Com 79,5 quilômetros de extensão, liga a sede do município de Arraial do Cabo ao distrito de Correntezas, no município de Silva Jardim.
A rodovia tem início na Praça Castelo Branco, localizada na sede do município de Arraial do Cabo, onde recebe o nome de Rodovia General Alfredo Bruno Gomes Martins.
A formação de Arraial do Cabo começa há um milhão de anos, quando, pela ação dos ventos e de correntes marítimas, foram incorporadas ao continente três antigas ilhas, hoje Morros do Mirante, do Forno e Pontal do Atalaia.
O núcleo urbano de Cabo Frio prosperou lentamente até fins do século XIX, baseando-se a economia na agricultura com mão-de-obra escrava, realizada em grandes latifúndios. A abolição da escravatura ocasionou o colapso econômico de que Cabo Frio só se restabeleceria bem mais tarde, com o desenvolvimento da indústria do sal, da pesca e do turismo, e sobretudo a implantação da rodovia e da estrada de ferro.
O trecho da Rodovia General Alfredo Bruno Gomes Martins é compartilhado com a Estrada RJ-102, se estendendo até o bairro cabofriense do Guarani, onde a RJ-102 segue em direçao ao Centro desse município e a RJ-140 em direção à São Pedro da Aldeia.
O trecho entre Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, de 14,5 quilômetros, tem o nome oficial de Rodovia Márcio Corrêa.
A rodovia percorre os seguintes municípios:
Arralal do Cabo - 5,7km
Cabo Frio - 6,8km
São Pedro da Aldeia - 24,9km
Araruama - 18,1km
Silva Jardim - 24km
28,4km da rodovia são em leito natural. Esse montante corresponde às áreas rurais entre São Pedro da Aldeia e Araruama e ao ultimo treho da rodovia, já em Silva Jardim. a partir da BR-101 até a localidade de Correntezas.
As terras de Cabo Frio foram palco de sangrentas lutas, que se feriram entre os portugueses que as defendiam e os flibusteiros e navegadores de outras nações, que pretendiam abastecer seus navios ou fazer contrabando de pau Brasil, então abundante nessa região.
Os franceses chegaram até a construir um forte, a que denominaram São Mateus, numa saliência da costa, junto ao mar, de onde os foi desalojar o português Constantino de Menelau, em 1615, depois de inúmeras guerrilhas em que se distinguiram Mem de Sá, seu sobrinho Salvador de Sá e Araribóia, o intrépido e legendário silvícola brasileiro.
Saindo do município de Cabo Frio, a rodovia atravessa a Ponte Deputado Wilson Mendes, responsável pela travessia sobre a Lagoa de Araruama, entre a Praia da Siqueira e a Ponta do Ambrósio, localizada a 8km da sede de São Pedro da Aldeia.
Entre Sepeatiba e o Balneário São Pedro, a RJ-140 segue em paralelo à RJ-106 Rodovia Amaral Peixoto. A partir deste ponto, a rodovia seguem em direção à zona rural do município.
A colonização das terras que atualmente constituem o Município de São Pedro da Aldeia remonta aos princípios do século XVII. Foi em 1617, precisamente em 16 de maio, que no território da atual comuna fluminense se verificou a fundação da "Aldeia de São Pedro", com o inicio da construção da capela dedicada a São Pedro, primeiro marco de colonização levantado nessas terras.
Apesar da contribuição prestada nesse período à lavoura regional pelo elemento negro escravizado, é justo que se observe que a promulgação da Lei Áurea, a exemplo do que sucedeu na maioria das comunas fluminenses, não afetou vitalmente a economia local.
O que ali se verificou foi a mudança de atividades por parte dos libertos que, abandonando as lavouras, se voltaram para a pesca. Em conseqüência dessa rápida adaptação é que, poucos anos transcorridos após a decretação da Lei libertadora de 1888, enquanto grande parte dos municípios lutava com a mais desesperadora crise, São Pedro da Aldeia conquistava a emancipação político-administrativa.
A partir do Bairro do Fogo, denominada Estrada da Serceira, a rodovia segue em leito natural até a sede do distrito de São Vicente de Paulo em Araruama.
Apesar da intensa atividade imobiliária, o município de Araruama ainda possui uma grande área rural produtiva nos distritos de Morro Grande e São Vicente de Paulo, instituindo paradoxalmente duas dinâmicas distintas de ocupação municipal, uma totalmente rural e outra urbana. A região rural ainda resguarda os maiores e mais conservados remanescentes de Mata Atlântica situados em topos de morro em propriedades particulares.
São distritos com maior extensão territorial, caracterizados pelo cultivo de banana, maracujá, aipim, coco, tangerina, limão e laranja – esses dois últimos cultivos fazem de Araruama a maior produtora de frutos cítricos do Estado do Rio de Janeiro. Em São Vicente localiza-se o Quilombo Sobara, que está em processo de reconhecimento como comunidade quilombola; são cerca de 130 famílias que vivem da agricultura.
Araruama possui cinco distritos, três deles urbanos e dois rurais:
• Araruama (distrito-sede): é caracterizado pela maior concentração de edifícios, instituições, igrejas e centros de entretenimento. Junto com o distrito-sede de Cabo Frio, é o principal centro comercial da Região dos Lagos. Também é conhecido por suas praias limpas e calmas, como a orla, que fica no Centro, e a Praia da Pontinha, bairro que fica próximo.
• Morro Grande (segundo distrito): é o distrito que se caracteriza pela produção rural e possui a maior extensão territorial em Araruama.
• São Vicente de Paula (terceiro distrito): distrito em expansão, também é caracterizado pela produção de produtos rurais.
• Praia Seca (quarto distrito): caracteriza-se por sua grande vocação turística. Nele estão as principais praias oceânicas do município e também a maior parte de casas de veraneio. Conhecido também pela produção de sal.
• Iguabinha (quinto distrito): é um distrito muito conhecido. Nele também está grande parte de casas e apartamentos de veraneio. Ainda se encontra em desenvolvimento. Também abriga algumas das mais belas praias do município, que todos os anos, principalmente na época do Carnaval, atraem milhares de turistas.
A partir da sede de São Vicente de Paulo, mais 11,6km até o limite com o município de Silva Jardim. Nesse trecho em direção ao Barro Vinte, a rodovia atravessa diversos rios que desaguam na Lagoa de Juturnaíba, dentre eles os Rios da Onça, Piri-piri, Bacaxá, do Ouro e Capivari. O Rio Bacaxá marca o limite entre os municípios de Araruama e Silva Jardim.
Denominada Estrada Silva Jardim-São Vicente de Paulo, liga o distriro rural de Araruama à sede de Silva Jardim, adentrando a Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/ Mico-Leão Dourado nas proximidades da Lagoa Juturnaíba, represada do Rio São João para atender o abastecimento de água à Região dos Lagos.
As primeiras notícias sobre a área onde se situa o município de Silva Jardim datam do início do século XVIII, na região serrana do município, quando em 1700 os jesuítas fundaram o povoado de Ipuca, formado pelos índios Guarulhos.
Mas, em pouco tempo a aldeia foi transferida para as margens do rio São João.
A Freguesia de Ipuca foi crescendo apoiada na exploração de madeira de lei e do Pau Brasil e no aproveitamento das terras férteis para a lavoura, até que 1761 o arraial foi elevado a Freguesia. Com o desenvolvimento da cidade, os moradores foram subindo o rio São João e seus afluentes e se estabelecendo em suas margens, dando início a pequenos povoados como:
Poço das Antas - 1753
Juturnaíba - 1753
Capivari - 1755
Correntezas - 1758
Gaviões - 1765
Sendo a principal avenida do Centro de Silva Jardim, recebe o nome de Avenida Oito de Maio, ilustrando a data da criação do distrito de N.Srª da Lapa do Capivari, atual Silva Jardim, desmembrado do município de Cabo Frio em 1841.
No Centro de Silva Jardim a rodovia cruza a Estrada de Ferro Linha do Litoral, atualmente desativada. A partir desse ponto, recebe o nome de Rua Augusto Amorim, seguindo em direção à BR-101. Nesse segmento, há um prédio do (DPO) Destacamento de Policiamento Ostensivo da PMERJ junto ao pórtico da do município.
Em poucos metros, cruza-se o Rio Capivari, Rio que nasce na Serra do Monte Azul, localizada entre os municípios de Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim, na localidade do Alto Capivari no distrito de Gaviões.
No Boqueirão a rodovia atravessa o Viaduto sobre a BR-101 Rodovia Governador Mário Covas. A partir daí, inicia-se o último seguimento da rodovia. Com 10km de extensão alcança o distrito de Correntezas passando pelo Imbaú e Sapê, ambos em região serrana com formação de vales dos rios Queimado, Maria Mata, da Bananeira, do Quilombo, dos Pilões, Pirineus e Maratuã, todos afluentes do Rio São João, principal bacia hidrográfica da região.
O município de Silva Jardim era inicialmente conhecido como Capivari. Teve origem em Ipucá ou Sacra Família de Ipucá, que está situada à margem do Rio São João, entre a Barra de São João e o antigo Indayassú, hoje sede do município de Casimiro de Abreu.
A pequena vila cresceu tendo como principal ocupação a exploração de madeira e lavoura. No seu crescimento, os moradores foram ocupando locais às margens do Rio São João, onde se formaram os povoados de Poços das Antas, Bananeiras e Gaviões. Parte desses colonos seguiu o curso dos rios Capivari e Bacaxá, por dentro do território até as nascentes na Serra das Imbaúbas, formando os povoados de Juturnaíba e Capivari.
Essa formação de povoados ocorreu por volta do século VXIII. As Freguesias, nessa época, eram formadas em torno de uma igreja e, quando a diocese da Sacra Família de Ipucá foi transferida para São João, deixou esse povoado já desenvolvido sem igreja. Um pedido de criação de outra freguesia foi feito ao Bispo Diocesano. Dessa forma, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, em 9 de outubro de 1801.
Em 1841, com o constante desenvolvimento do povoado, foi criada a Vila de Capivari, com território desmembrado de Cabo Frio, tendo sido providenciada a construção de uma Câmara, uma cadeia pública e em cemitério. A Câmara tinha a função das prefeituras de hoje. O nome de Capivari foi trocado para Silva Jardim em 1943, em homenagem ao advogado e republicano Antônio da Silva Jardim, nascido na Vila de Capivari.
Antonio da Silva Jardim teve grande atuação nos movimentos abolicionistas e lutava para o fim do imperialismo e a instalação da república, ganhando destaque no meio político nos anos de 1888.
As coisas só começam a melhorar no fim da década de 40, com a drenagem dos locais afetados pela malária por volta de 1947, dando fim ao problema do impaludismo na região.
Nesse ritmo viveu Silva Jardim até a chegada da Estrada de Ferro Leopoldina em 1881, trazendo ainda mais movimento para o município e a formação de novos povoados, como Imbaú, Bananeiras, Cesário Alvim. A região de Correntezas foi elevada a Freguesia em 1844 devido ao progresso ali verificado, que nessa época já tinha número de casas, comércio e o porto no rio São João, que banha o povoado.
Nos anos 50 foram abertas novas estradas ligando os a sede do município aos distritos e municípios vizinhos. A construção da BR-101 tornou a cidade acessível a visitantes e viajantes de outras localidades, trazendo novas perspectivas para a cidade. Outras melhorias se sucederam.
O final da RJ-140 está localizado no distrito de Correntezas, anteriormente denominado Bananeiras, por estar localizado no vale do Rio Bananeiras.
O Rio Bananeiras é um importante afluente do Rio São João. Nasce na serra da Boa Vista, em altitudes da ordem de 1.000m. O rio desce pelas montanhas e após passar pela vila de Correntezas, ingressa na várzea e tem seu curso retificado em um longo trecho até encontrar o rio São João. Seu vale é percorrido pela RJ140.
Tem como principais afluentes pela margem esquerda, o rio Quilombo, que vem da serra dos Pilões, e o rio Maria Mata, proveniente da serra do Taquaruçu, em pleno Parque Estadual dos Três Picos. Ambos deságuam no rio Bananeira a montante da vila de Correntezas. A jusante desta vila desemboca o rio.
O distrito foi criado no dia 29 de novembro de 1926 através da Lei Estadual Nº 2065. Com terras desmembradas do distrito de Correntezas é criado o distrito de Bananeiras.
Pelo decreto-lei estadual nº 1056, de 31 de dezembro de 1943, o município de Capavari passou a denominar-se Silva Jardim e o distrito de Bananeiras a denominar-se Correntezas.
Transporte por ônibus na RJ-140:
Na década de 40 a Empresa de Transporte de Passageiros Salineira inicia suas operações explorando a Linha Cabo Frio x São Pedro da Aldeia. Em 1944, é inaugurada a segunda linha da Empresa, entre Cabo Frio e Araruama. Ainda em 1944 são inauguradas as linhas Cabo Frio x Arraial do Cabo e Cabo Frio x Búzios.
Em 1946, inaugura a linha de ônibus Niterói x Cabo Frio, com dois horários por sentido.
Em 1950, na mesma linha, a Empresa contava serviço de ônibus e camionetas, com quatro saídas diárias por sentido. Era a única empresa de ônibus a explorar uma linha de ônibus entre Niterói x Cabo Frio, concorrendo somente com os trens da Estrada de Ferro Maricá, que partiam, uma vez ao dia, da estação de Neves, em São Gonçalo.
Na época o Município de Cabo Frio contava com cerca de 18 mil habitantes. Em Niterói, o ponto final e agência da Empresa localizava-se na rua São Pedro, 23.
Em 1954, a rodovia Amaral Peixoto (RJ-5), que faz a ligação entre as localidades de Tribobó e Macaé, via litoral, com 183 km de extensão, contava com apenas 78 km de pistas pavimentadas, e ainda por método de baixo custo, através de estabilização betuminosa, nos seguintes trechos:
Tribobó - Sampaio Correia - 56 km
Morro dos Pregos - Bacaxá - 6 km
Divisa de Saquarema - Araruama - 9 km
Iguaba Grande - São Pedro d'Aldeia - 7 km
Em dezembro de 1957, é entregue oficialmente a pavimentação do trecho entre São Pedro d´Aldeia e Macaé da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-5), com 66 km de extensão. O trecho Niterói – São Pedro d´Aldeia, com 122 km, já estava pavimentado.
No dia 13 de setembro de 1971, em caráter provisório, a Viação Salineira recebe autorização para explorar a linha Cabo Frio x São Vicente de Paulo, distrito do município de Araruama.
Araruama possuía como meio de transporte neste período os trens da estrada de Ferro maricá o Expresso Azul (automóveis com capacidade para 10 passageiros) e apenas 1 ônibus, fazendo o percurso Niterói - Araruama.
Em 1943, foi criado o serviço de Viação Niterói - Araruama, que contava com 7 unidades com o objetivo de preencher a demanda turística, em face da inauguração do cassino do Parque Hotel. O interior do município continuava carente de transporte.
A Casa das Palmeiras teve como proprietário e residente o médico Francisco Joaquim de Sousa Mota, nascido em 1834 Clinicou em São Vicente. Foi também vereador, juiz de paz e deputado, chegando a presidir a Assembléia em l897. Proprietário da Fazenda Juturnaíba, de forte peso econômico na região.
Em 1977, a Rápido Macaense adquire a Viação Salineira. Já sob o controle da Rápido Macaense, e atendendo aos pedidos dos moradores, é iniciado o serviço noturno nas linhas de Cabo Frio x São Pedro da Aldeia e Cabo Frio x Arraial do Cabo, via São Cristóvão.
Em setembro de 1977, a Viação Salineira inaugura duas linhas circulares no primeiro distrito, beneficiando moradores e turistas. Na mesma época são incorporados 10 novos ônibus à frota. Em 1978, no dia 5 de outubro, a Rápido Macaense inaugura sua garagem na Avenida Central, no bairro de Flamboyant, abrigando também a frota da Viação Salineira.
Em 1982, entrando no ramo de turismo, a Empresa cria a Salineira Turismo, com frota inicial de 8 ônibus.
Sua sede na Rua Coronel Quintanilha é transferida em 1979 para a Avenida Central, 81 no bairro Flamboyant em Cabo Frio. Mais tarde, do mesmo grupo empresarial da Viação Salineira, são criadas as viações Montes Brancos e São Pedro.
Em maio de 1984, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia cassa a concessão da Auto Viação Estrela do Oriente, em função do desrespeito às normas trabalhistas e irregularidades no contrato de concessão. A Viação Salineira assume provisoriamente a operação das linhas, contratando os antigos empregados.
Em Araruama e Silva Jardim, as linhas eram operadas pela Viação Aldeense. Em 2007 a empresa mudava de nome para participar de uma licitação em São Pedro da Aldeia, nascia a Transporte Opala.
Para a população de São Pedro da Aldeia, era uma nova empresa, mas para os silva-jardinenses era uma velha conhecida, apenas com um novo nome.
A empresa entrou com o objetivo de suprir a falta da Viação São Pedro, que em 2005 abandonou o serviço municipal alegando concorrência desleal na disputa de passageiros com o transporte alternativo.
Ainda em 2007, com a saída da Del Rey de Itaboraí, os carros da empresa itaboraiense passaram a prestar serviços em Silva Jardim a serviço da Transporte Opala.
A Opala recebeu então a autorização para operar as linhas:
Circular Centro
Centro x Alecrim
Centro x Baleia/Base
Centro x Ponta do Ambrósio
Centro x Praia Linda
Centro x Cezário Alvim
Centro x Imbaú
Centro x Aldeia Velha
Centro x Gaviões
Centro x Bananeiras
Centro x Caxito
Centro x Juturnaíba.
A Transporte Opala durou apenas dois anos na cidade, encerrando suas atividades em 2009.
Com a saída da Opala, surgiu então a Expresso Capivari, com passagens a R$1, subsidiadas pela prefeitura local. O serviço também não durou por muito tempo.
Atualmente o serviço é operado por uma estatal criada pela Prefeitura municipal de Silva Jardim, operando com Tarifa Zero.
A rodovia tem início na Praça Castelo Branco, localizada na sede do município de Arraial do Cabo, onde recebe o nome de Rodovia General Alfredo Bruno Gomes Martins.
A formação de Arraial do Cabo começa há um milhão de anos, quando, pela ação dos ventos e de correntes marítimas, foram incorporadas ao continente três antigas ilhas, hoje Morros do Mirante, do Forno e Pontal do Atalaia.
Arraial do Cabo - Foto: Reprodução da internet |
O trecho da Rodovia General Alfredo Bruno Gomes Martins é compartilhado com a Estrada RJ-102, se estendendo até o bairro cabofriense do Guarani, onde a RJ-102 segue em direçao ao Centro desse município e a RJ-140 em direção à São Pedro da Aldeia.
O trecho entre Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, de 14,5 quilômetros, tem o nome oficial de Rodovia Márcio Corrêa.
A rodovia percorre os seguintes municípios:
Arralal do Cabo - 5,7km
Cabo Frio - 6,8km
São Pedro da Aldeia - 24,9km
Araruama - 18,1km
Silva Jardim - 24km
28,4km da rodovia são em leito natural. Esse montante corresponde às áreas rurais entre São Pedro da Aldeia e Araruama e ao ultimo treho da rodovia, já em Silva Jardim. a partir da BR-101 até a localidade de Correntezas.
As terras de Cabo Frio foram palco de sangrentas lutas, que se feriram entre os portugueses que as defendiam e os flibusteiros e navegadores de outras nações, que pretendiam abastecer seus navios ou fazer contrabando de pau Brasil, então abundante nessa região.
Os franceses chegaram até a construir um forte, a que denominaram São Mateus, numa saliência da costa, junto ao mar, de onde os foi desalojar o português Constantino de Menelau, em 1615, depois de inúmeras guerrilhas em que se distinguiram Mem de Sá, seu sobrinho Salvador de Sá e Araribóia, o intrépido e legendário silvícola brasileiro.
Forte São Mateus em Cabo Frio - Foto: Reprodução da internet |
Entre Sepeatiba e o Balneário São Pedro, a RJ-140 segue em paralelo à RJ-106 Rodovia Amaral Peixoto. A partir deste ponto, a rodovia seguem em direção à zona rural do município.
A colonização das terras que atualmente constituem o Município de São Pedro da Aldeia remonta aos princípios do século XVII. Foi em 1617, precisamente em 16 de maio, que no território da atual comuna fluminense se verificou a fundação da "Aldeia de São Pedro", com o inicio da construção da capela dedicada a São Pedro, primeiro marco de colonização levantado nessas terras.
Apesar da contribuição prestada nesse período à lavoura regional pelo elemento negro escravizado, é justo que se observe que a promulgação da Lei Áurea, a exemplo do que sucedeu na maioria das comunas fluminenses, não afetou vitalmente a economia local.
Centro Histtórico de São Pedro da Aldeia em 1990 - Foto: Reprodução da internet |
O que ali se verificou foi a mudança de atividades por parte dos libertos que, abandonando as lavouras, se voltaram para a pesca. Em conseqüência dessa rápida adaptação é que, poucos anos transcorridos após a decretação da Lei libertadora de 1888, enquanto grande parte dos municípios lutava com a mais desesperadora crise, São Pedro da Aldeia conquistava a emancipação político-administrativa.
A partir do Bairro do Fogo, denominada Estrada da Serceira, a rodovia segue em leito natural até a sede do distrito de São Vicente de Paulo em Araruama.
Apesar da intensa atividade imobiliária, o município de Araruama ainda possui uma grande área rural produtiva nos distritos de Morro Grande e São Vicente de Paulo, instituindo paradoxalmente duas dinâmicas distintas de ocupação municipal, uma totalmente rural e outra urbana. A região rural ainda resguarda os maiores e mais conservados remanescentes de Mata Atlântica situados em topos de morro em propriedades particulares.
São distritos com maior extensão territorial, caracterizados pelo cultivo de banana, maracujá, aipim, coco, tangerina, limão e laranja – esses dois últimos cultivos fazem de Araruama a maior produtora de frutos cítricos do Estado do Rio de Janeiro. Em São Vicente localiza-se o Quilombo Sobara, que está em processo de reconhecimento como comunidade quilombola; são cerca de 130 famílias que vivem da agricultura.
Araruama possui cinco distritos, três deles urbanos e dois rurais:
• Araruama (distrito-sede): é caracterizado pela maior concentração de edifícios, instituições, igrejas e centros de entretenimento. Junto com o distrito-sede de Cabo Frio, é o principal centro comercial da Região dos Lagos. Também é conhecido por suas praias limpas e calmas, como a orla, que fica no Centro, e a Praia da Pontinha, bairro que fica próximo.
• Morro Grande (segundo distrito): é o distrito que se caracteriza pela produção rural e possui a maior extensão territorial em Araruama.
• São Vicente de Paula (terceiro distrito): distrito em expansão, também é caracterizado pela produção de produtos rurais.
• Praia Seca (quarto distrito): caracteriza-se por sua grande vocação turística. Nele estão as principais praias oceânicas do município e também a maior parte de casas de veraneio. Conhecido também pela produção de sal.
• Iguabinha (quinto distrito): é um distrito muito conhecido. Nele também está grande parte de casas e apartamentos de veraneio. Ainda se encontra em desenvolvimento. Também abriga algumas das mais belas praias do município, que todos os anos, principalmente na época do Carnaval, atraem milhares de turistas.
A partir da sede de São Vicente de Paulo, mais 11,6km até o limite com o município de Silva Jardim. Nesse trecho em direção ao Barro Vinte, a rodovia atravessa diversos rios que desaguam na Lagoa de Juturnaíba, dentre eles os Rios da Onça, Piri-piri, Bacaxá, do Ouro e Capivari. O Rio Bacaxá marca o limite entre os municípios de Araruama e Silva Jardim.
Denominada Estrada Silva Jardim-São Vicente de Paulo, liga o distriro rural de Araruama à sede de Silva Jardim, adentrando a Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/ Mico-Leão Dourado nas proximidades da Lagoa Juturnaíba, represada do Rio São João para atender o abastecimento de água à Região dos Lagos.
Lagoa de Jurunaíba vista por satélite |
Mas, em pouco tempo a aldeia foi transferida para as margens do rio São João.
A Freguesia de Ipuca foi crescendo apoiada na exploração de madeira de lei e do Pau Brasil e no aproveitamento das terras férteis para a lavoura, até que 1761 o arraial foi elevado a Freguesia. Com o desenvolvimento da cidade, os moradores foram subindo o rio São João e seus afluentes e se estabelecendo em suas margens, dando início a pequenos povoados como:
Poço das Antas - 1753
Juturnaíba - 1753
Capivari - 1755
Correntezas - 1758
Gaviões - 1765
Sendo a principal avenida do Centro de Silva Jardim, recebe o nome de Avenida Oito de Maio, ilustrando a data da criação do distrito de N.Srª da Lapa do Capivari, atual Silva Jardim, desmembrado do município de Cabo Frio em 1841.
No Centro de Silva Jardim a rodovia cruza a Estrada de Ferro Linha do Litoral, atualmente desativada. A partir desse ponto, recebe o nome de Rua Augusto Amorim, seguindo em direção à BR-101. Nesse segmento, há um prédio do (DPO) Destacamento de Policiamento Ostensivo da PMERJ junto ao pórtico da do município.
Em poucos metros, cruza-se o Rio Capivari, Rio que nasce na Serra do Monte Azul, localizada entre os municípios de Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim, na localidade do Alto Capivari no distrito de Gaviões.
No Boqueirão a rodovia atravessa o Viaduto sobre a BR-101 Rodovia Governador Mário Covas. A partir daí, inicia-se o último seguimento da rodovia. Com 10km de extensão alcança o distrito de Correntezas passando pelo Imbaú e Sapê, ambos em região serrana com formação de vales dos rios Queimado, Maria Mata, da Bananeira, do Quilombo, dos Pilões, Pirineus e Maratuã, todos afluentes do Rio São João, principal bacia hidrográfica da região.
O município de Silva Jardim era inicialmente conhecido como Capivari. Teve origem em Ipucá ou Sacra Família de Ipucá, que está situada à margem do Rio São João, entre a Barra de São João e o antigo Indayassú, hoje sede do município de Casimiro de Abreu.
A pequena vila cresceu tendo como principal ocupação a exploração de madeira e lavoura. No seu crescimento, os moradores foram ocupando locais às margens do Rio São João, onde se formaram os povoados de Poços das Antas, Bananeiras e Gaviões. Parte desses colonos seguiu o curso dos rios Capivari e Bacaxá, por dentro do território até as nascentes na Serra das Imbaúbas, formando os povoados de Juturnaíba e Capivari.
Essa formação de povoados ocorreu por volta do século VXIII. As Freguesias, nessa época, eram formadas em torno de uma igreja e, quando a diocese da Sacra Família de Ipucá foi transferida para São João, deixou esse povoado já desenvolvido sem igreja. Um pedido de criação de outra freguesia foi feito ao Bispo Diocesano. Dessa forma, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, em 9 de outubro de 1801.
Em 1841, com o constante desenvolvimento do povoado, foi criada a Vila de Capivari, com território desmembrado de Cabo Frio, tendo sido providenciada a construção de uma Câmara, uma cadeia pública e em cemitério. A Câmara tinha a função das prefeituras de hoje. O nome de Capivari foi trocado para Silva Jardim em 1943, em homenagem ao advogado e republicano Antônio da Silva Jardim, nascido na Vila de Capivari.
Antonio da Silva Jardim teve grande atuação nos movimentos abolicionistas e lutava para o fim do imperialismo e a instalação da república, ganhando destaque no meio político nos anos de 1888.
As coisas só começam a melhorar no fim da década de 40, com a drenagem dos locais afetados pela malária por volta de 1947, dando fim ao problema do impaludismo na região.
Estação de Juturnaíba junto à Lagoa de Juturnaíba - Foto: Alex Medeiros |
Nos anos 50 foram abertas novas estradas ligando os a sede do município aos distritos e municípios vizinhos. A construção da BR-101 tornou a cidade acessível a visitantes e viajantes de outras localidades, trazendo novas perspectivas para a cidade. Outras melhorias se sucederam.
O final da RJ-140 está localizado no distrito de Correntezas, anteriormente denominado Bananeiras, por estar localizado no vale do Rio Bananeiras.
Vila das Bananeiras - Silva Jardim - Foto: Monique Ribeiro |
O Rio Bananeiras é um importante afluente do Rio São João. Nasce na serra da Boa Vista, em altitudes da ordem de 1.000m. O rio desce pelas montanhas e após passar pela vila de Correntezas, ingressa na várzea e tem seu curso retificado em um longo trecho até encontrar o rio São João. Seu vale é percorrido pela RJ140.
Tem como principais afluentes pela margem esquerda, o rio Quilombo, que vem da serra dos Pilões, e o rio Maria Mata, proveniente da serra do Taquaruçu, em pleno Parque Estadual dos Três Picos. Ambos deságuam no rio Bananeira a montante da vila de Correntezas. A jusante desta vila desemboca o rio.
Coletivos São Geraldo - Distrito de Bananeiras - Foto: Reprodução da internet |
O distrito foi criado no dia 29 de novembro de 1926 através da Lei Estadual Nº 2065. Com terras desmembradas do distrito de Correntezas é criado o distrito de Bananeiras.
Pelo decreto-lei estadual nº 1056, de 31 de dezembro de 1943, o município de Capavari passou a denominar-se Silva Jardim e o distrito de Bananeiras a denominar-se Correntezas.
Vale do Rio das Bananeiras no distrito de Correntezas em Silva Jardim - Foto: Google Earth |
Transporte por ônibus na RJ-140:
Na década de 40 a Empresa de Transporte de Passageiros Salineira inicia suas operações explorando a Linha Cabo Frio x São Pedro da Aldeia. Em 1944, é inaugurada a segunda linha da Empresa, entre Cabo Frio e Araruama. Ainda em 1944 são inauguradas as linhas Cabo Frio x Arraial do Cabo e Cabo Frio x Búzios.
Em 1946, inaugura a linha de ônibus Niterói x Cabo Frio, com dois horários por sentido.
Em 1950, na mesma linha, a Empresa contava serviço de ônibus e camionetas, com quatro saídas diárias por sentido. Era a única empresa de ônibus a explorar uma linha de ônibus entre Niterói x Cabo Frio, concorrendo somente com os trens da Estrada de Ferro Maricá, que partiam, uma vez ao dia, da estação de Neves, em São Gonçalo.
Locomotiva na estação de Cabo Frio - Foto: Henrique Alberto |
Na época o Município de Cabo Frio contava com cerca de 18 mil habitantes. Em Niterói, o ponto final e agência da Empresa localizava-se na rua São Pedro, 23.
Em 1954, a rodovia Amaral Peixoto (RJ-5), que faz a ligação entre as localidades de Tribobó e Macaé, via litoral, com 183 km de extensão, contava com apenas 78 km de pistas pavimentadas, e ainda por método de baixo custo, através de estabilização betuminosa, nos seguintes trechos:
Tribobó - Sampaio Correia - 56 km
Morro dos Pregos - Bacaxá - 6 km
Divisa de Saquarema - Araruama - 9 km
Iguaba Grande - São Pedro d'Aldeia - 7 km
Rodovia Amaral Peixoto - Foto: Fundação Getúlio Vargas |
No dia 13 de setembro de 1971, em caráter provisório, a Viação Salineira recebe autorização para explorar a linha Cabo Frio x São Vicente de Paulo, distrito do município de Araruama.
Araruama possuía como meio de transporte neste período os trens da estrada de Ferro maricá o Expresso Azul (automóveis com capacidade para 10 passageiros) e apenas 1 ônibus, fazendo o percurso Niterói - Araruama.
Em 1943, foi criado o serviço de Viação Niterói - Araruama, que contava com 7 unidades com o objetivo de preencher a demanda turística, em face da inauguração do cassino do Parque Hotel. O interior do município continuava carente de transporte.
A Casa das Palmeiras teve como proprietário e residente o médico Francisco Joaquim de Sousa Mota, nascido em 1834 Clinicou em São Vicente. Foi também vereador, juiz de paz e deputado, chegando a presidir a Assembléia em l897. Proprietário da Fazenda Juturnaíba, de forte peso econômico na região.
Em 1977, a Rápido Macaense adquire a Viação Salineira. Já sob o controle da Rápido Macaense, e atendendo aos pedidos dos moradores, é iniciado o serviço noturno nas linhas de Cabo Frio x São Pedro da Aldeia e Cabo Frio x Arraial do Cabo, via São Cristóvão.
Em setembro de 1977, a Viação Salineira inaugura duas linhas circulares no primeiro distrito, beneficiando moradores e turistas. Na mesma época são incorporados 10 novos ônibus à frota. Em 1978, no dia 5 de outubro, a Rápido Macaense inaugura sua garagem na Avenida Central, no bairro de Flamboyant, abrigando também a frota da Viação Salineira.
Em 1982, entrando no ramo de turismo, a Empresa cria a Salineira Turismo, com frota inicial de 8 ônibus.
Sua sede na Rua Coronel Quintanilha é transferida em 1979 para a Avenida Central, 81 no bairro Flamboyant em Cabo Frio. Mais tarde, do mesmo grupo empresarial da Viação Salineira, são criadas as viações Montes Brancos e São Pedro.
Em maio de 1984, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia cassa a concessão da Auto Viação Estrela do Oriente, em função do desrespeito às normas trabalhistas e irregularidades no contrato de concessão. A Viação Salineira assume provisoriamente a operação das linhas, contratando os antigos empregados.
Viação Aldeense em Silva Jardim - Foto: Luiz Antônio Dória |
Para a população de São Pedro da Aldeia, era uma nova empresa, mas para os silva-jardinenses era uma velha conhecida, apenas com um novo nome.
Ainda em 2007, com a saída da Del Rey de Itaboraí, os carros da empresa itaboraiense passaram a prestar serviços em Silva Jardim a serviço da Transporte Opala.
A frota inicial da Opala era composta de veículos oriundos da itaboraiense Transportes Del Rey - Foto: Luiz Antonio Dória |
Circular Centro
Centro x Gelson Pinheiros
Centro x São JoãoCentro x Alecrim
Centro x Baleia/Base
Centro x Ponta do Ambrósio
Centro x Praia Linda
Centro x Cezário Alvim
Centro x Imbaú
Centro x Aldeia Velha
Centro x Gaviões
Centro x Bananeiras
Centro x Caxito
Centro x Juturnaíba.
A Transporte Opala durou apenas dois anos na cidade, encerrando suas atividades em 2009.
Com a saída da Opala, surgiu então a Expresso Capivari, com passagens a R$1, subsidiadas pela prefeitura local. O serviço também não durou por muito tempo.
Atualmente o serviço é operado por uma estatal criada pela Prefeitura municipal de Silva Jardim, operando com Tarifa Zero.
O município é ainda atendido por linhas da Rio Ita, partindo de Rio Bonito e de Niterói, tanto pela BR-101 quanto pela Estrada do Mato Alto. A Estrada do Mato Alto é uma alternativa à Praça do Pedágio de Rio Bonito, atendendendo aos bairros do Mato Alto, Serra da Caatinga, Santa Teresinha e Sumidouro.
Tais linhas eram operadas pela Auto Viação 1001, que trocu alguns setores de operação com a Rio Ita na decada de 1980. Com isso, a Rio Ita assumiu o setor urbano intermunicipal das cidades de: Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim, Saquarema e Araruama, que até então eram explorados pela Auto Viação 1001. Na Cidade de São Gonçalo a empresa adquiriu da Auto Viação 1001 o setor Laranjal, repassado para a Auto Ônibus Fagundes em 2001.