São Pedro do Triunfo teve sua origem na Estrada Geral de Cantagalo, também conhecida como Estrada Macaé-Cantagalo.
Com 62,1 km², o segundo distrito de Santa Maria Madalena, foi chamado Itapuá, palavra indígena que significa “pedra pontuda”, alusão à formação montanhosa que domina a região.
A estrada era utilizada por tropeiros que costumavam pernoitar e descansar seus animais. A partir daí, a região foi sendo lentamente povoada até sofrer uma explosão populacional nos anos 80, quando o êxodo rural levou várias famílias para o bairro.
O distrito também já se chamou São Pedro do Macabu, referência ao Rio Macabu e ao padroeiro São Pedro. Mas logo retornou ao nome indígena: Itapuá.
O nome Triunfo foi modificado para Itapuá em 28 de janeiro de 1944 pelo Decreto-Lei Estadual Nº 1603. Seis anos depois, em 1950, pela Lei 791 de 15 de fevereiro, voltou a ser Triunfo. O termo "Triunfo" surgiu após a população local debelar uma epidemia de impaludismo.
Triunfo é o mais bem localizado e estruturado dos distritos madalenenses. Cortado pela RJ-182, tem uma população estimada em 2.000 habitantes, área rural produtiva e inegáveis recursos naturais. Para muitos seria o terceiro distrito de Conceição de Macabu, tamanha a afinidade.
Estando a 12 quilômetros de Macabu, ou seja, menos de dez minutos de carro, contra 29 quilômetros de Santa Maria Madalena, mais ou menos 35 minutos serra acima, é mais que comum que os triunfenses recorram ao município vizinho para resolução de seus problemas mais urgentes.
A localidade de Osório Bersot, desmembrada de São Pedro do Triunfo, homenageia um proprietário rural e benfeitor daquela região.
O povoamento da região é antigo, estando relacionado à fundação do antigo povoado de São João do Macabu, depois Estação e Estação Velha, isso na primeira metade do século XIX.
Em 1951, quando foi planejada a segunda e definitiva emancipação de Conceição de Macabu, os eleitores de Triunfo enviaram um abaixo assinado com 100% de assinaturas à Assembléia Legislativa do Estado, pedindo que o distrito fosse desanexado de Santa Maria Madalena e anexado a Conceição de Macabu.
Com 62,1 km², o segundo distrito de Santa Maria Madalena, foi chamado Itapuá, palavra indígena que significa “pedra pontuda”, alusão à formação montanhosa que domina a região.
SB11 - Conceição de Macabu x Trajano de Moraes via Triunfo - Transportadora Macabu |
O distrito também já se chamou São Pedro do Macabu, referência ao Rio Macabu e ao padroeiro São Pedro. Mas logo retornou ao nome indígena: Itapuá.
São Pedro do Triunfo - Foto: Acervo Cassiane Carino |
Triunfo é o mais bem localizado e estruturado dos distritos madalenenses. Cortado pela RJ-182, tem uma população estimada em 2.000 habitantes, área rural produtiva e inegáveis recursos naturais. Para muitos seria o terceiro distrito de Conceição de Macabu, tamanha a afinidade.
Estando a 12 quilômetros de Macabu, ou seja, menos de dez minutos de carro, contra 29 quilômetros de Santa Maria Madalena, mais ou menos 35 minutos serra acima, é mais que comum que os triunfenses recorram ao município vizinho para resolução de seus problemas mais urgentes.
A localidade de Osório Bersot, desmembrada de São Pedro do Triunfo, homenageia um proprietário rural e benfeitor daquela região.
Foto: Reprodução da internet |
Sentada: Geronyma Bersot;
Os bebês Vespasiana Bersot e Clécio Bersot;
Os três adultos de pé são Esther Bersot e
Cândido Bersot (pais dos bebês)
e Alfrelídia Bersot Bessa
Foto: Reprodução da internet
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Osório Bersot nasceu em 1871 e veio a falecer em 1946, deixando numerosa família. Pessoa muito estimada na região, os moradores solicitaram à Câmara Municipal de Santa Maria Madalena que oficializasse o nome do lugarejo como Osório Bersot, pois popularmente a região já era conhecida por Osório - "vim do Osório pela manhã"; "vou ao Osório na segunda-feira" e etc.
Em 1951, quando foi planejada a segunda e definitiva emancipação de Conceição de Macabu, os eleitores de Triunfo enviaram um abaixo assinado com 100% de assinaturas à Assembléia Legislativa do Estado, pedindo que o distrito fosse desanexado de Santa Maria Madalena e anexado a Conceição de Macabu.
Distrito do Triunfo em Santa Maria Madalena - Foto: Acervo Digital Mário Guimarães |
Entretanto, análises feitas pelos deputados estaduais da época, concluíram que a desanexação (que incluiria também o Imbé, Osório e Agulha), comprometeria Santa Maria Madalena, que perderia 20% da sua renda, 40% da sua população, 60% do seu território e não ajudaria Conceição de Macabu.
Assim, descartou-se a adesão dos madalenenses e lutou-se para ter o apoio de Macabuzinho, o que acabou ocorrendo.
O Visconde de Imbé
José Antônio de Moraes, nascido em 25 de janeiro de 1821, receberia o título de Barão de Imbé em 1884, e o de Visconde em 1889.
José Antônio começou a vida trabalhando com o tio e padrasto João Antônio, com quem aprendeu os segredos do plantio e do beneficiamento do café.
Nos últimos anos de sua vida, influenciado pelo filho Trajano, José Antônio passou a fazer também investimentos em ações.
Em 1889, ao lado do cunhado, Manoel de Moraes, casado com sua irmã Antônia Rosa, participou de um arrojado empreendimento planejado por Trajano: a abertura de uma ferrovia ligando Macaé a Conceição de Macabu, Triunfo, Ventania, Vila Aurora e, por fim, à localidade de Manoel de Moraes, todas elas próximas das fazendas de sua família:
Ventania → da Fazenda Santo Inácio;
Aurora → da Fazenda Aurora;
ambas pertencentes a seu pai;
Manoel de Moraes → da Fazenda da Barra, pertencente a seu tio.
Com esse objetivo foi organizada a Companhia Estrada de Ferro Barão de Araruama, com sede em Santa Maria Madalena. Essa iniciativa deixava claro que Trajano pretendia mudar o perfil dos negócios da família, lançando-se em investimentos de base urbana e transformando-se num grande empresário.
O Visconde de Imbé não chegou porém a ver os resultados do empreendimento, pois faleceu no ano seguinte.
O ramal que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano de Morais) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano seguinte até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama
Em 1895, uma escritura de doação de terrenos firmada por Trajano, demonstrava seu interesse em “contribuir para o aumento e desenvolvimento das estações e do povoado que se formava ao redor”. As terras doadas destinavam-se à construção de casas de residência para o engenheiro e o empregado da estrada de ferro, além de oficinas e depósitos.
Em troca, a Companhia Estrada de Ferro Leopoldina deveria entregar-lhe um vagão-plataforma para o transporte de produtos agrícolas e industriais entre as estações de Macabu, Ventania e Aurora.
Somente em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue a continuação até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Morais. Antes disso, em 1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia aberto uma linha entre Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo outro ramal.
A estação de Manuel de Morais foi inaugurada em 1897. Dali a linha deveria continuar até Macuco, onde se encontraria com a linha Cordeiro-Macuco, o que nunca aconteceu. Ainda antes do fim da década, Trajano se desfez da Estrada de Ferro Barão de Araruama. Logo após a inauguração, a linha foi vendida À E. F. Santa Maria Madalena, e em 1907 à Leopoldina.
Dependendo da época, a linha principal era Conde de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel de Morais, com o outro trecho sendo o ramal, ou seja, passando por baldeação ou espera em Trajano de Morais.
Em 31 de agosto de 1965, o trecho a partir de Triunfo foi suprimido para trens de passageiros, ou seja, o entroncamento de Trajano de Morais já não era alcançado. Em 1967, o que restava do ramal acabou de vez.
Ficou, entretanto, o trecho entre Conde de Araruama e Conceição de Macabu ainda funcionando para a Usina Victor Sence, até o início dos anos 1990. Com a sua desativação, os trilhos foram arrancados.
O distrito do Triunfo cresceu às margens do Rio Macabu. Ao lado macabuense, está a localidade de Itapuá, atualmente conhecida como "Niterói".
A cidade de Niterói sempre teve como marca, o fato de estar diante do Rio de Janeiro, com se fosse uma pequena cidade desafiando a outra gigante, tendo por obstáculo a Baía de Guanabara, e, comunicação, a Ponte Rio-Niterói.
A localidade de Niterói (Itapuá), é na verdade um prolongamento de Triunfo e, recebeu esse nome por ficar do outro lado de um córrego, que posteriormente recebeu uma ponte. De um lado Triunfo (Rio), do outro "Niterói".
A Rua do Bom Destino liga as duas localidades através da ponte sobre o Rio Macabu.
O Rio Macabu já foi acompanhado de lagoas e brejos, principalmente no trecho plano entre Triunfo e a Lagoa Feia, que é a sua foz natural. Uma dessas lagoas, localizada onde hoje é o trevo da BR-101 que dá acesso direto à Macabuzinho, era chamada de Lagoa dos Patos, e os quilométricos brejos que existiam nas proximidades, eram denominados Brejos dos Patos.
Numa fazenda da região da Lagoa dos Patos, nasceu o primeiro político macabuense de peso, Francisco Nunes Amado de Aguiar, o Coronel Amado, Cavaleiro da Ordem da Rosa do Ouro, uma das mais elevadas condecorações do Império. O coronel foi subdelegado e juiz de paz em Macabu, assim que Macabu tornou-se freguesia em 1855, além de ocupar outros cargos em Macaé e região.
Também foi um dos mentores do projeto do Ramal Ferroviário que cortou o território macabuense em 1878, atuando anteriormente em projetos de navegação fluvial e na construção de estradas em toda a região.
A lagoa e o brejo foram drenados e dragados entre os anos 30 e os anos 60 do século passado, numa ação hoje considerada criminosa pelos problemas ambientais que vem provocando, mas na época, era a desculpa para se tentar sanear a região contra os terríveis mosquitos que ameaçavam o progresso, etc... Em outros casos, teve muita gente aumentando suas propriedades por conta das drenagens e dragagens.
A Estrada Provincial Macahé-Cantagallo
O Rio Macabu era usado como meio para se chegar à Região Serrana Fluminense (chamada genericamente de Cantagalo), a região de São João do Macabu e era um porto fluvial.
Os aventureiros e comerciantes que faziam o caminho fluvial, navegando em balsas, canoas e pranchas, movidas a remo ou vela, buscavam as famosas, porém pouco produtivas "Minas de Ouro do Cantagalo". O ouro de Cantagalo, embora existisse, não era muito, logo se esgotou. Mas no início do século XIX, uma nova riqueza se espalhou por lá, o café.
Os cafezais de Cantagalo eram acessados navegando-se pela Lagoa Feia, subindo o Rio Macabu, ancorando-se em São João do Macabu e, a partir daí, seguindo por trilhas lamacentas até o interior dos atuais municípios de Trajano e Madalena. O porto de São João do Macabu era chamado de Estação São João do Macabu, era bem movimentadoe, com o tempo, ficou apenas o nome Estação.
Entre 1842 e 1846, com os cafezais serranos batendo os récordes de produtividade, o então Governo Provincial resolveu facilitar o escoamento da produção cafeeira da região de Cantagalo para o porto de Macaé, construindo uma estrada para o tráfego de tropas, como eram chamados os conjuntos de burros e mulas que levavam sacos de café e outros produtos.
Para tal feitoria, delegou ao Visconde de Araruama recursos e poderes para abertura de uma estrada que interligasse o Porto de Macaé com a região de Cantagalo. Essa estrada, concluída em 1845, possuía uma série de ramais ou estradas vicinais, como a Estrada do Mandingueiro, a da Palioca, a do Roncador, a da Carreira Comprida, etc., e, como sua função básica era garantir o transporte na região em qualquer época do ano, nas áreas mais pantanosas ou íngrimes era comum que os construtores fizessem uma espécie de calçamento.
A Estrada Geral Macahé-Cantagalo, cujo nome verdadeiro é Estrada Geral de Cantagalo, aumentou o fluxo de navegação pelo Rio Macabu, tornando o povoado da Estação ainda maior e mais movimentado.
Essa estrada, concluída em 1845, possuía uma série de ramais ou estradas vicinais, como a Estrada do Mandingueiro, a da Palioca, a do Roncador, a da Carreira Comprida, etc., e, como sua função básica era garantir o transporte na região em qualquer época do ano, nas áreas mais pantanosas ou íngrimes era comum que os construtores fizessem uma espécie de calçamento.
O movimento na Estação era maior entre outubro e março, quando as chuvas deixvam o Macabu cheio, em condições ideais de navegabilidade. Por outro lado, as mesmas chuvas deixavam o trecho da estrada entre Macaé e Conceição de Macabu intransitável. Nos meses de abril a setembro, menos chuvosos, a estrada era mais usada que o rio, mesmo assim, o povoado era procurado, pois possuía hospedaria, casas comerciais, oficinas de ferreiro, funileiro e tonelaria.
Com a inauguração do ramal ferroviário da Cia. Estrada de Ferro Barão de Araruama, em 1878, houve também a inauguração da estação ferroviária de Conceição de Macabu, daí, o povoado da Estação (fluvial), trocou novamente de nome, passando a denominar-se Estação Velha.
Velha mesmo, derrocada total, alem do movimento que passou a se concentrar mais em Conceição de Macabu, a Estação Velha perdia em outro quesito: Salubridade. A região era pantanosa, as epidemias de malária, cólera, tifo, febre amarela e varíola eram mais frequentes que em Conceição de Macabu.
As florestas da região já haviam sido substituídas no século XIX por pastagens e cafezais da Fazenda Juraci. A propriedade era uma das mais ricas do antigo município de Macaé, servindo também de entreposto comercial de açúcar mascavo, rapadura, aguardente, café e escravos.
No princípio do século XX, a situação havia mudado muito, a fazenda já não era um exemplo de produção agropecuária e consequentemente, a região estava fadada ao esquecimento, quando o francês Victor René Sence a escolheu para erguer a Usina Conceição em 1912.
Adquirida pela Usina Victor Sence, a Fazenda Juraci passou a chamar-se Fazenda São João, nome que prevalece até os dias de hoje, mesmo não pertencendo mais à Usina.
O Golpe da Misericórdia veio em 1929, quando a crise da economia cafeeirafulminou a produção de Santo Antônio do Imbé, tornando inviável qualquer negócio estabelecido na Estação Velha, que até aquele ano resistia como último reduto dos tropeiros que usavam a Estrada do Mendingueiro para chegar ao Imbé.
A Usina Victor Sence foi a maior indústria de todos os tempos na região. Enquanto existiu, a Usina sempre se destacou na produçã de gêneros sucro-alcoólicos, que são os derivados da sacarose, açúcar, álcool, acetato de butila, butanol, acetona e etc. - senso pioneira e a única a produzir os três últimos produtos a partir da cana-de-açúcar em toda América Latina.
Em 1933 a Usina Victor Sence fechou suas portas, diminuindo o movimento de pessoas no bairro, empobrecendo-o, mas não chegando a provocar seu esvaziamento populacional.
A exploração do serviço de transportes de passageiros por ônibus na região do distrito do Triunfo e a sede Santa Maria Madalena, teve início com a empresa Transportadora Macabuense.
Na década de 1960, a Macabuense é comprada pela Rápido Macaense, que assuniu as linhas Conceição de Macabu x Niterói, Conceição de Macabu x Macaé, e Conceição de Macabu x Trajano de Morais. Na mesma ocasião a Macaense solicita ao DTC-RJ a permissão para exploração da linha Conceição de Macabu x Santa Maria Madalena.
Em 1975, a Macaense adquire da Rápido São Cristóvão a linha Conceição de Macabu x Campos, consolidando a sua operação na região.
A Rápido Macaense foi fundada em 24 de janeiro de 1956, explorando inicialmente a linha Macaé x Niterói, substituindo a Auto Viação 1001.
Após anos ampliando a sua área de atuação, a empresa realizava itinerários de linhas intermunicipais e algumas municipais entre os municípios de Macaé, Campos dos Goitacazes, Trajano de Moraes, Santa Maria Madalena, Niterói, Carapebus, Rio Bonito, Cassimiro de Abreu, Silva Jardim, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Rio das Ostras e Conceição de Macabu.
No dia 16 de setembro de 1997 é fundada a Transportadora Macabu, administrada por integrantes família Oertel.
Seu fundador, Herman Oertel é um dos filhos de seu Onorio de Souza antigo dono da Rápido Macaense Ltda.
Com a criação dessa empresa, a Rápido Macaense passou as linhas de Conceição de Macabu, Trajano de Moraes e Santa Maria Madalena pra a Macabu. Com as linhas a Macabu recebeu também alguns funcionários da Macaense que operavam nas linhas da região.
N215 Macaé x Quissamã (via estrada de Conceição)
N495 Campos x Macabuzinho
NB10 Conceição de Macabu x Campos
B140 Conceição de Macabu x Macaé (via Brejo Grande)
B141 Conceição de Macabu x Triunfo
B156 Conceição de Macabu x Santa Maria Madalena
Em 2003, em dificuldades financeiras, a Macaense é vendida para o Grupo JCA. A tradicional cor ver da frota é substituída pelo azul marinho.
Santa Maria Madalena e Trajano de Moraes possuem também ligação com o município de Macaé através da Serra da Pedra Branca, percorrendo os distritos macaenses do Frade e do Glecério.
Inicialmente, o transporte era realizado por caminhoneiros e motoristas de praça, mas, em 1966 um empresário começa a oferecer uma nova opção para os madelenses e trajanenses.
Nascido em 9 de novembro de 1927, em Pico de Itaboraí, município de Itaboraí, Joelson da Costa Antunes ficou órfão de mãe aos 12 e foi morar com um dos irmãos, que tentava ganhar a vida transportando passageiros.
Joelson não ficou muito tempo sem um veículo. Tendo se mudado para Macaé, no interior do Estado, usou sua parte da entrada e das promissórias recebidas da Viação Niterói para comprar outro ônibus, desta vez bastante usado, com capacidade para 20 passageiros.
Com ele, abriu no dia 26 de agosto de 1966 a empresa Viação Líder, a qual foi ao DER e requereu permissão para operar uma linha entre Macaé e Quissamã, no interior do estado do Rio de Janeiro. Obteve uma autorização precária (por 60 dias) e, decorrido esse prazo, a permissão definitiva.
Em seguida, comprou um segundo veículo, desta vez em ferro-velho. Fez ele mesmo a reforma, requereu e obteve a autorização para explorar a linha Macaé x Conceição de Macabu e contratou um motorista.
O lance seguinte decorreu de um pedido do próprio órgão municipal responsável pelo transporte de passageiros, que lhe confiou a operação de sua terceira linha, Macaé–Tapera. Depois a linha foi estendida ao alto de Tapera; era muito movimentada. O ônibus de Tapera virou assunto de comentários em toda Macaé, em sua maioria elogiosos à ousadia e persistência do jovem Joelson.
Porém, a sua Viação Líder começou a incomodar os motoristas de praça e de caminhões que transportavam passageiros na cidade. Um dia, alguém deitou boa quantidade de sal e areia no tanque de combustível do ônibus e o motor fundiu.
Em 1951, buscando alternativas de expansão, Joelson procurou os sócios fundadores de uma empresa intermunicipal que tinha várias linhas na região, uma inclusive em Macaé, e fez a eles uma proposta inusitada: queria comprar um único horário da linha entre Macaé e Niterói, que ele se propunha atender com seu ônibus Chevrolet 1950. Os portugueses Cortez e Olegário ouviram, acharam estranho e obviamente disseram não.
Foi este o primeiro contato daquele pequeno empresário com a Auto Viação 1001. Diante da recusa, decidiu vender seus três ônibus e as três linhas de Macaé para tentar um novo negócio em Niterói, ou no Rio de Janeiro.
Em meio aos belos e verdes vales da Região Serrana, a Viação Silveira corta a vazia rodovia RJ-146 transportando a população que mora em vilarejos afastados e depende do transporte para se deslocarem ao centro urbano próximo.
Uma dessas linhas parte da rodoviária de Bom Jardim e meio ao trajeto atende a localidade de Barra Alegre, ainda na mesma cidade. Seu destino final é Maria Mendonça, o quarto distrito da cidade vizinha de Trajano de Morais nascido às margens do Rio Macabu.
Localizado no 4º distrito de Trajano de Morais (Vila Gama), Maria Mendonça está em altitude próximo aos 1480m. No final do século XIX, a Vila de Alto Macabu possuía cultivos de café , sendo construída na região uma usina para o preparo do café.
O acesso ao local é realizado através da Rodovia Estadual RJ 162. De barro batido, a popular estrada de chão, e tem diariamente um tráfego intenso de veículos como carros, motos, caminhão e até ônibus de passageiro e escolar.
Assim, descartou-se a adesão dos madalenenses e lutou-se para ter o apoio de Macabuzinho, o que acabou ocorrendo.
O Visconde de Imbé
José Antônio de Moraes, nascido em 25 de janeiro de 1821, receberia o título de Barão de Imbé em 1884, e o de Visconde em 1889.
José Antônio começou a vida trabalhando com o tio e padrasto João Antônio, com quem aprendeu os segredos do plantio e do beneficiamento do café.
Nos últimos anos de sua vida, influenciado pelo filho Trajano, José Antônio passou a fazer também investimentos em ações.
À direita da foto, atrás da locomotiva, a estação de Triunfo. Ao fundo, as montanhas Foto: Antonio Carlos Braz |
Ventania → da Fazenda Santo Inácio;
Aurora → da Fazenda Aurora;
ambas pertencentes a seu pai;
Manoel de Moraes → da Fazenda da Barra, pertencente a seu tio.
Com esse objetivo foi organizada a Companhia Estrada de Ferro Barão de Araruama, com sede em Santa Maria Madalena. Essa iniciativa deixava claro que Trajano pretendia mudar o perfil dos negócios da família, lançando-se em investimentos de base urbana e transformando-se num grande empresário.
O Visconde de Imbé não chegou porém a ver os resultados do empreendimento, pois faleceu no ano seguinte.
O ramal que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano de Morais) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano seguinte até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama
Em 1895, uma escritura de doação de terrenos firmada por Trajano, demonstrava seu interesse em “contribuir para o aumento e desenvolvimento das estações e do povoado que se formava ao redor”. As terras doadas destinavam-se à construção de casas de residência para o engenheiro e o empregado da estrada de ferro, além de oficinas e depósitos.
Durante a construção da barragem do Rio Macabu entre as décadas de 40 e 50, a Viação Líder operou a linha de Macaé até Tapera, atual distrito de Vila da Gama. Foto: Reprodução da internet |
Somente em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue a continuação até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Morais. Antes disso, em 1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia aberto uma linha entre Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo outro ramal.
A estação de Manuel de Morais foi inaugurada em 1897. Dali a linha deveria continuar até Macuco, onde se encontraria com a linha Cordeiro-Macuco, o que nunca aconteceu. Ainda antes do fim da década, Trajano se desfez da Estrada de Ferro Barão de Araruama. Logo após a inauguração, a linha foi vendida À E. F. Santa Maria Madalena, e em 1907 à Leopoldina.
Dependendo da época, a linha principal era Conde de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel de Morais, com o outro trecho sendo o ramal, ou seja, passando por baldeação ou espera em Trajano de Morais.
O último trem de passageiros em Trajano de Moraes, em 29 de março de 1963 Foto: Acervo Mário Guimarães |
Ficou, entretanto, o trecho entre Conde de Araruama e Conceição de Macabu ainda funcionando para a Usina Victor Sence, até o início dos anos 1990. Com a sua desativação, os trilhos foram arrancados.
Perímetro Urbano do 2º distrito madelense de São Pedro do Triunfo - Foto: Google Earth |
A cidade de Niterói sempre teve como marca, o fato de estar diante do Rio de Janeiro, com se fosse uma pequena cidade desafiando a outra gigante, tendo por obstáculo a Baía de Guanabara, e, comunicação, a Ponte Rio-Niterói.
A localidade de Niterói (Itapuá), é na verdade um prolongamento de Triunfo e, recebeu esse nome por ficar do outro lado de um córrego, que posteriormente recebeu uma ponte. De um lado Triunfo (Rio), do outro "Niterói".
A Rua do Bom Destino liga as duas localidades através da ponte sobre o Rio Macabu.
O Rio Macabu já foi acompanhado de lagoas e brejos, principalmente no trecho plano entre Triunfo e a Lagoa Feia, que é a sua foz natural. Uma dessas lagoas, localizada onde hoje é o trevo da BR-101 que dá acesso direto à Macabuzinho, era chamada de Lagoa dos Patos, e os quilométricos brejos que existiam nas proximidades, eram denominados Brejos dos Patos.
Numa fazenda da região da Lagoa dos Patos, nasceu o primeiro político macabuense de peso, Francisco Nunes Amado de Aguiar, o Coronel Amado, Cavaleiro da Ordem da Rosa do Ouro, uma das mais elevadas condecorações do Império. O coronel foi subdelegado e juiz de paz em Macabu, assim que Macabu tornou-se freguesia em 1855, além de ocupar outros cargos em Macaé e região.
Mapa dos anos 1950 mostrando parte do município de Conceição de Macabu e a ferrovia Foto: IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. VI, 1958 |
Também foi um dos mentores do projeto do Ramal Ferroviário que cortou o território macabuense em 1878, atuando anteriormente em projetos de navegação fluvial e na construção de estradas em toda a região.
A lagoa e o brejo foram drenados e dragados entre os anos 30 e os anos 60 do século passado, numa ação hoje considerada criminosa pelos problemas ambientais que vem provocando, mas na época, era a desculpa para se tentar sanear a região contra os terríveis mosquitos que ameaçavam o progresso, etc... Em outros casos, teve muita gente aumentando suas propriedades por conta das drenagens e dragagens.
A Estrada Provincial Macahé-Cantagallo
O Rio Macabu era usado como meio para se chegar à Região Serrana Fluminense (chamada genericamente de Cantagalo), a região de São João do Macabu e era um porto fluvial.
Os aventureiros e comerciantes que faziam o caminho fluvial, navegando em balsas, canoas e pranchas, movidas a remo ou vela, buscavam as famosas, porém pouco produtivas "Minas de Ouro do Cantagalo". O ouro de Cantagalo, embora existisse, não era muito, logo se esgotou. Mas no início do século XIX, uma nova riqueza se espalhou por lá, o café.
Os cafezais de Cantagalo eram acessados navegando-se pela Lagoa Feia, subindo o Rio Macabu, ancorando-se em São João do Macabu e, a partir daí, seguindo por trilhas lamacentas até o interior dos atuais municípios de Trajano e Madalena. O porto de São João do Macabu era chamado de Estação São João do Macabu, era bem movimentadoe, com o tempo, ficou apenas o nome Estação.
Transportadora Macabu operando a linha Triunfo x Conceição de Macabu na RJ-182 |
Para tal feitoria, delegou ao Visconde de Araruama recursos e poderes para abertura de uma estrada que interligasse o Porto de Macaé com a região de Cantagalo. Essa estrada, concluída em 1845, possuía uma série de ramais ou estradas vicinais, como a Estrada do Mandingueiro, a da Palioca, a do Roncador, a da Carreira Comprida, etc., e, como sua função básica era garantir o transporte na região em qualquer época do ano, nas áreas mais pantanosas ou íngrimes era comum que os construtores fizessem uma espécie de calçamento.
Linha Conceição de Macabu x Triunfo - Ponte da RJ-182 sobre o Rio Macabu |
Essa estrada, concluída em 1845, possuía uma série de ramais ou estradas vicinais, como a Estrada do Mandingueiro, a da Palioca, a do Roncador, a da Carreira Comprida, etc., e, como sua função básica era garantir o transporte na região em qualquer época do ano, nas áreas mais pantanosas ou íngrimes era comum que os construtores fizessem uma espécie de calçamento.
O movimento na Estação era maior entre outubro e março, quando as chuvas deixvam o Macabu cheio, em condições ideais de navegabilidade. Por outro lado, as mesmas chuvas deixavam o trecho da estrada entre Macaé e Conceição de Macabu intransitável. Nos meses de abril a setembro, menos chuvosos, a estrada era mais usada que o rio, mesmo assim, o povoado era procurado, pois possuía hospedaria, casas comerciais, oficinas de ferreiro, funileiro e tonelaria.
Com a inauguração do ramal ferroviário da Cia. Estrada de Ferro Barão de Araruama, em 1878, houve também a inauguração da estação ferroviária de Conceição de Macabu, daí, o povoado da Estação (fluvial), trocou novamente de nome, passando a denominar-se Estação Velha.
Velha mesmo, derrocada total, alem do movimento que passou a se concentrar mais em Conceição de Macabu, a Estação Velha perdia em outro quesito: Salubridade. A região era pantanosa, as epidemias de malária, cólera, tifo, febre amarela e varíola eram mais frequentes que em Conceição de Macabu.
As florestas da região já haviam sido substituídas no século XIX por pastagens e cafezais da Fazenda Juraci. A propriedade era uma das mais ricas do antigo município de Macaé, servindo também de entreposto comercial de açúcar mascavo, rapadura, aguardente, café e escravos.
No princípio do século XX, a situação havia mudado muito, a fazenda já não era um exemplo de produção agropecuária e consequentemente, a região estava fadada ao esquecimento, quando o francês Victor René Sence a escolheu para erguer a Usina Conceição em 1912.
Maria-fumaça da Usina Victor Sence passando ao lado da Estrada Provincial Macahé-Cantagalo Foto: Reprodução da internet |
O Golpe da Misericórdia veio em 1929, quando a crise da economia cafeeirafulminou a produção de Santo Antônio do Imbé, tornando inviável qualquer negócio estabelecido na Estação Velha, que até aquele ano resistia como último reduto dos tropeiros que usavam a Estrada do Mendingueiro para chegar ao Imbé.
Usina Victor Sence - Foto: Reprodução da internet |
Em 1933 a Usina Victor Sence fechou suas portas, diminuindo o movimento de pessoas no bairro, empobrecendo-o, mas não chegando a provocar seu esvaziamento populacional.
Linha Conceição de Macabu x Triunfo - Terminal Rodoviário Francisco Barbosa de Andrade |
A exploração do serviço de transportes de passageiros por ônibus na região do distrito do Triunfo e a sede Santa Maria Madalena, teve início com a empresa Transportadora Macabuense.
Na década de 1960, a Macabuense é comprada pela Rápido Macaense, que assuniu as linhas Conceição de Macabu x Niterói, Conceição de Macabu x Macaé, e Conceição de Macabu x Trajano de Morais. Na mesma ocasião a Macaense solicita ao DTC-RJ a permissão para exploração da linha Conceição de Macabu x Santa Maria Madalena.
Em 1975, a Macaense adquire da Rápido São Cristóvão a linha Conceição de Macabu x Campos, consolidando a sua operação na região.
A Rápido Macaense foi fundada em 24 de janeiro de 1956, explorando inicialmente a linha Macaé x Niterói, substituindo a Auto Viação 1001.
Após anos ampliando a sua área de atuação, a empresa realizava itinerários de linhas intermunicipais e algumas municipais entre os municípios de Macaé, Campos dos Goitacazes, Trajano de Moraes, Santa Maria Madalena, Niterói, Carapebus, Rio Bonito, Cassimiro de Abreu, Silva Jardim, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Rio das Ostras e Conceição de Macabu.
No dia 16 de setembro de 1997 é fundada a Transportadora Macabu, administrada por integrantes família Oertel.
Seu fundador, Herman Oertel é um dos filhos de seu Onorio de Souza antigo dono da Rápido Macaense Ltda.
Com a criação dessa empresa, a Rápido Macaense passou as linhas de Conceição de Macabu, Trajano de Moraes e Santa Maria Madalena pra a Macabu. Com as linhas a Macabu recebeu também alguns funcionários da Macaense que operavam nas linhas da região.
N215 Macaé x Quissamã (via estrada de Conceição)
N495 Campos x Macabuzinho
NB10 Conceição de Macabu x Campos
B140 Conceição de Macabu x Macaé (via Brejo Grande)
B141 Conceição de Macabu x Triunfo
B142 Conceição de Macabu x Macaé (direto)
B155 Macaé x Santa Maria Madalena (via Trajano)B156 Conceição de Macabu x Santa Maria Madalena
Em 2003, em dificuldades financeiras, a Macaense é vendida para o Grupo JCA. A tradicional cor ver da frota é substituída pelo azul marinho.
Santa Maria Madalena e Trajano de Moraes possuem também ligação com o município de Macaé através da Serra da Pedra Branca, percorrendo os distritos macaenses do Frade e do Glecério.
Inicialmente, o transporte era realizado por caminhoneiros e motoristas de praça, mas, em 1966 um empresário começa a oferecer uma nova opção para os madelenses e trajanenses.
Nascido em 9 de novembro de 1927, em Pico de Itaboraí, município de Itaboraí, Joelson da Costa Antunes ficou órfão de mãe aos 12 e foi morar com um dos irmãos, que tentava ganhar a vida transportando passageiros.
Joelson da Costa Antunes jnto ao seu ônibus da Viação Líder - Foto: Reprodução da internet |
Com ele, abriu no dia 26 de agosto de 1966 a empresa Viação Líder, a qual foi ao DER e requereu permissão para operar uma linha entre Macaé e Quissamã, no interior do estado do Rio de Janeiro. Obteve uma autorização precária (por 60 dias) e, decorrido esse prazo, a permissão definitiva.
Em seguida, comprou um segundo veículo, desta vez em ferro-velho. Fez ele mesmo a reforma, requereu e obteve a autorização para explorar a linha Macaé x Conceição de Macabu e contratou um motorista.
O lance seguinte decorreu de um pedido do próprio órgão municipal responsável pelo transporte de passageiros, que lhe confiou a operação de sua terceira linha, Macaé–Tapera. Depois a linha foi estendida ao alto de Tapera; era muito movimentada. O ônibus de Tapera virou assunto de comentários em toda Macaé, em sua maioria elogiosos à ousadia e persistência do jovem Joelson.
Porém, a sua Viação Líder começou a incomodar os motoristas de praça e de caminhões que transportavam passageiros na cidade. Um dia, alguém deitou boa quantidade de sal e areia no tanque de combustível do ônibus e o motor fundiu.
Em 1951, buscando alternativas de expansão, Joelson procurou os sócios fundadores de uma empresa intermunicipal que tinha várias linhas na região, uma inclusive em Macaé, e fez a eles uma proposta inusitada: queria comprar um único horário da linha entre Macaé e Niterói, que ele se propunha atender com seu ônibus Chevrolet 1950. Os portugueses Cortez e Olegário ouviram, acharam estranho e obviamente disseram não.
Linha Casimiro de Abreu x Sana (Macaé) - Foto: Reprodução da internet |
Em meio aos belos e verdes vales da Região Serrana, a Viação Silveira corta a vazia rodovia RJ-146 transportando a população que mora em vilarejos afastados e depende do transporte para se deslocarem ao centro urbano próximo.
A linha da Viação Silveira liga o município do Bom Jardim à localidade de Marília Mendonça em Trajano de Moraes |
Uma dessas linhas parte da rodoviária de Bom Jardim e meio ao trajeto atende a localidade de Barra Alegre, ainda na mesma cidade. Seu destino final é Maria Mendonça, o quarto distrito da cidade vizinha de Trajano de Morais nascido às margens do Rio Macabu.
Localizado no 4º distrito de Trajano de Morais (Vila Gama), Maria Mendonça está em altitude próximo aos 1480m. No final do século XIX, a Vila de Alto Macabu possuía cultivos de café , sendo construída na região uma usina para o preparo do café.
O acesso ao local é realizado através da Rodovia Estadual RJ 162. De barro batido, a popular estrada de chão, e tem diariamente um tráfego intenso de veículos como carros, motos, caminhão e até ônibus de passageiro e escolar.