Consiste num degrau de borda de planalto intensamente dissecado e recuado, apresentando cristas amorreadas. Está alçado por tectônica a mais de 500m de altitude, emoldurando o recôncavo da Baixada de Sepetiba.
No dia 22 de janeiro de 1967, as encostas da Serra das Araras praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.
Em algumas localidades, destruição foi total, é o caso de Cacaria e Mazomba, que praticamente foram varridas do mapa pelas enclhentes, que deixaram um rastro de cadáveres espalhados em diversos pontos, nos locais onde antes havia plantações e pastagens.
Grande parte da Guanabara ficou às escuras, assim permanecendo por cerca de 1 hora e meia. A causa foi o soterramento das usinas Niio Peçanha e Fontes, no Estado do Rio, onde àquela altura a catástrofe já atingira seu clímax. Novas chuvas voltaram cair na sexta-feira, na região assolada pelo temporal de domingo, e, em conseqüência, Rio dos Macacos, que atravessa Paracambi cujo nível ainda estava acima do normal, inundou uma parte da cidade, mostrando que situação não estava absolutamente sob controle.
A Serra das Araras se individualiza da escarpa da serra da Bocaina, a oeste, e das escarpas das serras do Couto e dos Órgãos, a leste, por sua posição mais interiorana e altitudes mais modestas. Trata-se de uma unidade de relevo transicional entre os terrenos planos e colinas isoladas da Baixada de Sepetiba e o relevo colinoso da depressão interplanáltica do médio vale do rio Paraíba do Sul. Esse escarpamento estende-se da serra da Calçada até o sítio do conduto forçado da represa de Ribeirão das Lajes, evidenciando o recuo diferencial desse trecho da escarpa da Serra do Mar. A partir daí, segue uma direção SW-NE até às proximidades de Governador Portela.
A unidade é definida pelo sistema de relevo Escarpas Serranas Degradadas e Degraus em Borda de Planaltos, sendo drenada pelos principais formadores da bacia do rio Guandu: ribeirão das Lajes e rio Santana. A linha de cumeada do topo do escarpamento sustenta altitudes entre 500 e 600m, na Serra das Araras, e entre 500 e 700m, nas serras de Paracambi e Pau-Ferro, um pouco mais a leste.
Até 1935, quando foram iniciados trabalhos de desobstrução de sua calha, o Ribeirão das Lajes apresentava florestas bem desenvolvidas às suas margens. Atualmente, neste estirão, o rio é turbulento, tem águas barrentas e barranca elevada, onde se registram solapamentos.
Pouco depois da Via Dutra segue com curso mais lento até as proximidades da confluência com o Rio dos Macacos. Neste local há uma laje, chamada localmente de “itapuca” ou “ponte dos Carneiros”, que atravessa por completo o leito do Ribeirão das Lajes.
O bairro da Cascata, privilegiado por sua localidade geográfica, abrigou duas importantes fábricas da cidade, a Fábrica de Tecido Maria Cândida e a Crown Industria e Comercio LTDA. Fundada em 1924 por um grupo de investidores, a Fábrica Maria Cândida chegou a ser a segunda maior indústria do município. Além disso, em 1937 o empreendimento montou um bairro operário aos redores da fábrica. A pequena vila com 75 casas, escola, creche, praça, campo de futebol, posto médico e igreja, abrigava aproximadamente 300 moradores que forneciam a fábrica cerca 162 operários além dos moradores de outros bairros. Com o fechamento das fábricas da Cascata em 2007, a economia do local foi fortemente abalada, muitos operários tiveram que se reinventar e buscar novas profissões. Hoje, as instalações permanecem fechadas e vazias, o bairro da Cascata nunca mais foi o mesmo após o encerramento das atividades. |
Antes da transposição, nos períodos de estiagem, o rio fluía por baixo da laje (itapuca significa pedra furada), que formava uma ponte natural utilizada pelos moradores para ir de uma margem a outra. Com a ampliação da vazão, o fato não mais ocorre. Neste trecho o rio é turbulento e as águas e formam uma forte correnteza à jusante, com redemoinho. Observa-se solapamento de barrancas e a água é barrenta. À jusante, as águas seguem mais calmas até a confluência com o Rio Santana.
O Ribeirão das Lajes tem poucos estirões com matas de beira-rio, ocorrendo por vezes bambuzais às suas margens. A principal fonte de cargas orgânicas, lixo e dejetos industriais é o Rio dos Macacos, que cruza as áreas urbanas de Paulo de Frontin e Paracambi. Ocorre extração de areia desde a ponte da Via Dutra para jusante. Tentativas de extração nas proximidades do Valão d’Areia têm sido rechaçadas pelo Exército
Esse trecho da Serra do Mar reflete um marcante controle estrutural evidenciado pela adaptação do rio Santana e ribeirão das Lajes ao importante Lineamento Jacuecanga-Conrado. O lineamento, de direção SW-NE, está paralelo ao front da escarpa. O marcante controle estrutural, associado a uma litologia menos resistente aos processos de intemperismo e erosão (os granitos sine pós-tectônicos que recobrem grandes extensões das serras da Bocaina e dos Órgãos não afloram na serra das Araras, mas sim os granitóides anatéticos do Batólito Serra das Araras), parece ter condicionado o recuo diferencial e a degradação mais intensa desse trecho da escarpa da Serra do Mar. A frente original do escarpamento parece ter se situado ao longo do alinhamento serra da Calçada-serra da Bandeira, próximo ao núcleo urbano de Japeri.
Trata-se do trecho da escarpa da serra do Mar mais devastado no estado do Rio de Janeiro. Esse fato deve-se às altitudes relativamente modestas da escarpa da Serra das Araras, tornando-se, portanto, no principal eixo de comunicação entre ametrópole carioca e o Vale do Paraíba, sendo atravessada pela Estrada de Ferro Rio-São Paulo e pela Via Dutra (BR-116).
A Usina Hidrelétrica de Lajes também aí está instalada, desviando as águas das bacias dos rios Piraí e Paraíba do Sul para a bacia do rio Guandu, por meio dos reservatórios de Ribeirão das Lajes e do Vigário. Assim sendo, a escarpa da serra das Araras consiste numa unidade de relevo extremamente vulnerável a eventos de chuvas intensas.
Os eventos extremos de 1966 e 1967, quando foi registrado um expressivo número de movimentos de massa ao longo do escarpamento, caracterizam o processo de evolução geomorfológica desse tipo de relevo. O núcleo urbano de Engenheiro Paulo de Frontin localiza-se num patamar escalonado da escarpa, enquanto os núcleos de Paracambi e Japeri situam-se junto ao sopé, no recôncavo da Baixada de Sepetiba.
Os escravos e índios que fugiam de Itaguaí, formavam quilombos nas matas próximas - Guandu, Bacaxá, Palmares, do Garcia no Valão da Areia e o Mundéo dos Pretos na serra do Caçador. Para seu sustento vendiam madeiras. Em 1817 a Comissão de Melhoramentos, formuladora do Plano Quinquenal de reorganização da Fazenda de Santa Cruz e presidida pelo Superintendente Visconde do Rio Sêco deu instruções para o plantio de café em larga escala. Tal empreendimento envolveu a desapropriação de grandes áreas. A efetiva instalação de Itaguaí se deu em 11 de fevereiro de 1820. Havia em 1911 os distritos de Itaguaí, Bananal e Paracambi. Em 1933, Itaguaí, Seropédica (em 1997 se emancipou), Paracambi (que se emancipou em 1960), Caçador (atual Ibituporanga) e Coroa Grande (extinto em 1993 quando foi incorporado ao distrito de Itaguaí). O Distrito de Ibituporanga está localizado na ZPP (zona de preservação permanente). Em visita ao local, percebeu-se que se trata de uma região com residências afastadas umas das outras, cada qual atendida com o sua própria fonte de alimentação de água (geralmente poços ou nascentes) e também quanto ao sistema de esgoto (geralmente fossas sépticas ou negras). Ibituporanga, RJ - Ybýtý-poráng-a: palavra composta por: ybýtýra: morro, serra e poráng= bonito, isto é, morro bonito, serra bonita |