Nos anos 70 o sistema de transporte coletivo da cidade precisava decididamente de um meio com o poder de sedução suficiente de tirar o motorista do carro particular da ida diária ao Centro.
A conjuntura econômica tem especial influência sobre os serviços seletivos. As linhas foram criadas sob o impacto do primeiro choque do petróleo, exigindo soluções que desestimulassem o uso do automóvel particular pela classe média, à época com alto poder aquisitivo para bancar viagens mais sofisticadas. Concomitantemente, a EBTU planejou o transporte carioca a partir da dupla metrô, como transporte de massa, e o frescão, para as classes médias e altas que usariam o carro no percurso casa x trabalho.
Complementando o planejamento, a EBTU sugeria a criação de pistas exclusivas para ônibus e as garagens subterrâneas próximas às estações de metrô. As empresas vendiam pacotes semanais e mensais de passagens, fidelizando o passageiro e reforçando a boa imagem dos frescões. O sucesso da primeira geração dos frescões durou até 1981, ano que abre a "década perdida".
A crise econômica reduziu consideravelmente o poder aquisitivo dos usuários dos ônibus especiais, necessariamente mais caros. Boa parte dos seletivos foi extinta entre 1982 e 1984, restando apenas os mais tradicionais, operados pela Redentor, Real e Expresso Pégaso.
Como as obras do metrô se arrastava, como se arrastam até hoje num rítmo muito pior que nos anos 70, decidiu-se criar linhas de ônibus de padrão executivo, dos bairros para o Centro.
No dia 11 de março de 1966, através do Decreto número 1.042, é criado o serviço de ônibus especiais, estabelecendo o uso de veículos com capacidade mínima para 36 passageiros sentados, ainda sem ar-condicionado.
O bairro de Santa Cruz, antes somente atendido por trens suburbanos, ganhava sua primeira linha de ônibus com acesso direto ao centro da cidade.
Em 1973 os primeiros coletivos surgiram, levando o cidadão de classe média a um novo universo em termos de transporte público dentro da cidade, ar-condicionado, poltronas reclináveis de couro (sintético, é claro), veículos silenciosos e macios, motoristas educados, rodo-moças, e ausência de pontos de embarque e desembarque, fora os terminais.
As primeiras linhas foram resultado de uma concorrência pública do governo da Guanabara, o alvo era terminar com a balburdias dos carros estacionados em todos os lugares do Centro.
A primeira linha do serviço de ônibus seletivo, inicialmente com 6 ônibus com ar-condicionado e poltronas reclináveis, operados pela Viação Redentor, na linha Castelo x Pça Barão da Taquara via Grajaú – com 36 km de extensão em viagem de 50 minutos e tarifa de 4,20 Cr$
Dois anos depois o serviço estava popularizado pela cidade, havendo várias linhas. A Redentor ficou com a Baixada de Jacarepaguá, A Pégaso com a Z. Oeste, a Real com a Z. Sul , a Paranapuam com a Ilha, a Aplha com grande Tijuca, e a Acari com grande parte dos Subúrbios. Além de outras empresas que operavam uma ou duas linhas para os bairros da Leopoldina e Z. Norte.
De forma geral, as linhas especiais seguiam as áreas operacionais das empresas, com algumas exceções. Por exemplo, Caprichosa e Três Amigos passaram a operar no Centro, enquanto a Matias e a Viação Acari rodaram a Castelo x Campo dos Afonsos.
Com o passar dos anos muitas linhas foram sendo extintas ou fundidas com outras, algumas empresas passaram suas linhas para as que dominavam o serviço de ônibus especiais na região, e muitas linhas foram abandonadas pela pouca rentabilidade, principalmente nos priemeiros anos da década de 80, com o início da perda do poder econômico da classe média.
Até o lamentável fim dos Frescões para a Z. Norte em 1985. Os ônibus da Real em suas linhas da Z. Sul transportaram em julho de 1978 mais de 500 mil pessoas, um número impressionante, num cenário pré-metro.
Linhas como a Castelo x Bairro Peixoto, extinta com alegada pouca demanda por volta de 84, transportaram nesse mês mais de 70 mil passageiros, isso tendo passando pelo bairro as linhas com destino ao Leblon, São Conrado, Bar 20 e Posto VI essa transportando impressionantes 100 mil passageiros. Os frescões chragavam a para na Av. Erasmo Braga, transformada em terminal para parte das linhas de ônibus especiais, que não cabiam dentro do Terminal Menezes Cortes, sub dimensionado para os coletivos, pois se pensou primordialmente em lojas e garagem para automóveis.
Terminal Rodoviário Erasmo Braga
Construído e inaugurado na década de 50, o terminal abrigava as linhas de ônibus do Castelo até o início da década de 60, quando em 1962 foi transformado em terminal de trólebus.
Nos anos 70 o terminal se torna um canteiro de obras para dar lugar ao novo terminal, o Terminal Garagem Menezes Cortes, inaugurado em 1973.
Terminal Garagem Menezes Cortes
O Terminal Garagem Menezes Côrtes, ou simplesmente Terminal Castelo foi construído em 1973, atendendo às linhas de frescões que foram inauguradas naquele ano. A obra foi concluída em 1º de maio de 1973, e foi de responsabilidade da FTREG (Fundação dos Terminais Rodoviários e Estacionamentos da Guanabara).
O terminal é diferenciado dos demais por abrigar apenas ônibus seletivos (com poltronas estofadas e reclináveis e/ou ar-condicionado) com destino a vários pontos da Região Metropolitana, com isso, recebeu o apelido de Terminal dos Frescões (apelido criado pela população carioca pelos ônibus do tipo).
Durante os dias úteis, são fornecidas linhas rodoviárias com destinos as Zona Oeste, Niterói, Maricá, Baixada Fluminense e Região Serrana.
Localizado no Centro da Cidade, o terminal fica próximo a uma estação de metrô (Estação Carioca), Estação de VLT (Estação Carioca) e uma estação de barca (Estação Praça XV). A inauguração do então chamado Edifício Garagem Menezes Côrtes ocorreu em 1973, substituindo o antigo Terminal Rodoviário Erasmo Braga, com o objetivo de retirar os automóveis nas ruas para organizar o trânsito nas imediações.
Desde então, por sua fácil acessibilidade por todas as regiões da cidade (através do metrô no Largo da Carioca e da barca) e por estar situado na região central (mais próximo, assim, da Perimetral e do Aeroporto Santos Dumont), o terminal mantém a tradição de realizar apenas viagens curtas para alguns pontos do estado.
A viagem mais longa atualmente é a com destino à Nova Friburgo, em um trajeto de 159 km. O terminal não atende a nenhum outro estado brasileiro assim como não faz viagens ao interior.
Criada em 1998, a TGMC S.A. deixou de ser propriedade do Estado após um leilão de privatização realizado no mesmo ano. Em 2000, a empresa deu entrada no processo de abertura de capital e suas ações passaram a ser negociadas em Mercado de Balcão Organizado.
O único ativo da TGMC S.A. é também o prédio onde funciona a empresa, no Centro do Rio de Janeiro. O complexo, distribuído em 16 andares, possui cerca de 100.000 m² e abrange a operação de 235 lojas comerciais, no Térreo e na Sobreloja, além de cerca de 3.500 vagas de estacionamento. A base do prédio, onde funciona o Terminal Rodoviário, é alugada à CODERTE, estatal vinculada à Secretaria de Transportes do Governo do Rio de Janeiro.
Do 2º ao 14º andar localizam-se as vagas de estacionamento, enquanto a universidade Estácio ocupa o 15º piso e o 16º andar recebe a administração da TGMC S.A.
O serviço de frescóes era dividido por áreas operacionais de serviço:
AS-1 Real Auto Ônibus
Castelo x Copacabana
Castelo x Jardim de Alah
Aeroporto Internacional x São Conrado
Castelo x Leblon
Castelo x São Conrado
Castelo x Bairro Peixoto
Castelo x Leme
Rodoviária x Leblon
Estrada de Ferro x General Osório
AS-2 Transportes São Silvestre Ltda
Castelo x Hotel Nacional
Rodoviária x Laranjeiras
Rodoviária x Hotel Nacional
Castelo x Urca
AS-4 Auto Viação Alpha
Castelo x Usina
Castelo x Grajaú
Castelo x Grajaú via Vila Isabel
AS-5 Rodoviária Âncora Matias Ltda
Castelo x Engenho de Dentro
AS-6 Auto Viação Três Amigos
Castelo x Vicente de Carvalho
Castelo x Penha
AS-7 Viação Forte SA
Castelo x Vaz Lobo
Castelo x Vila da Penha
AS-8 Caprichosa Auto Ônibus
Castelo x Vista Alegre
Castelo x Irajá
AS-9 Viação Acari SA
Castelo x Campo dos Afonsos
Castelo x Oswaldo Cruz
Castelo x Vila Valqueire
Castelo x Cascadura
Castelo x Madureira via Meier
AS-10 Auto Diesel SA
Castelo x Bento Ribeiro
Castelo x Pavuna
Castelo x Anchieta
AS-11 Viação Redentor
Castelo x Taquara
Castelo x Praça Seca
Castelo x Freguesia
AS-12 Viação Campo Grande
Castelo x Santíssimo
Castelo x Senador Camará
AS-13 Expresso Pégaso
Castelo x Campo Grande
Castelo x Santa Cruz
AS-14 Transportes Paranapuan
Castelo x Bananal
Aeroporto Internacional x Santos Dumont
Castelo x Bancários
Castelo x Cocotá
Castelo x São Conrado
Serviço Executivo
Os ônibus Marcopolo, da primeira geração, que ficaram no imaginário do carioca, por seu formato peculiar e particularidades com o letreiro iluminado na traseira dos carros com os dizeres “ar-condicionado” sofreram muito com a encampação no governo Brizola, praticamente virando sucata. Pelos investimentos do governador no Metrô e nos ônibus especiais o caudilho devia achar que a classe média deveria usar o carro, engarrafando ainda mais a cidade, e trazendo o caos para o Rio, que pelo visto era o objetivo do governante.
Um capítulo especial foi escrito pelos executivos, em realidade os ônibus rodoviários sem ar. Iniciadas em 1990-91, as linhas executivas são a base do atual sistema:
1045 Castelo x Vila Valqueire via Norte Shopping
1051 Castelo x Engenho de Dentro (EXPRESSO)
1094 Castelo x Vila Valqueire via Marechal Hermes
1095 Castelo x Pavuna
entre várias outras rotas, nasceram nesta época.
Em dezembro de 1990, a Viação Ideal estreou no serviço seletivo com onbze unidades do modelo CMA Flexa Azul I em suas linhas que partem da Ilha do Governado para o Castelo.
O serviço funcionava de segunda à sexta-feira de 5:45 às 22hs. Com partidas em diversos horários.
A venda de passagens era antecipada, havendo bilhetes diários, semanais e quinzenais, com direito ainda à reserva do assento. A venda das passagens era realizada no Supermercado Paes Mendonça do Jardim Carioca - Ilha do Governador.
A conturbada conjuntura do Governo Collor, com o bloqueio dos cruzados novos e a escassez de álcool, forçou uma alternativa barata para os usuários de veículos particulares. A estabilização da economia causada pelo Plano Real, na segunda metade dos anos 90, faz surgir um novo mercado para serviços especiais.
As renovações das linhas indicam esta tendência: se antes o padrão era franciscano, agora os novos ônibus têm ar-condicionado e poltronas mais confortáveis. O consumidor, com mais dinheiro para escolher o serviço que melhor lhe atende. Muitas empresas reduzem as tarifas, lançam novas linhas ou lançam mão de micros para reduzir os intervalos e segurar o passageiro.
Nos anos 2000 novas mudanças transformam o sistema. Atualmente, os serviços especiais sofrem a sólida concorrência do transporte alternativo, além da queda no padrão dos ônibus utilizados.
Em muitos casos a demanda potencial existe, mas há problemas com a tarifa aplicada e a operação. Em outros, como havia na Zona Sul, o excesso de linhas dispersa a demanda e dificulta a prestação do serviço. Por fim, há a substituição dos ônibus convencionais pelos frescões, como fez a Oeste.
Padronização da frota
Em novembro de 2010 surgiram novas regras para os ônibus da cidade do Rio de Janeiro. Entre as mudanças, além da identificação das frotas por cores padrão, estão a implantação de câmeras de vídeo, tacógrafos eletrônicos e o uso do rastreador GPS para acompanhar a movimentação da frota.
Em 2013 a Prefeitura do Rio determinou a padronização do layout dos ônibus do tipo frescão que circulam na cidade, dando continuidade ao processo iniciado com a padronização dos ônibus urbanos em 2010. O objetivo da nova identidade visual é uniformizar a frota a fim de facilitar a identificação dos coletivos e harmonizar a paisagem urbana.
A cor predominante dos frescões passa a ser o azul, com pintura de faixa colorida e indicação alfanumérica para diferenciar os consórcios, conforme detalhamento abaixo:
A - Consórcio Intersul (Zona Sul) - Amarelo
B - Consórcio Internorte (Zona Norte) - Verde
C - Consórcio Transcarioca (Barra, Jacarepaguá e Recreio) - Azul
D - Consórcio Santa Cruz (Zona Oeste) - Vermelho
Além disso, a nova padronização conta com identificações adesivadas do serviço executivo instaladas na traseira, frente, laterais e capota superior externa. Os ônibus rodoviários também dispõe de ar-condicionado e equipamentos de acessibilidade.
Empresas Seletistas
Em 2011 surge a Premium Auto Onibus a partir de uma cisão das linhas do antigo serviço rodoviário da Real Auto Ônibus, ficando a Real Auto Ônibus com o serviço urbano, e a Premium Auto Ônibus com o serviço executivo.
Outra empresa criada para operar as linhas executivas foi a Expresso Recreio, que estreou os serviços em linhas da região da Barra da Tijuca e Recreio oriundas da Expresso Pégaso no anos de 2014. Criada em cisão de parte da Expresso Recreio, a qual adquiriu as linhas, em menos de um mês em operação se desvinculou totalmente da Expresso Pégaso e passou a ser administrada apenas pelo Grupo Guanabara, mas precisamente pelo Subgrupo Braso Lisboa.
Referências Bibliográficas
A conjuntura econômica tem especial influência sobre os serviços seletivos. As linhas foram criadas sob o impacto do primeiro choque do petróleo, exigindo soluções que desestimulassem o uso do automóvel particular pela classe média, à época com alto poder aquisitivo para bancar viagens mais sofisticadas. Concomitantemente, a EBTU planejou o transporte carioca a partir da dupla metrô, como transporte de massa, e o frescão, para as classes médias e altas que usariam o carro no percurso casa x trabalho.
Complementando o planejamento, a EBTU sugeria a criação de pistas exclusivas para ônibus e as garagens subterrâneas próximas às estações de metrô. As empresas vendiam pacotes semanais e mensais de passagens, fidelizando o passageiro e reforçando a boa imagem dos frescões. O sucesso da primeira geração dos frescões durou até 1981, ano que abre a "década perdida".
A crise econômica reduziu consideravelmente o poder aquisitivo dos usuários dos ônibus especiais, necessariamente mais caros. Boa parte dos seletivos foi extinta entre 1982 e 1984, restando apenas os mais tradicionais, operados pela Redentor, Real e Expresso Pégaso.
Como as obras do metrô se arrastava, como se arrastam até hoje num rítmo muito pior que nos anos 70, decidiu-se criar linhas de ônibus de padrão executivo, dos bairros para o Centro.
Os primeiros "frescões" da Pégaso, modelo Marcopolo II - Foto: Transporte Público Rio Omnibus |
No dia 11 de março de 1966, através do Decreto número 1.042, é criado o serviço de ônibus especiais, estabelecendo o uso de veículos com capacidade mínima para 36 passageiros sentados, ainda sem ar-condicionado.
O bairro de Santa Cruz, antes somente atendido por trens suburbanos, ganhava sua primeira linha de ônibus com acesso direto ao centro da cidade.
Em 1973 os primeiros coletivos surgiram, levando o cidadão de classe média a um novo universo em termos de transporte público dentro da cidade, ar-condicionado, poltronas reclináveis de couro (sintético, é claro), veículos silenciosos e macios, motoristas educados, rodo-moças, e ausência de pontos de embarque e desembarque, fora os terminais.
As primeiras linhas foram resultado de uma concorrência pública do governo da Guanabara, o alvo era terminar com a balburdias dos carros estacionados em todos os lugares do Centro.
Marcopolo II Mercedes Benz O-355-6 1974 - Foto: Reprodução da internet |
A primeira linha do serviço de ônibus seletivo, inicialmente com 6 ônibus com ar-condicionado e poltronas reclináveis, operados pela Viação Redentor, na linha Castelo x Pça Barão da Taquara via Grajaú – com 36 km de extensão em viagem de 50 minutos e tarifa de 4,20 Cr$
Dois anos depois o serviço estava popularizado pela cidade, havendo várias linhas. A Redentor ficou com a Baixada de Jacarepaguá, A Pégaso com a Z. Oeste, a Real com a Z. Sul , a Paranapuam com a Ilha, a Aplha com grande Tijuca, e a Acari com grande parte dos Subúrbios. Além de outras empresas que operavam uma ou duas linhas para os bairros da Leopoldina e Z. Norte.
De forma geral, as linhas especiais seguiam as áreas operacionais das empresas, com algumas exceções. Por exemplo, Caprichosa e Três Amigos passaram a operar no Centro, enquanto a Matias e a Viação Acari rodaram a Castelo x Campo dos Afonsos.
Com o passar dos anos muitas linhas foram sendo extintas ou fundidas com outras, algumas empresas passaram suas linhas para as que dominavam o serviço de ônibus especiais na região, e muitas linhas foram abandonadas pela pouca rentabilidade, principalmente nos priemeiros anos da década de 80, com o início da perda do poder econômico da classe média.
Frescões - Foto: Foi um Rio que passou |
Até o lamentável fim dos Frescões para a Z. Norte em 1985. Os ônibus da Real em suas linhas da Z. Sul transportaram em julho de 1978 mais de 500 mil pessoas, um número impressionante, num cenário pré-metro.
Avenida Rio Branco no final da décadas de 70 - Foto: Reprodução da internet |
Terminal Rodoviário Erasmo Braga
Construído e inaugurado na década de 50, o terminal abrigava as linhas de ônibus do Castelo até o início da década de 60, quando em 1962 foi transformado em terminal de trólebus.
Terminal Erasmo Braga antes de se transformar no ponto inicial das linhas de ônibus elétricos da CTC em 1962. - Foto: Reproduçã da internet |
Nos anos 70 o terminal se torna um canteiro de obras para dar lugar ao novo terminal, o Terminal Garagem Menezes Cortes, inaugurado em 1973.
Terminal Garagem Menezes Cortes
O Terminal Garagem Menezes Côrtes, ou simplesmente Terminal Castelo foi construído em 1973, atendendo às linhas de frescões que foram inauguradas naquele ano. A obra foi concluída em 1º de maio de 1973, e foi de responsabilidade da FTREG (Fundação dos Terminais Rodoviários e Estacionamentos da Guanabara).
O terminal é diferenciado dos demais por abrigar apenas ônibus seletivos (com poltronas estofadas e reclináveis e/ou ar-condicionado) com destino a vários pontos da Região Metropolitana, com isso, recebeu o apelido de Terminal dos Frescões (apelido criado pela população carioca pelos ônibus do tipo).
Durante os dias úteis, são fornecidas linhas rodoviárias com destinos as Zona Oeste, Niterói, Maricá, Baixada Fluminense e Região Serrana.
Construção do edifício garagem Menezes Cortes - Foto: Reprodução da internet |
Localizado no Centro da Cidade, o terminal fica próximo a uma estação de metrô (Estação Carioca), Estação de VLT (Estação Carioca) e uma estação de barca (Estação Praça XV). A inauguração do então chamado Edifício Garagem Menezes Côrtes ocorreu em 1973, substituindo o antigo Terminal Rodoviário Erasmo Braga, com o objetivo de retirar os automóveis nas ruas para organizar o trânsito nas imediações.
Terminal Rodoviário Erasmo Braga - Foto: André Decourt |
Desde então, por sua fácil acessibilidade por todas as regiões da cidade (através do metrô no Largo da Carioca e da barca) e por estar situado na região central (mais próximo, assim, da Perimetral e do Aeroporto Santos Dumont), o terminal mantém a tradição de realizar apenas viagens curtas para alguns pontos do estado.
A viagem mais longa atualmente é a com destino à Nova Friburgo, em um trajeto de 159 km. O terminal não atende a nenhum outro estado brasileiro assim como não faz viagens ao interior.
Criada em 1998, a TGMC S.A. deixou de ser propriedade do Estado após um leilão de privatização realizado no mesmo ano. Em 2000, a empresa deu entrada no processo de abertura de capital e suas ações passaram a ser negociadas em Mercado de Balcão Organizado.
Edifício Garagem Menezes Cortes - Foto: TGMC SA |
O único ativo da TGMC S.A. é também o prédio onde funciona a empresa, no Centro do Rio de Janeiro. O complexo, distribuído em 16 andares, possui cerca de 100.000 m² e abrange a operação de 235 lojas comerciais, no Térreo e na Sobreloja, além de cerca de 3.500 vagas de estacionamento. A base do prédio, onde funciona o Terminal Rodoviário, é alugada à CODERTE, estatal vinculada à Secretaria de Transportes do Governo do Rio de Janeiro.
Do 2º ao 14º andar localizam-se as vagas de estacionamento, enquanto a universidade Estácio ocupa o 15º piso e o 16º andar recebe a administração da TGMC S.A.
O serviço de frescóes era dividido por áreas operacionais de serviço:
AS-1 Real Auto Ônibus
Castelo x Copacabana
Castelo x Jardim de Alah
Aeroporto Internacional x São Conrado
Castelo x Leblon
Castelo x São Conrado
Castelo x Bairro Peixoto
Castelo x Leme
Rodoviária x Leblon
Estrada de Ferro x General Osório
AS-2 Transportes São Silvestre Ltda
Castelo x Hotel Nacional
Rodoviária x Laranjeiras
Rodoviária x Hotel Nacional
Castelo x Urca
AS-4 Auto Viação Alpha
Castelo x Grajaú
Castelo x Grajaú via Vila Isabel
AS-5 Rodoviária Âncora Matias Ltda
AS-6 Auto Viação Três Amigos
Castelo x Penha
AS-7 Viação Forte SA
Castelo x Vila da Penha
AS-8 Caprichosa Auto Ônibus
Castelo x Irajá
AS-9 Viação Acari SA
Castelo x Oswaldo Cruz
Castelo x Vila Valqueire
Castelo x Cascadura
Castelo x Madureira via Meier
AS-10 Auto Diesel SA
Castelo x Pavuna
Castelo x Anchieta
AS-11 Viação Redentor
Castelo x Praça Seca
Castelo x Freguesia
AS-12 Viação Campo Grande
Castelo x Senador Camará
Antiga Linha 2122 Castelo x Santíssimo; operada pela Transportes Campo Grande, que nesta época também operou a Antiga Linha 2121- Castelo x Senador Camará na década de 1980 |
AS-13 Expresso Pégaso
Castelo x Santa Cruz
AS-14 Transportes Paranapuan
Aeroporto Internacional x Santos Dumont
Castelo x Bancários
Castelo x Cocotá
Castelo x São Conrado
Serviço Executivo
Os ônibus Marcopolo, da primeira geração, que ficaram no imaginário do carioca, por seu formato peculiar e particularidades com o letreiro iluminado na traseira dos carros com os dizeres “ar-condicionado” sofreram muito com a encampação no governo Brizola, praticamente virando sucata. Pelos investimentos do governador no Metrô e nos ônibus especiais o caudilho devia achar que a classe média deveria usar o carro, engarrafando ainda mais a cidade, e trazendo o caos para o Rio, que pelo visto era o objetivo do governante.
Também nos anos 90, o Grupo Rubanil operou o serviços nas linhas 1077 Castelo x Madureira, 1088 Passeio x Vista Alegre, 1099 Passeio x Pavuna e 1201 Passeio x Irajá - Foto: Acervo Cia de Ônibus |
Um capítulo especial foi escrito pelos executivos, em realidade os ônibus rodoviários sem ar. Iniciadas em 1990-91, as linhas executivas são a base do atual sistema:
1045 - Castelo x Vila Valqueire via Av. Suburbana, atual 2345. |
1045 Castelo x Vila Valqueire via Norte Shopping
1051 Castelo x Engenho de Dentro (EXPRESSO)
1094 Castelo x Vila Valqueire via Marechal Hermes
1095 Castelo x Pavuna
entre várias outras rotas, nasceram nesta época.
Em dezembro de 1990, a Viação Ideal estreou no serviço seletivo com onbze unidades do modelo CMA Flexa Azul I em suas linhas que partem da Ilha do Governado para o Castelo.
O serviço funcionava de segunda à sexta-feira de 5:45 às 22hs. Com partidas em diversos horários.
A venda de passagens era antecipada, havendo bilhetes diários, semanais e quinzenais, com direito ainda à reserva do assento. A venda das passagens era realizada no Supermercado Paes Mendonça do Jardim Carioca - Ilha do Governador.
CMA Flecha Azul I, montado sobre o chassi Scania K112CL. |
As renovações das linhas indicam esta tendência: se antes o padrão era franciscano, agora os novos ônibus têm ar-condicionado e poltronas mais confortáveis. O consumidor, com mais dinheiro para escolher o serviço que melhor lhe atende. Muitas empresas reduzem as tarifas, lançam novas linhas ou lançam mão de micros para reduzir os intervalos e segurar o passageiro.
Nos anos 2000 novas mudanças transformam o sistema. Atualmente, os serviços especiais sofrem a sólida concorrência do transporte alternativo, além da queda no padrão dos ônibus utilizados.
Em muitos casos a demanda potencial existe, mas há problemas com a tarifa aplicada e a operação. Em outros, como havia na Zona Sul, o excesso de linhas dispersa a demanda e dificulta a prestação do serviço. Por fim, há a substituição dos ônibus convencionais pelos frescões, como fez a Oeste.
Padronização da frota
Em novembro de 2010 surgiram novas regras para os ônibus da cidade do Rio de Janeiro. Entre as mudanças, além da identificação das frotas por cores padrão, estão a implantação de câmeras de vídeo, tacógrafos eletrônicos e o uso do rastreador GPS para acompanhar a movimentação da frota.
Em 2013 a Prefeitura do Rio determinou a padronização do layout dos ônibus do tipo frescão que circulam na cidade, dando continuidade ao processo iniciado com a padronização dos ônibus urbanos em 2010. O objetivo da nova identidade visual é uniformizar a frota a fim de facilitar a identificação dos coletivos e harmonizar a paisagem urbana.
A cor predominante dos frescões passa a ser o azul, com pintura de faixa colorida e indicação alfanumérica para diferenciar os consórcios, conforme detalhamento abaixo:
A - Consórcio Intersul (Zona Sul) - Amarelo
B - Consórcio Internorte (Zona Norte) - Verde
C - Consórcio Transcarioca (Barra, Jacarepaguá e Recreio) - Azul
D - Consórcio Santa Cruz (Zona Oeste) - Vermelho
Além disso, a nova padronização conta com identificações adesivadas do serviço executivo instaladas na traseira, frente, laterais e capota superior externa. Os ônibus rodoviários também dispõe de ar-condicionado e equipamentos de acessibilidade.
Empresas Seletistas
Em 2011 surge a Premium Auto Onibus a partir de uma cisão das linhas do antigo serviço rodoviário da Real Auto Ônibus, ficando a Real Auto Ônibus com o serviço urbano, e a Premium Auto Ônibus com o serviço executivo.
Outra empresa criada para operar as linhas executivas foi a Expresso Recreio, que estreou os serviços em linhas da região da Barra da Tijuca e Recreio oriundas da Expresso Pégaso no anos de 2014. Criada em cisão de parte da Expresso Recreio, a qual adquiriu as linhas, em menos de um mês em operação se desvinculou totalmente da Expresso Pégaso e passou a ser administrada apenas pelo Grupo Guanabara, mas precisamente pelo Subgrupo Braso Lisboa.
Referências Bibliográficas
DETRO - Departamento de Transporte Rodoviário, CODERTE - Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais,, Transporte Público Rio Omnibus, Foi um Rio que Passou, Bus Serviços de Agendamento SA, Marcelo Almirante, DGTC - Departamento Geral de Transportes Concedido, Expresso Recreio, Ônibus Brasil, Laurobus Barbosa, Ônibus Antigos e Modernos das empresas do Rio de Janeiro, Cia de Ônibus, Rio ônibus Antigo, Terminal Garagem Menezes Côrtes S.A., Ônibus em Debate, Transporte Público Rio Ômnibus, Super Carioca, Fotolog, Flogão Ônibus Antigo, Viação Ideal, Jornal Extra Online, Rio Ônibus.