas não identificadas pelo mapa de satélites e difíceis de serem fiscalizadas.
Baixada de Itaguaí - vista da Tampa de Parapente |