Rotas Fluminenses: 770D Candelária x Itaipu

Dados da linha:
Linha: 770D Candelária x Itaipu
Empresa: RJ 211 Viação Pendotiba
Tipo: Urbana Intermunicipal



A linha parte da Rua Acre no bairro da Saúde, na região Central do Rio de Janeiro.

Nesta rua e proximidades estão localizados os pontos finais de outras linhas que ligam a capital às cidades da costa leste da Baía de Guanabara como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.


7721D - Santa Izabel X Rua Acre - Foto: Carlos Bernardes

Linhas estas que tinham seus pontos localizados no Terminal Rodoviário Urbano da Misericórdia, construído e inaugurado em 1987 na Praça XV de Novembro. Era o ponto de partida de diversas linhas urbanas na cidade do Rio e cidades vizinhas.

Terminal Rodoviário Urbano da Misericórdia - Foto: Jornal Extra
O terminal foi desativado em 2011, a pedido do presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, Luiz Zveiter ao prefeito Eduardo Paes. 
Segundo Zveiter, a desativação do terminal foi por motivo de segurança, onde a intenção era construir uma praça monitorada por câmeras.



O fechamento do terminal aconteceu por volta das 5h desta quinta-feira, quando oficiais de justiça e PMs pegaram de surpresa os rodoviários e usuários dos ônibus.

Com essa desativação, as linhas que antes paravam no terminal foram espalhadas por diversas ruas do centro da cidade, com as maiores concentraçãoes na Rua Santa Luzia, Avenida Presidente Vargas e Rua Marechal Floriano, as duas últimas nas proximidades da Igreja da Candelária.


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Partindo dali, a linha segue em direção à Praça Mauá, onde acessa a Avenida Rio Branco. Dali, seguimos em direção à Candelária, onde entramos na Avenida Presidente Vargas em direção à Cidade Nova.

No trevo das Forças Armadas entramos à direita na Avenida Francisco Bicalho e em seguida pegamos a pista Central para acessarmos o Viaduto do Gasômetro e em seguida a Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói)



A Ilha do Mocanguê

A Ilha de Mocanguê, onde se localiza a Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), foi recebida pela Marinha do Brasil por doação do Governo Federal em 21 de dezembro de 1973.

Base Naval Rio de Janeiro na Ilha do Mocanguê - Foto: Reprodução da internet

É constituída por duas ilhas conjugadas, conhecidas por Mocanguê Grande e Mocanguê Pequena. Na pequena se localizava o estaleiro e as oficinas da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, a grande sempre pertenceu à Marinha. Quando se decidiu incorporar a Base Naval do Rio de Janeiro, aterrou-se o canal que separava as ilhas.


Ponto de ônibus na Ilha do Mocanguê - Foto: Jornal O Fluminense

A história de nossa Base tem início em janeiro de 1976, quando o Comandante de Operações Navais autorizou o núcleo de implantação da futura Estação Naval do Rio de Janeiro que foi oficialmente criada em 14 de julho de 1977.

Em 08 de agosto do mesmo ano o Navio-Oficina Belmonte atracou no Píer da Ilha de Mocanguê e, uma semana mais tarde, seis Contratorpedeiros foram transferidos do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro para a recém ativada Organização Militar.

Ilha do Mocanguê - Foto: Reprodução da internet

Em 12 de maio de 1986 foi extinta a Estação Naval e, no dia 15 de maio de 1986 foi criada a Base Naval do Rio de Janeiro, integrada por uma série de Organizações Militares voltadas para a capacitação de pessoal para o exercício de cargos e funções na Marinha do Brasil.


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Passamos pelas ilhas do Mocanguê e do Caju até chegarmos na Praça do Pedágio da concessionária EcoPonte, localizado na Ilha da Conceição. Daqui seguimos pelo acesso ao Centro de Niterói, passando pela alça de descida da Avenida Jansen de Melo no meio da Praça do Expedicionário.

Praça dos Expedicionários - 1917


A Praça dos Expedicionários é marcada pelo entroncamento das rodovias BR-101 Rodovia Governador Mário Covas e a Alameda São Boa Ventura, que é sequência da RJ-104 Rodovia Niterói-Manilha.


Construção dos viadutos de acesso à Ponte Rio-Niterói (Avenida Feliciano Sodré - 1973)

Nesse local também se inicia a Ponte Presidente Costa e Silva, que é trecho integrante da BR-101. A praça dos Expedicionários já abrigou o Gran Circo Norte-Americano, palco de uma grande tragédia.


Gran Circo em Niterói

No dia 17 de dezembro de 1961, sob a lona verde e laranja do Gran Circo Norte-Americano, a plateia esperava ansiosa pelo número que encerrava o espetáculo do dia.



Grand Circ na Praça dos Expedicionários - Foto: Reprodução da internet

A trapezista Nena, apelidada de Antonietta Stevanovich, terminava o seu salto tríplice e esperava os costumeiros aplausos, quando um incêndio criminoso lambeu, às 15h45, a lona parafinada que cobria o picadeiro. Nena e os outros dois parceiros trapezistas escaparam ilesos. As outras 2.500 pessoas, não.


Cartaz do Gran Circo anunciava sua chegada na cidade de Niterói, no Rio - Foto: Jornal do Brasil
O incêndio do Gran Circo deixou um sentimento de aversão aos espetáculos itinerantes em Niterói, e promoveu uma enorme comoção no Brasil inteiro. Fez surgir o profeta Gentileza, e também se tornou um marco na carreira do cirurgião Ivo Pitanguy. Foi neste episódio que João Goulart, presidente à época, chorou na frente dos fotógrafos, ao conversar com uma das vítimas.


Oficiais dos Bombeiros trabalhavam para apagar o fogo que botou o Gran Circo abaixo - Foto: Jornal do Brasil
Apesar da comoção, Niterói preferiu varrer da sua história a memória da tragédia que feriu quase um país inteiro. Os espetáculos circenses só voltariam ao município em 1975, com a chegada do circo Hagenback, que inaugurou com lona importada à prova de fogo, saídas de emergência, extintores de incêndio e bombeiros de plantão. 


Durante escavações para reforçar a estrutura do terreno, já na década de 80, funcionários encontraram ossadas humanas, resquícios do incêndio durante o espetáculo que, em menos de dez minutos, terminou em cinzas.


A elefanta salvou

Uma elefante fêmea que estava no picadeiro se tornou, anos depois, uma das heroínas do incêndio. Pronta para entrar em cena, Semba disparou em uma corrida desesperada quando um pedaço de lona queimada lhe caiu sobre o couro. Ao atravessar a lona, o animal abriu caminho e acabou salvando inúmeras pessoas – mas também fez vítimas em seu trajeto. Nos jornais da época, o feito de Semba ganhou destaque: “Com a tromba, atirou a distância dois assistentes, que conseguiram salvar-se".


O Profeta Gentileza

O incêndio do Gran Circo Norte-Americano fez surgir o profeta Gentileza, figura conhecida por suas famosas mensagens nas pilastras do Caju. Reza a lenda que o excêntrico personagem enlouqueceu ao perder a família na tragédia, mas Mauro Ventura desmente o mito em O espetáculo mais triste da Terra.


Fotos: Labohi - Laboratório de História Oral e Imagens da UFF
José Datrino, nome verdadeiro de Gentileza, trabalhava com uma frota de caminhões. Quando o Gran Circo foi incendiado, Datrino recebeu um “chamado divino”, segundo o qual deveria “consolar os desconsolados” que perderam tudo com a tragédia. A partir de então, Datrino virou Gentileza, o profeta. Deixou a família, pegou seu caminhão, comprou 200 litros de vinho e se dirigiu à Av. Rio Branco, em Niterói, para oferecer, de graça, um copo da bebida como consolo para quem quisesse. 

Gentileza também montou uma casa no local do incêndio, plantou flores e fincou uma placa: “Bem-vindo ao Paraíso do Gentileza. Entre, não fume, não diga palavras obcenas”. Viveu durante quatro anos no local consolando as pessoas que por lá passavam.


Novo Cemitério

O cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói, não possuia capacidade suficiente para enterrar todas as vítimas da tragédia. A maioria dos vitimados da tragédia não tinham como serem sepultados em Cemitérios dessa cidade. Então a Prefeitura de São Gonçalo teve de ajudar na construção de um novo cemitério (Cemitério São Miguel) com o qual parte das terras do Palacete do Mimi foram desapropriadas.



Ampliação do cemitério do Maruí
Foto: Reprodução da internet
Uma semana antes do Natal de 1961, o incêndio do Gran Circus Norteamericano deixou mais de 370 mortos e 120 mutilados. Foi a maior tragédia já vivida em Niterói e causou comoção no mundo inteiro, com votos de pesar inclusive do Papa João XXIII. A cidade ficou traumatizada e só voltou a ver um circo 14 anos depois. O fogo durou cerca de dez minutos e consumiu rapidamente a lona recém-adquirida, que pesava seis toneladas e era de nylon (detalhes que faziam parte da propaganda do circo).

A cobertura, em chamas, caiu sobre os 2.500 espectadores. A multidão tentou fugir, o que causou pânico e pisoteamento.

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No Centro da cidade passamos pelas ruas São João, Barão de Amazonas, da Conceição e Doutor Celestino, essa última nos leva até a Avenida Marquês do Paraná, onde chegamos ao bairro de Icaraí.

Em Icaraí, atravessamos as ruas Miguel de Frias e Gavião Peixoto, onde teremos acesso ao Túnel Roberto Silveira através da Rua Joaquim Távora.

Contrução do Túnel do Saco de São Francisco - Foto: Reprodução da internet

O Túnel Roberto Silveira liga os bairros de Icaraí e São Francisco, foi construído na década de 1950, na gestão do então prefeito Alberto Rodrigues Fortes. O seu nome é uma homenagem ao político fluminense Roberto Silveira

Agora no bairro de São Francisco, estamos na Estrada Fróes e passamos rapidamente na Avenida Quintino Bocaiúva, quando na altura da Praça José Marti entramos na Avenida Presidente Roosevelt, margeando o Canal de São Francisco.

O Canal de São Francisco é formado pelas águas dos Canais da Grota e Canal da Cachoeira, trazendo o curso d'água já poluído do Largo da Batalha, Cachoeira, Grota do Sururucucu e finalmente em São Francisco, onde desagua na Baía de Guanabara.


Pela Avenida Presidente Roosevelt, chegamos ao bairro Cachoeira, a via termina na Avenida Rui Barbosa e nos leva até o Largo da Batalha.


Aqui se inicia a Avenida Francisco da Cruz Nunes, uma das principais vias de acesso à Região Oceânica de Niterói. Por ela, saeguiremos do Largo da Batalha, atravessano os bairros do Cantagalo, Cafubá, Jacaré, Piratininga, Santo Antônio e Maravista até chegarmos no Itaipu.

Corredor Transoceânico - Foto: Reprodução da internet

Chegando ao Cafubá, a estrada tem seu leito compartilhado com o Corredor Transoceânco. As obras do corredor expresso estão em processo de conclusão. O corredor do tipo BHS liga o bairro do Engenho do Mato, na Região Oceânica, ao de Charitas, na Zona Sul, e por ele circularão ônibus elétricos.

Os terminais do corredor BHS de Niterói terão piso na altura do passeio público, com bicicletário, câmeras de segurança, sistema de sonorização (o que garante comunicação do centro de controle com os passageiros), painéis com tempo de chegada dos ônibus na estação, e um telão onde os usuários poderão acompanhar a localização dos ônibus no mapa. 

A expectativa é de que o corredor tenha uma nova frota de 100 ônibus, dos quais 40 elétricos adquiridos pela prefeitura, cedidos por tempo determinado ao consórcio que atua na Região Oceânica (TransOceânico). Todos os veículos seguirão o conceito BHS, com piso baixo e porta dos dois lados. Nesse sistema os ônibus têm ar-condicionado, portas dos dois lados e circulam em faixas exclusivas. As estações ficarão localizadas em um intervalo médio de 400 metros, para que a população precise caminhar no máximo 200 metros entre uma unidade e outra.

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Chegando em Itaipu, no entroncamento das estradas RJ-102 com RJ-108 está o acesso à Estrada de Itacoatiara, onde entramos e contornamos na altura do DPO do bairro de Itacoatiara.


A linha ainda faz um retornro na Estrada Itacoatiara, no bairro com mesmo nome e em seguida volta para a Avenida Francisco da Cruz Nunes, onde termina a viagem.

A linha para atras das linhas da Auto Viação 1001 junto com as linhas municipais da Viação Pendotiba:

38 Itaipu x Centro
38A Itaipu x Centro via Engenho do Mato
38B Itaipu x Charitas via Engenho do Mato
52 Baldeador x Itaipu
52A Baldeador x Itaipu via Túnel Charitas/Cafubá



Dados adicionais:
Originalmente a linha realizava o itinerário Itaipu x Estácio, até ser levada para o "Castelo".




No final de 1986, ainda sob a intervenção do governo estadual, a Auto Viação ABC inaugurou a linha Castelo x Pendotiba (tarifa), posteriormente operada pela Normandy e repassada para a Pendotiba.



A linha garantiu uma ligação direta entre o Centro do Rio e a região de Maria Paula e Largo da Batalha, além de reduzir a ociosidade dos veículos durante a semana. 


Eram 6 ônibus. Nesta época foram inauguradas também a Niterói x Sacramento (atualmente da Fagundes) e a Niterói x Amendoeira via RJ104 (atualmente da Mauá).


A linha de "Frescões" da ABC entrou em operação partindo com intervalos de 30 minutos nas duas pontas, com passagem a Cr$7 mil, atendendo a reinvindicações dos moradores do bairro e resolvendo também um problema dos administradoresda empresa, que era a osciosidade dos frescões durante a semana. A linha não circulava aos sábados, domingos e feriados.


Embora tenha destinado seis ônibus para fazer o percurso de 75 quilômetros de ida e volta, o então interventor da ABC, Júlio Morandi expeculava adicionar mais veículos se necessário.

Alguns dias após a encampação da empresa, os interventores descobriram que os antigos donos mantuam uma empresa de turismo, em regime de caixa 2, com uma frota de 26 ônibus de luxo, destinada ao aluguel para excursões.

Após a interrupção de dois dias, os novos administradores reabriram a a empresa de turismo e constataram que a maior parte da frota de "frescões" ficava parada na garagem durante a semana, pois a procura para excursões era restrita, quase que exclusivamente aos finais de semana. Com a criação da linha Pendotiba x Castelo, o problema foi resolvido.



O ponto final da linha ficava em frente à Rua Expedicionário Hercílio Gonçalves, na Estrada Velha de Maricá, entre o Trevo e a Rodovia Amaral Peixoto. No Rio de Janeiro, a linha fazia parada no Terminal Garagem Menezes Cortes.

Segundo o interventor, a receita da empresa cresceu após a Encampação e mesmo o empréstimo de Cr$ 1,4 bilhão tomado ao Banerj já havia sido inteiramente pago.

Segundo Morandi, o crescimento da receita foi possível com a criação da linha de "frescões" Pendotiba x Castelo, além das ligações Amendoeiras x Niterói e Sacramento x Niterói, inauguradas em 28 de setembro daquele ano.

A ABC na época contava com uma estrutura administrativa moderna, ate mesmo com sistema de computação e ambulatório disponíveis,podendo realizar admissões de funcionários em melhores condições, tendo naquela época também assumido os trabalhos nos setores de pessoal e contabilidade da Viação Estrela, tembém encampada na época. Morandi não tinha a intensão de incorporar a Viação Estrela à ABC. Segundo ele, a Viação Estrela não possuía estrutura e nem pessoal para fazer os trabalhos, por isso estava dando apenas suporte, tanto na parte administrativa quanto na mecânica, com cessão de peças e carros-guinchos.

Após a encampação, os proprietários da Auto Viação ABC receberam a empresa com prejuízos na faixa de 2 milhões de dólares.
Buscando recuperar o patrimônio, a administração coloca à disposição dsos seus usuários mais 15 ônibus novos financiados pelo FINAME através do Banco Bamerindus, melhorando ainda mais o padrão de qualidade dos serviços que presta à população de Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro.





A linha de "frescão" ficou inativa por muitos anos, até ser adquirida e reativada pela Normandy do Triângulo, que a operou até 2008 com micros e semi-rodoviários, deixando então para a Viação Pendotiba, pertencente ao mesmo grupo acionário e com operação na região, inclusive com a linha urbana com o trajeto idêntico.



Com a tranferência da linha para a Viação Pendotiba, a linha recebeu uma versão urbana com a numeração 771D.



Através da portaria do Departamento de Transporte Rodoviário n° 1150 de 28 de maio de 2014, as linhas e serviços metropolitanos Seletivos/Especiais de transporte coletivo operado por ônibus rodoviários receberam numerações exclusivas.
Com essa mudança, a linha recebeu o código 1920D Pendotiba x Castelo.



Com as mudanças de transito no Centro do Rio, a linha foi "dividida" em duas,o serviço executivo continuou o mesmo ponto final no castelo. Já o serviço urbano teve seu ponto tranferido para a Rua Marechal Floriano, e atualmente devido às obras de ampliação do Sistema de VLT Carioca, a linha foi tranferida para a Rua do Acre.


A linha 770D também possui uma versão rodoviária, a linha 1910D Castelo Itaipu foi operada pela Viação Normandy do Triângulo e atualmetnte é operada pela Auto Viação 1001.




Referências Bibliográficas


Jornal do Brasil, Diário de Classe, Cia de Ônibus, DER-RJ Departamento de Estrada de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro, Ônibus Brasil, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Niterói, Transoceânica Niterói, James Frederick Clark S.A., Jornal Extra, Base Naval do Rio de Janeiro, Jornal O Fluminense.

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