Rotas Fluminenses: 547P Jardim Paraíso x Sepetiba

Dados da linha:
Linha 547P Jardim Paraíso x Sepetiba
Empresa: RJ 190 Viação Ponte Coberta
Tipo: Urbana Intermunicipal

A linha parte da Estrada Variante Rio-São Paulo no Jardim Paraíso seguindo até o Jardim Guandu, no entroncamento com a Rodovia BR-465 Antiga Estrada Rio-São Paulo.




RJ-105

A Estrada Variante Rio-São Paulo é a extensão da RJ-105, que liga as Rodovias RJ-101 Avenida Governador Leonel de Moura Brizola e BR-465 Rodovia Luiz Henrique Rezende Novaes (Antiga Estrada Rio-São Paulo, conectando essas com a RJ-085 Avenida Automóvel Clube no Parque São José, BR-116 Rodovia Presidente Dutra no Parque Rosário e a RJ-081 Via Light no centro de Nova Iguaçu.



A via é denominada por cinco nomes em sua extensão:

Jardim Guandu x Jardim Paraíso > Estrada Variante Rio-São Paulo
Jardim Paraiso x Centro > Av. Abílio Augusto Távora
Centro (NI) x Parque Rosário > Estr. Dr. Plínio Casado
Parque Rosário x Centro (BR) > Av. José Mariano Passos
Centro (BR) x Lote XV > Av. Joaquim da Costa Lima

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Passamos pelo Trevo do Jardim Guandu, também conhecido como Trevo do Km 32, vamos em direção ao Parque São Francisco, percorrendo um trecho com trânsito intenso, algo peculiar naquela região em todos os horários.

O Parque São Francisco é popularmente conhecido como Km 32 devido à antiga métrica quilométrica da BR-465. A contagem se iniciava em Santa Cruz, e no marco da rodovia, o Parque São Francisco estava no 32º Km. Atualmente a contagem é realizada no sentido oposto, mas ficou conhecido e ainda é chamado de Km 32.

Após o Parque São Francisco atravessamos a ponte sobre o Rio Guandu Mirim e chegamos na capital Fluminense no bairro de Campo Grande, onde saímos da Antiga Estrada Rio-São Paulo na chegada ao Trevo de intersecção com a BR-101 Avenida Brasil (Rodovia Governador Mário Covas).

O trecho entre o Jardim Paraíso e o Viaduto Oscar de Brito foi por vários anos paralelo a uma ferrovia que teve grande importância.


Ramal Carlos Sampaio (Austin) - Santa Cruz


No dia 5 de fevereiro de 1929, ocorreu a inauguração do ramal Carlos Sampaio x Santa Cruz, com 34 km de extensão, ligando a estação de Carlos Sampaio da Linha Auxiliar até Santa Cruz no Ramal de Mangaratiba, passando por Austin na Linha do Centro. Com isso são inauguradas as estações de Cabuçu, Engenheiro Araripe, Engenheiro Heitor Lira e a Estação Marapicu que não chegou a ser inaugurada.



O ramal teve vida efêmera, pois o trecho Santa Cruz - Cabuçu foi fechado em 1932, restando apenas o tráfego de trens de serviço entre Cabuçu e Carlos Sampaio até 1948, quando o ramal foi totalmente erradicado com o início das obras de construção da Rodovia Presidente Dutra.

A Estação Engenheiro Araripe ficava bem próxima ao ponto inicial da linha, há alguns metros na Rua Engenheiro Araripe.





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Saímos na Avenida Brasil e seguimos por sua extensão até o Largo de Santa Cruz atravessando todo Distrito Industrial de Santa Cruz, onde entramos em um retorno e após alguns metros acessamos a Avenida Padre Guilherme Decaminada em direção ao Centro do Bairro de Santa Cruz.

Deixando para trás o Distrito industrial de Santa Cruz, chegamos ao Centro Comercial após a travessia da ponte sobre o Rio Cação Vermelho e seguimos até o Viaduto de Santa Cruz passando pela Rua do Prado.


Estrada de Ferro de Mangaratiba



Criada originalmente para o transporte de gado entre o (na época) novo Matadouro de Santa Cruz e a sede da Corte (Rio de Janeiro), esta ferrovia passou a transportar passageiros, que tinham o privilégio de desfrutar uma esplêndida paisagem, com trechos da ferrovia passando a poucos metros do mar.


A E.F.Mangaratiba foi inaugurada em 1879, partindo da Estação Deodoro da Linha do Centro da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em um primeiro momento, esta linha atendeu ao trecho entre as estações de Deodoro e Santa Cruz, com as estações de Realengo, Campo Grande e Santa Cruz. Mais tarde foram sendo construídas outras estações, ao mesmo tempo em que a linha era estendida em direção à chamada Costa Verde do Rio de Janeiro, como é conhecida a região que compreende as localidades de Itacuruçá, Mangaratiba, Angra dos Reis, Parati, entre outras.


O objetivo era ultrapassar Mangaratiba a alcançar Angra dos Reis, onde haveria conexão ferroviária entre esta e a linha da Rede Mineira de Viação, que daí galgava a serra e seguia em direção a Rio Claro e a cidades do Vale do Paraíba.

Infelizmente, a E.F.Mangaratiba não chegou a Angra dos Reis, parando na belíssima cidade de Mangaratiba.


O trecho entre Santa Cruz e Mangaratiba teve o tráfego interrompido para passageiros na década de 1980. Era o conhecido Trem "Macaquinho", que transportava além dos passageiros habituais, pessoas interessadas em conhecer uma região belíssima, aprazível e pouco explorada, com muitas belezas naturais. Hoje em dia apenas trens cargueiros circulam na região, destinados ao Porto da Ilha Guaíba, onde o material transportado (principalmente minério de ferro) é exportado.


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Passado o viaduto sobre o Ramal de Mangaratiba, seguimos pelas Ruas Teresa Cristina e Lucindo Passos até a Rua Felipe Cardoso, que desde 2012 serve ao Corredor Transoeste do BRT carioca. Pela Rua Felipe vamos até a Rua Gastão Rangel, onde a partir dela sairemos na Avenida Areia Branca, na localidade que nomeia a venida, ainda no bairro de Santa Cruz.

A Avenida Areia Branca nos levará até o Largo do Aarão, que serve de rotatória na intersecção da Avenida Areia Branca com a Estrada de Sepetiba.

Entramos na Estrada de Sepetiba rumo ao nosso destino, que já está mais próximo. Passamos pelo Conjunto Nova Sepetiba e no trevo de acesso à Estrada do Piaí que leva até a Estrada da Pedra.


Conjunto Nova Sepetiba


Fundada há oito anos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a comunidade de Nova Sepetiba, foi anunciada como o maior conjunto habitacional da América Latina. 

Idealizado e concretizado pelo então Governador Anthony Garotinho o conjunto localiza-se a 69 quilômetros do centro do Rio, entre Sepetiba e Santa Cruz, e conta hoje com cerca de 22 mil moradores distribuídos em aproximadamente 4.600 casas.

No final da década de 90 já haviam famílias inteiras que viviam em esquema de acampamento no local, com o anúncio da construção do mega conjunto pelo Governador Estadual, outras dezenas de famílias migraram para o lá na esperança de quando pronto, serem contempladas com uma das casas.

Além das pessoas acampadas no local da construção, Nova Sepetiba recebeu famílias de diversas regiões do estado como Vila Kennedy, Favela da Lacraia, Nova Holanda, Uga-uga de Bonsucesso, etc. As comunidades que mais agregaram moradores ao conjunto foram Tinguí (1755 famílias) e Uga-uga de Campo Grande (408 famílias).

Como estratégia afim de preservar a segurança, o Governador Garotinho distribuiu casas a policiais militares para que residissem no local, evitando invasões por parte do poder paralelo. Para organizar essa distribuição das casas entre os moradores foi instalado um posto da CEHAB – RJ – Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro no local, que com a participação de lideranças comunitárias ordenou a ocupação dos moradores em 6 setores.


Setor 1 e 2: Famílias acampadas no local
Setor 3 e 4: Tinguí e Uga uga
Setor 5 e 6: Diversos (Vila Kennedy, Favela da Lacraia, Nova Holanda, Uga-uga de Bonsucesso, etc.)

As casas distribuídas mediam em média 32 m² e foram construídas esquema de mutirão pelos próprios moradores, seguindo um modelo pré determinado pelo CEHAB. Os moradores também tiveram o “direito” de escolher individualmente se queriam um quite básico de mobília ou os pisos e rebaixamento do teto (PVC ou lambri) da casa.

Hoje a grande maioria dessas famílias que inicialmente foram contempladas com a nova moradia, venderam seu imóvel e voltaram para o local de origem, alegando segundo a associação de moradores dificuldades para se adaptar a nova comunidade.


Nova Sepetiba é cenário de filme nacional
O longa-metragem "Cidade de Deus" mostra um retrato da guerra civil que ocorre nos morros cariocas pela disputa do tráfico.

O filme de Fernando Meirelles foi feito no conjunto habitacional Nova Sepetiba e que reproduz a Cidade de Deus dos anos 60, com baixa ocupação. A segunda fase foi filmada na Cidade Alta, onde também há tráfico de drogas, e a terceira, foi feita em estúdio e em partes da Cidade de Deus, com atores desconhecidos do grande público -com exceção de Matheus Nachtergaele.

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Agora saímos na Praia de Sepetiba, onde vamos até o seu fim, passando nas proximidades da Ilha do Tatu e após a fechada curva na encosta, chegamos à Praia do Recôncavo.


Praia de Sepetiba - Anos 50

Na Praia do Recôncavo entramos na Estrada São Tarcísio e seguiremos por esta até a Rua Abílio Teixeira de Aguiar em direção a Praia do Cardo, onde termina a nossa viagem na altura da Travessa das Oliveiras.


Curiosidades:



> Originalmente, a linha fazia o trajeto Edson Passos x Sepetiba, sendo seccionada na década de 90 até o Jardim Paraíso.



> Antes da inauguração do Viaduto Marcel Luís Sette Fortes de Almeida em Nilópolis, as linhas 547P e 705P faziam o trajeto até Nilópolis em determinados horários, aproveitando o trajeto que fazia para acessar a garagem e para prestação de contas, que antes era realizada em frente ao Terminal Rodoviário de Nilópolis.





Fonte:


Panoramio
Trilhos do Rio
Prefeitura Municipal de Mangaratiba
Estações Ferroviárias
Nilópolis Online
EFD Esportes
Usuário Urbano
Mobilidade Fluminense
Cia de Ônibus
Resgatando Memórias
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